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Primeiras Impressões | Home Economics – produção com potencial que vale seu tempo

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O canal ABC virou a casa das comédias familiares. Nos últimos anos, eles trouxeram séries de grande sucesso como “Black-ish”, “Fresh Off the Boat” e “Modern Family”. A fórmula está lá, eles sabem como usar e sempre tentam abordar o subgênero com novas roupagens, trazendo novos temas à tona. Nem sempre o sucesso vem, mas temos boas opções. Nesta temporada, a nova aposta do canal americano é “Home Economics”.

A série acompanha a relação de três irmãos (interpretados por Topher Grace, Caitlin McGee e Jimmy Tatro) e a situação financeira de cada um: um pai solteiro, recentemente divorciado e extremamente rico; um escritor tentando escrever um novo best-seller depois do fracasso do último livro, classe média com três filhos; e a irmã desempregada, vivendo em um apartamento minúsculo com a esposa e duas crianças.

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Apesar de tentar abordar a conexão entre a família a partir de uma visão diferenciada, trabalhando em cima da classe econômica de cada um e a relação que eles tem com dinheiro, a série acaba caindo no básico. Neste primeiro episódio, não foi possível ver uma identidade marcante que consiga se destacar no meio de tantas outras produções com temáticas parecidas. Ela traz elementos que já estamos acostumados a ver em narrativas familiares e com uma forte influência de “Modern Family” na dinâmica entre os personagens.

Mesmo fazendo o básico, a série consegue entregar um bom básico. Em um episódio bem estruturado, “Home Economics” é aquele entretenimento que a gente busca em um tempo sem nada para fazer, uma trama para assistir sem grande compromisso, mas que vai conseguir (provavelmente) tirar um sorriso do seu rosto. E para um começo, isso pode ser o suficiente para manter o público enquanto encontra de fato o seu caminho, algo que genuinamente acredito que ela tem potencial.

Mesmo ainda faltando algo na identidade, a ideia de abordar a diferença econômica de cada família pode trazer uma sensação de realismo que por muitas vezes sinto falta em produções seriadas. Ela não tenta trazer o humor em cima da falta de dinheiro de forma exagerada, mas sim abordando problemas corriqueiros do dia a dia. Isso é algo que, se explorado da maneira certa, pode render excelentes discussões.

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Além disso, “Home Economics” possui um elemento fundamental em séries familiares: a química do elenco. Não apenas entre os três irmãos, mas também nos casais. Karla Souza e Sasheer Zamata completam o elenco como as esposas de Tom (personagem de Topher Grace) e Sarah (interpretada por Caitlin McGee), respectivamente. A interação entre eles funciona perfeitamente, e até mesmo Tom, que com certeza é o personagem que mais me irritou neste primeiro episódio, conseguiu ter seus melhores momentos ao lado da esposa.

Preciso de um parágrafo apenas para elogiar Karla Souza. Sinceramente, não conseguia gostar dela em “How to Get Away with Murder”, mas aqui ela encontrou um excelente espaço e foi a melhor coisa deste começo da série. Ela tem um ótimo timing para a comédia e espero que a obsessão da personagem por podcasts de crimes ainda renda bons momentos.

Voltando para os casais, preciso destacar também Sarah e Denise (personagem da Zamata). É incrível poder ver um casal formado por duas mulheres em uma produção como essa. Apesar de parecer o mínimo a presença de pessoas LGBTQIA+ na televisão hoje em dia, mesmo assim ainda existem barreiras. Então ver uma comédia familiar, um subgênero que faz parte do cotidiano de todo fã de série, com um casal bem estabelecido, uma família, com filhos e tudo mais, é realmente algo importante. E isso entre o elenco principal, não apenas um coadjuvante.

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Apesar de não conseguir se estabelecer como uma grande trama já em seu piloto (e convenhamos, isso não é uma tarefa fácil), “Home Economics” tem espaço para evoluir para algo além e conquistar de fato seu espaço. Não sei até que ponto a série vai conseguir sustentar esse plot da diferença econômica dos personagens, mas espero que eles consigam encontrar uma identidade e sair do mais do mesmo.

Jornalista nascida no Rio de Janeiro e atualmente morando em Fortaleza. Cresceu assistindo filmes da Sessão da Tarde, Dragon Ball e Xena: A Princesa Guerreira. Constantemente falando coisas aleatórias sobre cinema, televisão e música.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando