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Consciência Negra | 10 Personagens Negras LGBTQIA+ que fazem toda diferença

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20 de novembro é celebrado o dia da Consciência Negra no Brasil. Apesar de não ser um feriado celebrado em todo pais, é uma data que se mostra importante, pois é colocada como reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

A data coincide com a data de morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência contra o sistema escravocrata. Um dos maiores pontos na luta do negro na sociedade é a pauta da representatividade. Durante muito tempo não nos víamos em grandes veículos de mídia, não éramos ouvidos nas grandes rádios e ainda hoje, apesar de existirem grandes representantes como a Taís Araújo e Lázaro Ramos, para alcançarmos esses lugares de destaque existem obstáculos gigantescos impostos pelo racismo estrutural que permeia a nossa sociedade. Quando essa pauta da representatividade é trazida para dentro da comunidade LGBTQIA+, vemos também que ainda há muito a ser feito para nos reconhecermos em personagens e histórias onde personagens negros LGBTQIA+ sejam os destaques.

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Por isso, cada personagem negra LGBTQIA+ que aparece em uma série e nos traz um sentimento de representatividade importa muito. Segue aqui uma lista daquelas que nos trouxeram para as telas:

1 .  Annalise Keating (“How To Get Away With Murder”)

A lista não poderia deixar de estar encabeçada pela toda poderosa Annalise Keating (Viola Davis), advogada e professora de direito na faculdade Middleton e muito conhecida por ser um tanto quanto temida por seus alunos. Annalise é bem sucedida, confiante e bem poderosa. A série a mostra inicialmente em um relacionamento com homens, porém na segunda temporada, conhecemos Eve Rohtlo (Famke Janssen), uma ex-namorada dos tempos de faculdade, que ainda é apaixonada por ela. Annalise se define como bissexual.

2. Poussey Washington / Suzanne “Crazy Eyes” Warren / Sophia Burset (“Orange Is The New Black”)

Em OITNB tivemos três grandes personagens que marcaram, cada uma à sua maneira:

Poussey Washington (Samira Wiley) é uma presidiária conhecida por ser a melhor amiga da Taystee (Danielle Brooks), e ser bem humorada e que todos na prisão tinham um bom relacionamento com ela. Em um certo ponto da história, há um crush platônico da parte de Poussey para Taystee, porém passa e parece que fortalece ainda mais a amizade das duas. Poussey tem flashbacks que mostram um antigo relacionamento que foi proibido pelo seu pai, enquanto viviam em uma base militar na Alemanha. Durante a terceira temporada, ela começa um relacionamento com Brook Soso (Kimiko Glenn) e na quarta, após a tentativa de um protesto pacífico na prisão, ela é morta, asfixiada por um guarda e isso inicia um motim que se torna a história de fundo das próximas temporadas da série. Durante a produção, foi criado o The Poussey Washington Fund, inicialmente uma iniciativa ficcional e que foi levada para o mundo real, que visa auxiliar financeiramente ONGs que trabalham para ajudar pessoas que trabalham contra o encarceramento em massa e as injustiças do sistema prisional estadunidense.

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Já ‘Crazy Eyes’ (Uzo Aduba) inicialmente é um aparente “alívio cômico” por protagonizar as suas cenas stalkeando Piper (Taylor Schilling), depois de achá-la linda e apelidá-la de “dandelion”, e sofrendo com a rejeição da mesma, porém, ao longo das temporadas, Suzanne Warren (seu nome real) se mostra uma personagem muito mais profunda do que aparenta. Suzanne sempre buscou por aprovação e amor das pessoas com quem convivia. Não é dito explicitamente na série, porém fica evidente quando ela tem antipsicóticos receitados, que Suzanne sofre de alguma doença mental e além disso, outra coisa que não está explicita é a sua sexualidade. Além do crush em Piper, Suzanne tem uma espécie de relacionamento com Maureen Kukudio (Emily Althaus), porém este não termina bem.

Sophia Burset (Laverne Cox) é a cabelereira da prisão. É conhecida por ser acolhedora e bem humorada, sempre muito vaidosa e extremamente cuidadosa com seu salão. Sophia é uma personagem recorrente na série e mostra em seus flashbacks que a razão pela qual está presa é fraude no cartão de crédito que usou para pagar sua cirurgia de transição. Sophia ainda tem contato com sua ex-mulher com quem tem um filho que ela luta muito para ter o amor e a aprovação do mesmo.

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3. Rue Bennett (“Euphoria”)

A série queridinha do momento conta com um roteiro que fala sobre experiências adolescentes que envolvem diversos fatores. Rue Bennett (Zendaya) é uma das adolescentes que apresenta suas experiências. Ela é uma viciada em drogas, em recuperação, que acabou de sair da reabilitação e ainda está tentando se encontrar no mundo. Ela conhece Jules (Hunter Schafer), de quem se torna amiga e logo desenvolve um sentimento maior pela garota, enquanto tenta conciliar a vida com o seu vício e depressão.

4. Lena Foster (“The Fosters”/“Good Trouble”)

Lena Adams Foster (Sherri Shaum) é uma mãe dedicada a sua família e muito amorosa. Vivia com Stef (Teri Polo) e seus três filhos: Brandon (David Lambert), filho biológico de Stef, de um relacionamento anterior, Jesus (Noah Centineo/Jake T. Austin) e Mariana (Cierra Ramirez), gêmeos adotados pelas duas. A dinâmica familiar muda quando Lena leva Callie (Maia Mitchell) para sua casa. Lena começou a série como vice-diretora da escola que seus filhos frequentava enquanto Stef trabalhava como policial. Ao longo da série, ambas se mostraram mães muito presentes na vida dos filhos (logo depois da vinda de Callie, o casal ainda adotou Jude (Hayden Byerly), irmão biológico dela). A produção contou a história dos filhos mas também focou no relacionamento delas e no final, as duas protagonizaram uma cena linda de casamento. “The Fosters” apresentou diversos temas considerados tabus de uma maneira simples e muito bem colocada.

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5 – Kelly (“Black Mirror”)

Diferente das outras personagens da lista, Kelly (Guga Mbatha-Raw) não teve uma série para se mostrar. Bastou um episódio e a personagem cativou a todos. A personagem extrovertida e dançante frequentadora da boate em San Junipero conhece Yorkie (Mackenzie Davis), uma menina tímida que parece perdida no lugar. As duas conversam, mas Yorkie recusa o flerte e vai embora. Depois começa uma série de desencontros entre as duas até Kelly contar que tinha medo de se envolver com Yorkie, pois já tinha sido casada e então, Yorkie conta que está morrendo e as duas decidem se encontrar no mundo real. Nesse momento, toda a relação com a tecnologia que é tratada em “Black Mirror” fica evidente na história.

San Junipero é considerado um dos melhores episódios da série principalmente por mostrar um futuro bom em relação a tecnologia.

6. Amanita (“Sense8”)

Amanita (Freema Agyeman) foi uma das coadjuvantes que sempre roubava a cena quando aparecia em “Sense8”. Desde o início, a jovem sempre foi uma grande apoiadora e incentivadora da namorada Nomi Marks (Jamie Clayton). Mesmo após descobrir a conexão inusitada que Nomi tinha com outras oito pessoas ao redor do mundo, Amanita sempre esteve ao seu lado, principalmente contra a família da outra, que não a aceitava após a transição de gênero. Ao ser anunciado o cancelamento da série após a segunda temporada, houve uma comoção mundial para que dessem um final para a história dos sensates.  Foi escrito então um episódio especial de duas horas que mostrou o encerramento da história e um casamento lindo entre Nomi e Amanita no alto da torre Eiffel.

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7. Anissa Pierce (“Black Lightning”)

Uma super-heroína negra e lésbica? Nós temos. Anissa Pierce (Nafessa Williams) aka Thunder é a filha mais velha de Jefferson Pierce (Cress Williams), o Raio Negro e atual diretor da escola de Freeland. Jefferson está aposentado do seu manto de Raio Negro e agora é pai de duas filhas e vive uma vida relativamente tranquila. Porém ele volta a ação quando suas filhas são ameaçadas pelos “os 100” e assim o Raio Negro volta a atuar.

Anissa, que até então não havia manifestado poderes, logo após o sequestro ela começa a se sentir diferente e aos poucos os poderes começam a surgir e então Anissa começa a atuar como vigilante e depois é recrutada pelo mentor de seu pai, Gambi (James Remar) e seu pai então revela sua identidade secreta. Depois desse recrutamento, Gambi cria um traje para Anissa, que começa a usar a identidade de Tormenta (Thunder). Anissa sempre foi muito tranquila com a sua sexualidade e inicialmente, ela aparece com uma namorada, Chenoa (Shein Mompremier), porém as duas terminam. Logo depois de descobrir os poderes, ela conhece Grace Choi (Chantal Thuy), com quem inicia um relacionamento conturbado, porém as duas ficam noivas. Atualmente, Anissa também usa o codinome de Blackbird.

Menção Honrosa: “Pose”

“Pose” é uma série com um elenco quase inteiramente composto por pessoas negras e latinas LGBTQIA+. A série mostra esses personagens sobrevivendo em uma NYC dos anos 1980 em meio à crise da AIDS enquanto vivem para a cultura Ballroom.

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Destaque para Elektra Wintour (Dominque Jackson) e Candy Johnson-Ferocity (Angelica Ross), mães das casas Wintour e Ferocity respectivamente, que são mulheres negras trans que junto com Blanca Evangelista (Mj Rodriguez), mãe da casa Evangelista, dominam os bailes.

Outras personagens negras LGBTQIA+ que merecem sua atenção:

  • Kat Edison (Aisha Dee) – “The Bold Type”
  • Mia Warren (Kerry Washington) – “Little Fires Everywhere”
  • Keelin Malraux-Mikaelson (Christina Moses) – “The Originals”
  • Carolyn Hill (Aisha Hinds) – “Under The Dome”
  • Fabiola Torres (Lee Rodriguez) – “Eu Nunca”
  • Kelly Olsen (Azie Tesfai) – “Supergirl”
  • Zakia (Mumbi Maina) – “Sense8”
  • Toni Topaz (Vanessa Morgan) – “Riverdale”
  • Bethany Mayfair (Marianne Jean-Baptiste) – “The Blindspot”
  • Denise (Lena Waithe) – “Master Of None”
  • Tiana Brown (Serayah) – “Empire”
  • Kelsey (Nia Jervier) – “Dear White People”
  • Hattie (Jonica T. Gibbs) – “Twenties”
  • Prudence (Tati Gabrielle) – “O Mundo Sombrio de Sabrina”
  • Estefanía “Rizos” Kabila (Berta Vázquez) – “Vis a Vis”
  • Bill Potts (Pearl Mackie) – “Doctor Who”

França, 25 anos, fã incondicional de Grey’s Anatomy. Mora em SP mas ama viajar. Viciada em livros de fantasia e romances policiais, espera um dia poder ter tempo de colocar a suas leituras e séries em dia.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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