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Pro Mundo (Out!) | Poussey Washington – uma história para sempre recordar

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Poussey (Samira Wiley) era a personagem que todas gostavam. A personagem de riso fácil e muito simpática era basicamente amiga de todas as internas de Litchfield. Conhecedora de uma boa comida e a criadora da Maria Louca (bebida alcoólica feita dentro da cadeia), Poussey Washington era a personagem que você torcia para que tivesse um final feliz, para que o tempo na cadeia fosse refletir em algum bem quando ela saísse. Até hoje, mesmo alguns anos após o término de “Orange Is The New Black”, temos aquela sensação de que ela merecia mais.

Poussey era filha de um militar, então conheceu diversos lugares por conta das constantes mudanças do pai. O motivo da sua prisão: drogas. Mais precisamente, porte de maconha com a intenção de venda. Ela faz sua primeira aparição no segundo episódio da primeira temporada e já deixa sua marca. Sua melhor amiga na prisão é Taystee (Danielle Brooks). As duas sempre estiveram juntas desde o primeiro momento na cadeia e fazem parte do grupo das Garotas Negras junto com Crazy Eyes (Uzo Aduba), Janae (Vicky Jeudy) e Black Cindy (Adrienne C. Moore).

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O período em que Poussey passa na cadeia é pautado por altos e baixos. Ela, uma mulher lésbica assumida, desenvolve um crush por Taystee, mesmo sabendo que não seria correspondida, já que a amiga era hétero. Em determinado momento, esse crush é usado contra ela, quando Vee (Lorraine Toussaint), uma espécie de mãe adotiva de Taystee, entra na cadeia e decide que iria comandar aquele lugar. Ela acaba sendo uma das poucas mulheres negras que não se envolve nos esquemas de Vee e sofre diversas represálias, culminando em uma agressão por Suzanne (Crazy Eyes) que a faz ficar na enfermaria de Litchfield por um tempo. Mesmo após isso, ela enfrenta Vee. 

Por um bom tempo, vemos que, além do crush em Taystee, não houveram outras relações na vida de Poussey Washington (em alguns flashbacks é possível ver o relacionamento dela com a filha do superior do seu pai, na Alemanha, o que causou uma nova mudança em retaliação). Ela estava deprimida, sentindo-se sozinha e se voltou para a própria bebida que fabricava.

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Por acaso, ela salva uma outra interna, Brook Soso (Kimiko Glenn), de uma overdose e cuidando dela, as duas começam a se envolver e aparentemente as coisas começam a melhorar. Durante seu período na cadeia vários outros talentos de Poussey são revelados: ela fala mais de um idioma, tem conhecimento sobre história da arte, além de cantar e cozinhar, o que fica externalizado quando ela conhece Judy King (Blair Brown), a apresentadora do seu programa favorito, que é presa.

Na quarta temporada, as coisas parecem estar ótimas para ela: está prestes a sair, estava feliz no relacionamento com Soso e havia conseguido uma oportunidade fora da prisão para trabalhar com Judy King. Porém, no final, sua história tem o pior dos cenários: ela é morta por um guarda.

A morte de Poussey Washington aconteceu em meio a uma manifestação das internas sobre um melhor tratamento dentro da cadeia. No meio da reivindicação, Suzanne acaba perdendo o controle e Washington tenta acalmá-la, porém acaba sendo contida de maneira violenta pelo guarda Bailey, que a imobilizou no chão, colocando um dos joelhos sobre o seu pescoço. É nesse momento que a vemos repetir, diversas vezes, que não está conseguindo respirar até o momento em que morre asfixiada.

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O fato, uma alusão à morte violenta de Eric Garner, nos EUA, também asfixiado, e a repetição das palavras “eu não consigo respirar” proferidas por ele, foi chocante e os eventos das duas temporadas seguintes foram basicamente consequências desse dia. Toda a rebelião foi organizada pelas amigas dela, o guarda Bailey saiu de Litchfield e chegou a tentar falar com o pai dela, mas ele não quis nada com ele.

Taystee sofre a morte de Poussey, assim como Soso, até o último episódio, mas também durante todos os problemas que aconteceram com ela, Taystee encontrou um jeito de honrar a amiga. Com a ajuda de Judy King e Joe Caputo (Nick Sandow), fora da prisão, eles criam um fundo em nome da personagem da Samira para que presidiárias recém-saídas da cadeia tenham ajuda. Apesar da morte ter ocorrido no quarto ano da série, ela ainda aparece em forma de flashbacks, sendo um desses ocorrendo uma cena em que termina com ela dando um sorriso, como se quebrasse a quarta parede.

O fundo de ajuda, idealizado na produção, foi criado também no mundo real, como uma espécie de vaquinha virtual chamado The Poussey Washington Fund com o mesmo intuito de ajudar mulheres que estavam no sistema.

Apesar de não ser uma personagem central, era querida, e com certeza, muitos esperavam que ela realmente tivesse um futuro brilhante fora da prisão, até para que mostrassem que é possível sim, ter algo bom para quem é dado uma oportunidade.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando