Depois de dez episódios aqui estamos para falar sobre a primeira temporada de “Motherland: Fort Salem“. No texto sobre as primeiras impressões da série, levantei algumas perguntas que provavelmente seriam respondidas ao longo da temporada. Uma delas era sobre a possibilidade de Scylla (Amalia Holm) ter sido ou não usada pelos Spree, fica claro em seu interrogatório que ela não foi, ela entrou para a organização por livre e espontânea vontade, e concorda com os métodos do grupo para demonstrar sua insatisfação com a servidão das bruxas ao governo americano.
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Também questionei o contexto da morte da mãe de Raelle (Taylor Hickson), quem a matou e se ela realmente estaria morta. Para a minha não surpresa, a genitora da bruxinha rebelde, não só está viva, como é líder do Spree. Particularmente, o aparecimento da mãe dela não me surpreendeu em nada, na verdade já esperava que ela estivesse viva, por conta da missão da Scylla ser especificamente trazê-la para os Spree.
Outro ponto controverso é o ritmo da narrativa para alguns enredos, o primeiro deles é o romance entre as duas citadas acima. O relacionamento delas aconteceu muito rápido, e não convenceu muita gente de que aquele amor era profundo. Além disso, a demora do Spree em realizar ataques me fez questionar a importância deles e até a ânsia em combatê-los, se o enredo girasse apenas em torno disto, provavelmente a produção teria morrido.
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A temporada nos bombardeou de informações, entramos num novo mundo e todo episódio acrescentavam mais elementos (Conselho de guerra, os Tarin, Spree, Carmarilla), e isto incomodou, porque eles foram introduzidos e não foram aproveitados, e também por desfavorecer outros enredos de serem melhores desenvolvidos, como o trio Abigail (Ashley Nicole Williams), Tally (Jessica Sutton) e Raelle. No final da temporada a unidade Bellweather estava mais unidade do que nunca, o que gerou o questionamento de quando isto aconteceu, porque nenhuma das personagens, com exceção de Tally, amadureceu o suficiente para tal fato. Faltou substância para demonstrar que esta amizade é inabalável ao ponto de haver sacríficos.
Alguns personagens se destacaram ao longo da temporada e são eles: Tally e Anacostia (Demetria McKinney). A primeira é altruísta e gentil, através de suas ações ela expõe que está disposta a se sacrificar por qualquer um, não importando quem seja e que atitudes tenha tomado, e demonstra tal fato a todo momento, especialmente no episódio final da temporada, onde abdica de sua vitalidade para manter a General Alder (Lyne Renée) viva. Apesar de muita gente, inclusive eu, ter ficado arrasada com seu sacrifício, ela era a única capaz de tal ato. Não fico totalmente triste com isso, porque acredito que agora que ela tem acesso a Alder, certeza que ela irá impedir qualquer ação ruim da General.
Assim como Tally, Anacostia é exemplar. Ela é uma líder de verdade, consegue destacar suas qualidade e corrigir seus defeitos. Apesar de ter uma postura rígida, ela é acolhedora e acaba se tornando um ponto de segurança para as cadetes. A sargento também é importante por conseguir movimentar a trama, graças a mesma um dos esconderijos do Spree é revelado. Torcemos para que tenha ainda mais espaço na segunda temporada.
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Outra personagem que deixou os espectadores intrigados foi a poderosíssima General Alder. Por parte da temporada acreditamos que o intuito dela era proteger a comunidade bruxa, porém com o passar dos episódios, percebemos que ela está mais preocupada em se manter no poder, e fará qualquer coisa para garantir isso. Já passou da hora de outra pessoa assumir a liderança e assim realizar algumas mudanças na estrutura e no próprio acordo feito há 300 anos. Afinal, apesar de haver toda esta atmosfera de orgulho, a verdade é que essas bruxas não está servindo por escolha, e sim obrigação.
Como dito anteriormente, a trama introduziu muitos elementos, e não soube aproveitá-los. Logo no primeiro episódio, a narrativa mostra que o perigo iminente é a organização terrorista Spree. O grupo é mencionado em diversas ocasiões ao longo da produção, porém não é exterminado. A temporada acaba e eles continuam presentes planejando ataques com seus balãozinhos. O problema é que apesar da série já possuir um vilão, eles introduziram outro: os Carmarilla. Considerados caçadores de bruxas, eles retornam após décadas desaparecidos e começam a atacá-las usando as mesmas armas que elas. A questão é, por que você vai apresentar outro vilão se você ainda não conseguiu acabar com o primeiro? A única resposta plausível para isso é demonstrar que o mundo militar lida com diversos perigos constantemente. Mas acredito que a série deveria enfrentar uma ameaça por vez para não criar confusão e quem sabe se perder.
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No geral, a primeira temporada foi boa, mas ainda há ajustes que precisam ser feitos para torná-la ainda mais incrível.