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LesB Saúde | A importância da prevenção para mulheres LGBTQIA+

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A prevenção é um tema importante quando vamos falar sobre saúde. Fazer acompanhamento com profissionais da área, com a realização de exames preventivos, é de extrema importância para se descobrir condições de saúde anormais e doenças, que podem impactar não apenas a pessoa, mas aqueles que se relacionam com ela.

Um tema que tem crescido nas discussões sobre prevenção são populações consideradas vulneráveis, nas quais as mulheres LGBTQIA+ se encaixam. Isso porque o acesso a serviços de saúde, a profissionais capacitados, e muitas vezes a informações, são mais difíceis para essas populações. Assim, a chance de problemas que poderiam ser tratados com antecedência não chegarem ao conhecimento do indivíduo e se agravarem aumenta.

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No caso de mulheres LGBTQIA+ um ponto importante de se levar em consideração, que, por vezes, as afasta desses espaços preventivos, é a falta de formação dos profissionais da saúde, incluindo médicos, quanto às questões de diversidade, pensando em gênero e principalmente em sexualidade. Assim, uma mulher que se relaciona com outras mulheres tem suas questões ignoradas, ou não recebem informações direcionadas para a sua realidade. Além disso, para somar a problemática, infelizmente, muitas situações de discriminação ainda ocorrem nesses ambientes.

Desta forma, torna-se mais difícil o recebimento de informações e cuidados, tornando ainda mais importante falar desta temática nos mais diferentes espaços. Vamos citar então algumas informações importantes relacionadas a acompanhamentos e exames.

Primeiro, relacionado aos seios, um ponto importante de prevenção é quanto ao câncer de mama (e que podemos achar ainda mais informações pela internet por conta do Outubro Rosa), o acompanhamento, a partir de exame clínico e de mamografia são necessários. O exame clínico pode ser feito por profissional capacitado (como ginecologista) em acompanhamentos e a mamografia é indicada para mulheres cis, trans e homens trans, a partir dos 50 anos ou em casos de histórico familiar ou algum tipo de suspeita quanto à doença.

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O autoexame também é uma ferramenta importante de identificação quanto a algo fora do comum e é indicado que seja feito mensalmente. Lembrando que caso ache algo fora do comum, procurar um serviço de saúde é essencial.

Já pensando em questões relacionadas ao sistema reprodutor feminino (vagina, útero e ovários), são importantes exames de papanicolau e ultrassom, o primeiro indicado principalmente a partir dos 25 anos e/ou para mulheres com a vida sexual ativa; este exame tem como grande tarefa identificar possíveis indicativos de câncer de colo de útero e de HPV (Papilomavírus Humano), uma infecção sexualmente transmissível que pode levar a esse tipo de câncer. Já o ultrassom pode apoiar na identificação de cistos e outras anomalias no útero e ovários.

É importante ressaltar que, diferente do que muitas mulheres acreditam, a realização do papanicolau é indicado também para pessoas que não realizam atividades sexuais com pessoas que tem pênis ou que não fazem sexo penetrativo. É importante que se leve isso em consideração ao realizar o exame, e busque torná-lo o menos desconfortável possível.

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Procure indicações de profissionais que entendam as suas diversidades e sempre busque por informações em fontes confiáveis. Saúde é um dos pilares necessários para qualidade de vida, sendo assim a realização de práticas de prevenção de extrema importância.

Carol Moreno é estudante de psicologia, bissexual e do interior de São Paulo. Ama todos os filmes, séries e webseries com personagens LGBTQ+, espera um dia conseguir assistir tudo que coloca na sua listinha.

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LesB Saúde | Prevenção de ISTs para mulheres

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As campanhas divulgadas quanto a prevenção das infeções sexualmente transmissíveis (ISTs), que trazem informações importantes, acabam focando em um contexto heteronormativo, falando em geral de sexo entre homens e mulheres e ignorando a diversidade dos relacionamentos.

Mulheres LGBTQIA+ também podem contrair e passar ISTs, independente do gênero da pessoa que está se relacionando, e por isso precisamos pensar na sua saúde e nas possíveis formas de prevenção. Por conta disso, vamos discutir alguns métodos de prevenção a ISTs, para relações com pessoas com vagina ou para pessoas com pênis.

Vamos começar pelo método mais divulgado e muito importante, mas, que, de uma forma ou de outra, se relaciona com indicações heteronormativas: o preservativo “masculino” (ou para pênis), a famosa camisinha. A camisinha é o método indicado para a prevenção de ISTs ao se realizar sexo com pessoas com pênis, é fácil de ser encontrada em centros de saúde e em farmácias, e também evita gravidez. A camisinha também é importante ao se utilizar brinquedos sexuais, para a proteção local na qual o brinquedo está sendo usado, e quando houver o uso em uma outra pessoa (lembrando que neste último caso é importante a troca do preservativo para que a proteção realmente aconteça e não haja troca de fluidos). É possível, também, para uso em sexo oral, o corte do preservativo, para que ele se torne retangular – infelizmente um uso pouco prático.

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Mas existem métodos focados em pessoas com vagina? A resposta é sim, mas, infelizmente, eles são pouco conhecidos ou acessíveis. O primeiro, mais fácil de encontrar, pois existe a distribuição gratuita em centros de saúde e a venda em farmácias, é o preservativo feminino, indicado para sexo com penetração, mas possíveis para outros usos. Em seguida, pensamos em métodos barreira, como o uso de luvas de látex, vinil ou nitrílica (é possível encontrar em farmácias ou lojas de instrumentos de saúde) e o dental dam (acessório odontológico, que é um pedaço de látex retangular, que evita o contato direto com o local colocado, em geral indicado para uso na vulva ou ânus). Nos Estados Unidos foi liberado a venda e o uso de uma calcinha preservativa, para o sexo oral, que parece trazer inovação para a prevenção nas relações sexuais. No entanto, o produto ainda não chegou ao Brasil, sendo apenas possível comprar pelo site da empresa com pagamento em dólar.

Por conta dessa dificuldade de acesso aos métodos, é importante lembrar de outras formas que podem ajudar a prevenir as ISTs: o primeiro é a a realização da testagem de ISTs, pelo menos, a cada seis meses, e é possível conseguir de forma gratuita pelo SUS. Além disso, caso tenha qualquer situação fora do comum, como machucados, verrugas, dor, diferença em odor, procure um atendimento em saúde e evite ter relações sexuais.

Ainda nessa linha, a vacina de HPV é importante para que se evite câncer de colo de útero proveniente do Papilomavírus Humano, transmitido em relações sexuais. É possível conseguir pelo SUS dependendo da idade da pessoa e em clínicas privadas.

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Em momentos anteriores a relação sexual, pode se tomar o cuidado em manter as unhas curtas, para que não haja lesões, e a não escovação dos dentes logo antes do sexo oral, para que não tenha risco de ocorrerem machucados na boca que facilitem a entrada de algum vírus ou bactéria.

Para o momento das relações sexuais, citamos mais algumas prevenções: o primeiro é a lavagem das mãos. Além disso, o uso de lubrificante à base d’agua é importante, principalmente para práticas que tenham atrito.

Mesmo com dificuldade de acesso a métodos específicos para a nossa população, mulheres LGBTQIA+ podem e devem tomar cuidados para se prevenir contra ISTs, tornando suas relações mais seguras e cuidando da sua saúde de forma integral.

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LesB Saúde | Padrão Estético e mulheres LGBTQIA+

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O padrão estético, ou padrão de beleza, é um conjunto de normas que descrevem como seria o corpo adequado do indivíduo, a partir de construções culturais e históricas de uma sociedade. Mesmo que sempre presente em todos os momentos históricos, em uma sociedade com alto consumo de informação, a todo momento, e por diferentes tipos de mídias, esses padrões são colocados de forma mais forte e podem ter mais impactos negativos.

Tudo pode ser discutido dentro do padrão: tamanho do corpo, cor de pele, cor e tipo de cabelo, cor e formato de olho, entre outros. E com tantas características para se ter normas fica difícil se encaixar em tudo. O que é considerado adequado ou não dentro dos pressupostos sociais chegam a todos, com uma certa diferença no ponto de vista de cobrança de estar dentro das normas, com algumas populações ou com algumas características aumentando ou diminuindo o quanto de cobranças receberão.

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Ao pensar nesse tema relacionado com mulheres LGBTQIA+, temos que, primeiramente, já levantar o fator marcador de gênero, já que mulheres são grande alvo de pressão estética. Além disso, essa população também tem a marcação de maior vulnerabilidade social, por toda a dificuldade com a aceitação social quanto a sexualidade e gênero. Assim, estar fora de mais um padrão, dessa vez relacionado ao corpo, pode ser dificultada, ainda mais se a cobrança social pode vir do próprio grupo de pares, ou seja, de outras mulheres LGBTQIA+.

Outro fator importante para as mulheres desta população é a apresentação da feminilidade e desfeminilidade. A primeira sendo mais aceita tanto dentro e fora dessa população, a partir do que se seria esperado de uma mulher, temática discutida no texto “Como o efeito da (des)feminilidade nos atinge”, de Luana Vale, na coluna do LesB Saúde de fevereiro de 2022.

Podemos observar os padrões que são esperados que mulheres LGBTQIA+ se pareçam ao ver as personagens de filmes e séries que acompanhamos. Quantas vezes realmente vemos mulheres sáficas gordas? E não brancas? E quantas vezes essas mulheres serão retratadas de forma positiva?

E então, como esses padrões e as cobranças deles realmente impactam nossa vida? O primeiro ponto é que essas normas estão tão presentes desde o nosso nascimento que, às vezes, nem notamos que é algo imposto, e não natural, e assim só pensamos de uma certa forma sem entendermos o motivo. Por exemplo, o por quê de acharmos certas pessoas bonitas e outras não, o por quê relacionamos certas formas dos corpos com saúde e outras com doença. 

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Logo em seguida, podemos notar que o que acreditamos e ouvimos afeta como lidamos com nossos próprios corpos, nos achando bonitas ou não, e o que isso significa para nós. Adicionamos então tudo que fazemos para que consigamos nos sentir bem dentro desses padrões, e como nem sempre nossas ações são realmente visando autocuidado, muitas vezes, inclusive, afetando de forma negativa nosso corpo, nossa saúde, e nosso bem estar. 

O caminho para entender o motivo que queremos nos parecer de alguma forma é longo, e o entender quais características queremos buscar e manter por nós mesmas e pelo nosso bem-estar e não, simplesmente, por força externa é ainda maior. No entanto, o entendimento social, o autoconhecimento e a autopercepção são sempre importantes para decisões mais cuidadosas com nós mesmas e com as outras pessoas, e mesmo com um trabalho extenuante, traz benefícios a longo prazo.

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LesB Saúde | A solidão de mulheres sáficas

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Já falamos aqui no LesB Saúde sobre a importância de vínculos e a formação de uma rede de apoio entre pessoas LGBTQIA+, mas no texto de hoje queremos focar no assunto delicado que é a solidão de mulheres sáficas. Quando entramos em um relacionamento (seja esse romanticamente amoroso, de amizade, ou de outras configurações) para o funcionamento pleno devemos ter de ambas as partes, além do afeto, a disposição para confiança, comunicação aberta e responsabilidade afetiva. Mas, além disso tudo, o que mais deve estar nesse “checklist” para um bom relacionamento?

Às vezes, temos tudo isso e mais um pouco, mas no fundo só nos sentimos confortáveis tendo certas conversas e trocas com pessoas que compartilham de vivências parecidas com as nossas. Tal situação acaba sendo recorrente muitas vezes nas vidas de mulheres sáficas (mulheres que se relacionam com outras mulheres). Sim, temos relações com muito afeto e acolhimento, mas quando nos sentimos abertas para falar de certas situações que envolvam o mundo sáfico com pessoas que não compõem essa comunidade recebemos um diálogo de forma mútua?

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Para além do fato de que a vida da mulher sáfica pode ser solitária em várias vias, segundo estudos, estas mulheres (em comparação com mulheres heterossexuais e homens gays) são menos propensas a procurar ajuda profissional quando se trata da saúde mental. O que isso diz sobre como estamos cuidando da nossa saúde mental (e se estamos) é preocupante, ainda mais quando somado alguns fatores, como, por exemplo, raça.

Infelizmente, pensando por essa via, o acesso à saúde ginecológica também acaba sendo prejudicado. O acesso à informação, algo que deveria ser básico, muitas vezes não acontece, como já foi falado em um texto aqui no LesB Out! (último texto de Carol Moreno). Trazendo para a discussão as áreas de saúde já faladas, hoje já encontramos uma gama de profissionais com seus atendimentos voltados exclusivamente para essa população, oferecendo primeiramente o básico que deveria ser exercido por todo e qualquer profissional: acolhimento.

Vivemos em uma realidade que impacta diretamente à saúde mental, alimenta fatores de isolamento social, discriminação e outros como a ansiedade e depressão. Daí a importância de se ter uma rede de apoio de amigos próximos e familiares que possam estar dispostos para conversarem, e estarem presentes, caso alguém próximo chegue a relatar a solidão. Procurar expandir o círculo social fazendo contato com outras mulheres lésbicas e bissexuais para conversas/trocas de vivências pode também ter efeito ativo na busca de diminuir a solidão vivida.

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