Não é novidade que conteúdo LGBTQ+ ainda é escasso, mas apesar disto as pessoas que lutam pela causa tentam todos os dias reverter este quadro para que a representatividade em todos os meios cresça cada dia mais. O único problema é que neste ano, apesar de todas as tentativas, os conteúdos artísticos estão precisando lutar mais que o dobro para que possam ser vistos. Isto está acontecendo porque hoje, século XXI, ainda se julga como impróprios conteúdos que contenham alguma relação com a comunidade.
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O ápice desse julgamento foi a tentativa de recolhimento de todos os materiais que pudessem conter qualquer ligação LGBTQ+ da Bienal do Livro no Rio de Janeiro, é claro que mais uma vez a arte resistiu e conseguiram reverter a situação com uma grande venda desses materiais, além da distribuição gratuita que o Felipe Neto (Youtuber) proporcionou no dia seguinte a tentativa de recolhimento.
No entanto, a situação não parou por aí e continua a assombrar de algumas formas a área das artes e agora começa a atingir o teatro nacional. Recentemente, a peça teatral “Lembro todo dia de você” que iria estrear no Rio de Janeiro, na Caixa Cultural, foi cancelada em cima da data de abertura e causou uma grande suspeita de repressão diante da temática, já que traz um forte conteúdo LGBTQ+ em seu roteiro. Além desta, a peça “Gritos” que traz uma personagem trans em sua trama e que estrearia em Brasília também foi cancelada em cima da hora.
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Atualmente não tem como não se preocupar com essas fortes tentativas de repressão ao conteúdo LGBTQ+ e para além dele, pois outras peças que abordavam assuntos como censura e ditadura foram também canceladas.
Esses acontecimentos precisam ser pensados com seriedade. A arte é a forma fundamental de expressão na nossa sociedade que resiste e já resistiu por muitos momentos de escuridão que vivenciamos e para nós da comunidade LGBTQ+ a arte sempre foi um apoio, onde pudemos encontrar a nossa representatividade e marcar a nossa existência e a nossa resistência também.
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Mesmo com todo silenciamento existente nos períodos de repressão extrema que vivemos no Brasil, ela conseguiu sobreviver e lutar em nome de todas as pessoas que precisavam dela, inclusive os LGBTQ+. E no nosso momento atual não seria diferente, mesmo com as sérias tentativas de silenciamento, o teatro, a música, a literatura, os filmes e as séries resistem tentando quebrar o péssimo estereótipo criado há anos pela sociedade que todo conteúdo LGBTQ+ é impróprio para o mundo.
A arte luta pela comunidade e ao lado dela, artistas LGBTQ+ estão na tentativa incansável de resistir todos os dias em meio ao silenciamento, desta forma trazem uma grande esperança de reversão desse quadro em um futuro bem próximo.