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Especial Aniversário | Prazer, sou bissexual!

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Fiquei pensando em maneiras de iniciar este texto, tentei ser engraçada, tentei falar de fadas, de bruxas, usar rimas e feitiços para explicar como bissexuais são criados. Depois tentei usar frases prontas, citar autores e artistas… Mas no fim, a verdade é simples: prazer, sou bissexual!

Resumão | The 100 – We are back bitches!

Minha realidade nem sempre foi clara e objetiva. Durante muito tempo fiquei no escuro. A falta de informação e de referências LGBTQIA+ fizeram com que passasse minha adolescência sem saber da existência da comunidade e que poderia fazer parte dela. Cresci achando que só poderia amar, namorar e ficar com garotos, nunca passou pela minha cabeça a ideia de ter relacionamentos com mulheres.

As coisas começaram a mudar quando entrei para faculdade e conheci minha primeira amiga lésbica. Ao compartilhar suas experiências comigo, ela despertou algo dentro de mim que eu não fazia ideia que existia, e antes que vocês achem: não, eu não estava apaixonada por ela! Esta história não é sobre paixões platônicas por melhores amigas, e sim, uma história onde eu me apaixono por mim mesma.

Como a excelente nerd que sou, comecei minhas pesquisas para compreender o que afinal se passava dentro de mim. Realizei pesquisas muitas sérias e profundas no Youtube, que me levaram a gastar horas assistindo ao vídeo da Megan Fox beijando Amanda Seyfried… Mas calma! Era tudo pelo bem da ciência!

LesB Indica | Good Trouble – mais uma para os amantes da família Adams-Foster

Enquanto revezava entre “Garota Infernal” e “Cisne Negro”, o destino me levou até “Lost Girl”. A série canadense acompanhava a vida da sedutora Bo (Anna Silk), uma jovem adulta que, subitamente, descobre ser uma súcubo, um ser que se alimenta da energia sexual de outros seres. Então, a jovem embarca em uma busca pela verdade sobre suas origens, fugindo de seus desejos sexuais e prometendo ajudar todos que cruzarem seu caminho.

Apesar dos efeitos e das escolhas duvidosas dos roteiristas, a série foi um divisor de águas para mim.  Eu projetei muito do que sentia na personagem da Anna Silk. Enquanto minha sexualidade despertava, Bo tomava conhecimento dos seus poderes. De um lado, ela enfrentava as dificuldades de estar entrando no mundo dos Faes e, eu dava os primeiros passos dentro da comunidade LGBTQIA+.

Quatro anos após o encontro com meu primeiro amor, “Lost Girl”, me deparei com uma nova paixão: Carmilla. Se você é da comunidade lgbetere fanfiqueira do twitter certamente você conhece esta websérie. A jovem idealista Laura Hollis (Elise Bauman) só queria encontrar sua colega de quarto desaparecida, no entanto sua busca resulta numa namorada vampira com problemas matriarcais e apocalípticos.

Resenha | Princesa da Magia – como se fosse uma animação da sessão da tarde

A produção logo foi abraçada pela comunidade e se tornou uma das principais referências de conteúdo com representatividade positiva. Enquanto “Carmilla” era reconhecida e aclamada, eu ganhava amigos. Passei muito tempo sozinha no meu mundinho sem ter com quem conversar sobre meus conflitos, sobre os meus ships, sobre as minhas frustrações, principalmente, não tinha amigos que compreendesse o que é ser LGBTQIA+, e “Carmilla” me entregou isto.

A pequena websérie me trouxe o sentindo de comunidade, me fez perceber que não estava sozinha e que havia outros jovens como eu. Finalmente estava em casa! Sou muito grata pelas amizades que essa época me proporcionou, e ainda mais agradecida pela Natasha e pela Elise. Ao se assumir publicamente, elas se tornaram grandes referências para mim e, principalmente, para outros jovens que acreditam que estão sozinhos e com medo de assumir suas sexualidades.

Se “Carmilla” me fez acreditar em finais felizes, Clexa me trouxe para realidade. A morte de Lexa (Alycia Debnam-Carey), além de partir meu coração, me tornou mais consciente sobre os problemas da comunidade e de sua representatividade na mídia. Antes eu era apenas uma garota que buscava conforto nas séries, depois da Lexa minha visão sobre a comunidade e sua relação com a nossa sociedade se ampliou. Este foi o gatilho para que fosse em busca de informações sobre nós, e isto foi importantíssimo para que pudesse não só afirmar minha bissexualidade com mais segurança, mas também defender nossos direitos. Talvez eu não me torne um grande ícone LGBTQIA+ como a Lexa, mas se eu atingir pelo menos uma pessoa, ficarei extremamente feliz.

Resenha | Amor(es) Verdadeiro(s) – será possível amar duas pessoas ao mesmo tempo

Após um longo período de luto, cheio de tags enfurecidas e lamentações no twitter, me encontrava novamente apaixonada. A responsável pela minha felicidade era nada mais nada menos que: Alex Danvers (Chyler Leigh). Caminhei um longo período até encontrar uma personagem com quem me identificasse verdadeiramente. Além do fato de termos passado um longo período sem entender nossas sexualidades, eu e Alex compartilhamos um profundo amor por nossos irmãos mais novos, sendo capazes de dedicar suas próprias vidas a eles.

Cada fala, cada jeito, a maneira como ela reagia a certas situações, via aquilo e pensava “MEU DEUS EU FARIA MUITO ISSO”. Ela me atingiu profundamente quando disse a Maggie: “Durante minha vida toda eu fui perfeita. Notas perfeitas, trabalho perfeito, a irmã perfeita […]. Mas a única coisa na vida que nunca perfeita foi namorar.”. Para mim era frustrante não entender o que tinha de errado comigo, mas depois de um tempo, eu e Alex percebemos que não havia nada fora do lugar, a gente só estava presa na heteronormatividade compulsória.

Apesar das minhas principais influências terem sido mulheres lésbicas, isso não apaga a minha bissexualidade. Cada uma delas teve sua importância para que me sentisse confortável em assumir minha paixão por mulheres. Já tinha passado boa parte da vida achando que só pode beijar homens, então eu mais do que nunca precisava da ajuda delas para tornar o jogo mais justo e equilibrar as coisas!

Review | Harley Quinn – Primeira Temporada

Muita coisa mudou desde quando vi Megan Fox beijar Amanda Seyfried. Eu me tornei uma grande bissexual que não perde a oportunidade de falar de seus ships, que ama escrever para este site e interagir com vocês. Eu amo a mulher que estou me tornando e espero que mais de vocês consigam encontrar sua própria paz assim como encontrei a minha.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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