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Sete peças teatrais com personagens femininas LGBTQIA+ que você precisa conhecer

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Hoje listaremos oito peças teatrais entre farsas, comédias, dramas e musicais com personagens LGBTQIA+ que vocês precisam assistir. Afinal, quem não gosta de ir ao teatro e ver o rumo de novas histórias ao vivo e a cores?

“A Mancha Roxa”

Com linguagem crua e direta, criada na década de 80, com uma temática muito atual. “A Mancha Roxa” conta a história da AIDS dentro do sistema penitenciário Brasileiro e a indiferença do Estado com a saúde pública de mulheres presas. A narrativa mostra seis mulheres encarceradas, cada uma com vivências diferentes, que se relacionam entre si e se descobrem com a “a mancha roxa” (representando um dos sintomas da AIDS).

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“Rent”

“Rent” é um musical que revolucionou a Broadway. Criado por Jonathan Larson, a produção retrata os anos 80 de Nova York e as dificuldades de amigos em sobreviver na parte periférica da cidade. Abordando questões que marcaram a época como desemprego, uso de drogas, homosexualidade, libertação sexual e a AIDS. Dentro da narrativa temos a excêntrica Maureen e Joanne como um casal e pode ter certeza que risadas não faltam nas cenas dessas duas. Válido destacar que a peça venceu o Tony Awards como Melhor Musical em 1996.

“A cor púrpura”

A história retrata os 40 anos de vida de Celie, uma mulher afro-americana sobrevivente do abuso e intolerância de seu pai. É uma saga familiar que mostrar uma mulher que, através do amor, encontra forças para triunfar e descobrir a sua voz no mundo, em busca do seu sonho de um dia reencontrar a sua irmã na África. 

Existe um romance sáfico, entretanto, algumas versões antigas da peça e do próprio filme acabam não o retratando da forma que deveria, pois para a sociedade é um imenso tabu a história de duas mulheres negras que se amam. Ou seja, a invisibilidade da mulher negra e LGBTQIA+. Na versão que esteve em cartaz no ano passado em São Paulo e no Rio de Janeiro, é explorado mais esse amor que no livro é retratado.

“Viúva, porém honesta”

Peça teatral de Nelson Rodrigues, a produção é uma farsa, onde o tempo todo o espectador assiste um espetáculo que brinca com o tempo, com diversos flashbacks do passado. 

Neste é contada a história do Dr. J.B. Albuquerque, diretor de um dos jornais mais influentes do país, que tenta convencer a sua filha viúva a deixar a viuvísse e voltar a viver como uma mulher desimpedida, por ter apenas 15 anos de idade. Uma narrativa com falas e reviravoltas extremamente cômicas, até porque descobrimos uma verdade sobre o falecido e que a viuvinha tinha um caso com sua melhor amiga.

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“Prom”

“Prom” é uma peça da Broadway inspirado em uma história real, contando a trama de uma jovem que foi impedida de participar do baile de formatura da escola, porque queria levar sua namorada como acompanhante. Uma produção com diversas reviravoltas e que retrata o ensino médio estadunidense e o preconceito da cidade pequena. 

“L O Musical”

Este musical esteve em cartaz no Brasil no ano de 2015, foi dirigido e escrito por Sérgio Maggio e protagonizado por mulheres negras. A peça celebra o amor entre mulheres ao som de vozes femininas da MPB. Com grandes canções que embalam o romance entre mulheres, a história retrata pautas como a liberdade, o desejo, os afetos e a identidade humana, criando uma reflexão sobre as delícias e conflitos do amor sáfico. 

“Cinco Julias”

Peça criada por Matheus Souza, inspirada em um livro e que entrou em cartaz no ano de 2016, a narrativa retrata as vivências de cinco mulheres com o mesmo nome, Júlia. Ao longo da produção, essas mulheres tentam fugir dos seus segredos após hackers invadirem as principais redes sociais do mundo. Em meio à fuga das “Cinco Júlias”, duas delas acabam se apaixonando perdidamente e ligando suas histórias em uma única.

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E aí, gostaram das sugestões? Garanto que pelo menos uma peça chamará sua atenção.

Viviane Marques é paulistana, formada em marketing e amante da arte. Atualmente estuda teatro para formação e é bailarina por paixão. Vive em constante desconstrução e escrever é uma forma de sobreviver ao dia a dia e as constantes mudanças no mundo.

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Cinema

Crítica | Badhaai Do: Casamento por Conveniência – produção que aquece o coração

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“Badhaai Do: Casamento por Conveniência” se passa na Índia e é dirigido e roteirizado por Harshavardhan Kulkarni. Cansados da pressão familiar para que se casem, Sumi (Bhumi Pednekar), professora de educação física e lésbica, e Shardul (Rajkummar Rao), um policial gay, decidem se casar e viver um casamento de fachada.

O longa tem duas horas e meia de duração, mas não chega a ser maçante. Com muita comédia, momentos musicais e cenas fofas (tanto de Sumi com sua namorada quanto de Shardul com seus namorados), a narrativa, mesmo tratando de um tema delicado em uma sociedade fechada para sexualidades além da heteronormatividade, ainda é leve e nos deixa com o coração quentinho.

Honestamente, amo musicais e filmes que têm trilhas sonoras que conversam com a narrativa, e “Badhaai Do: Casamento por Conveniência” entrega isso. As músicas complementam a história e trazem todo o charme dos filmes indianos, com direito a flash mobs em que os atores entregam tudo na dança, até o espectador fica com vontade de dançar junto.

Crítica | Crush: Amor Colorido – uma comédia romântica que aquece o coração

Ao longo da trama, o que era apenas uma convivência forçada se torna uma amizade entre Sumi e Shardul. Eles, que não conviviam com mais pessoas da comunidade, acabam se tornando uma rede de apoio um para o outro. Gostaria de ter visto mais disso no filme, já que, de todas as relações existentes, essa é uma das mais interessantes e menos exploradas.

Sumi é uma mulher lésbica sem muita experiência em flertar com outras mulheres e sem amigas sáficas para compartilhar as dores e delícias de amar mulheres. Durante o início do filme, conseguimos acompanhar essa jornada solitária: a procura por um amor em aplicativos de relacionamento, os passeios sozinha durante a lua de mel e as decepções amorosas. É bonita a narrativa da Sumi, e é muito gostoso acompanhá-la se apaixonando.

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“Badhaai Do: Casamento por Conveniência”, apesar de ser um filme de comédia, toca em pontos importantes da vivência LGBTQIA+ dentro do armário e também da vivência lésbica. É um filme em que você ri, chora, se apaixona pelos personagens e, no fim, termina de coração quentinho, querendo assistir de novo.

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Cinema

Crítica | Brenda Lee e o Palácio das Princesas – um musical bibliográfico que vale a pena

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“Brenda Lee e o Palácio das Princesas” é um musical bibliográfico que conta a história da ativista transgênero, Brenda Lee. O filme é uma peça teatral, que foi adaptada para o audiovisual, e carrega muito das duas linguagens, mesmo com muitos diálogos a narrativa, não fica cansativo, já que intercala com músicas cantadas pelas próprias atrizes.

LesB Saúde | Prevenção de ISTs para mulheres

O longa é gravado em uma espécie de galpão, que é dividido em cenários pequenos e com poucos objetos cenográficos, brincando com a imaginação dos espectadores. O cenário onde acontecem a maioria dos momentos musicais do filme, por exemplo, é feito com uma cortina de franjas que reflete a cor das luzes que estão sendo usadas na cena e isso faz a magia dessas cenas acontecer. 

Sobre a fotografia, é interessante perceber que vemos câmera fixa nos momentos de entrevista com a Brenda Lee, remetendo a linguagem documental, já em outros, temos a câmera bem solta acompanhando o andar das personagens, principalmente nas cenas musicais. As músicas de “Brenda Lee e o Palácio das Princesas” são um espetáculo à parte, sendo muito bem interpretadas pelas atrizes e com boas composições que compõem a narrativa. 

O longa tem três diretores diferentes, Zé Henrique de Paula, como diretor geral da obra; Laerte Késsimos, como direção audiovisual; e Fernanda Maia, como direção musical. Possuir três diretores em uma mesma obra, mesmo que em áreas diferentes, é um grande desafio, mas os três trabalharam bem juntos e conseguiram imprimir todas as linguagens que se propuseram a usar.

Brenda Lee foi uma figura real e muito importante durante a pandemia de HIV/Aids aqui no Brasil, inaugurando o Palácio das Princesas, a primeira casa de acolhimento para pessoas soro positivo na década de 80. Esse filme é uma grande homenagem a sua história e luta.

Resenha | De repente, namoradas – um romance leve que vale a pena

É importante lembrar das pessoas que lutaram antes, para que, hoje, possamos existir mais livremente.

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Cinema

Crítica | Morte Morte Morte – terror e comédia em uma narrativa cativante e desafiadora

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“Morte Morte Morte” (“Bodies Bodies Bodies”) é um filme que mescla os gêneros de terror e comédia, provocando tensão nos espectadores e risadas genuínas. Após um período afastada de seus amigos, Sophie (Amandla Stenberg) decide que ir à festa que estão organizando durante um furacão é uma boa oportunidade para se reaproximar e entender como está sua relação com a própria família. Quando a noite cai e o tédio começa a aparecer, Sophie propõe que joguem um jogo chamado Bodies Bodies Bodies.

Dirigido pela cineasta holandesa Halina Reijn, também responsável por “Instinto” (2019), e produzido pela A24, conhecida por filmes como “Pearl” e “Midsommar” o filme conta com as atrizes Amandla Stenberg e Maria Bakalova, interpretando Bee, namorada de Sophie. Além disso, o comediante Pete Davison também participa, interpretando David, um dos amigos de Sophie.

O roteiro segue uma narrativa cíclica, acompanhando a dinâmica do jogo Bodies Bodies Bodies, no qual os personagens encontram um corpo, gritam e começam a discutir sobre quem é o assassino. Utilizando áudios do TikTok e algumas discussões triviais, mas que são extremamente importantes para os personagens, o roteiro satiriza a geração Z, trazendo o tom cômico do filme. É um roteiro simples, mas eficaz.

LesB Indica | The Morning Show – uma produção brilhante e certeira

Com uma fotografia intrigante que utiliza lanternas, celulares e pulseiras neon como métodos de iluminação, o filme se torna ainda mais misterioso, deixando boa parte do que é visto na tela em completa escuridão. Para além da iluminação, uma cena que chamou bastante a atenção é aquela que ocorre dentro do carro, em que a câmera fica fixa no meio dos personagens e gira para mostrar a reação de cada um diante dos acontecimentos.

LesB Cast | Temporada 3 Episódio 07 – tudo sobre “Com Carinho, Kitty”

Em “Morte Morte Morte”, Sophie é lésbica. No entanto, esse não é o ponto central da personagem. Ela é lésbica, está ciente disso, tem uma namorada e se sente confortável com sua identidade. A trama de Sophie e seus problemas não têm relação direta com sua sexualidade, e é muito interessante assistir a narrativas com jovens adultas sáficas em que o foco principal da trama não seja sua autodescoberta. São narrativas que mostram que temos uma vida para além de nossa sexualidade ou identidade de gênero.

O filme está disponível na plataforma de streaming da HBO Max.

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Bombando