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Pro Mundo (Out!) | Sterling Wesley – um exemplo de representatividade bissexual

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A este ponto você provavelmente já ouviu falar da série da Netflix “Caçadoras de Recompensas”, a nova febre teen do twitter. E caso não tenha, um ponto importante de se ressaltar é a atmosfera da história, que se passa num contexto religioso e conservador do sul dos Estados Unidos.

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Logo nos primeiros momentos da série, vemos Sterling (Maddie Phillips) e seu namorado de longa data, Luke (Spencer House), se pegando dentro de um carro e discutindo se deveriam ou não fazer sexo pela primeira vez, o que acaba acontecendo. A partir disso, percebemos que a jovem vive em um meio cheio de tabus sexuais.

Após todos descobrirem que os mesmos estavam tendo relações intimas antes do casamento, os dois são obrigados pelos pais a ficarem um tempo separados, e a garota tem uma conversa importante com sua mãe, Debbie (Virginia Williams), que a deixa mais segura de si mesma apesar de tudo. Independente do contexto em que vivem, a família Wesley é um exemplo de que religião não deveria interferir nas vontades e convicções das pessoas.

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Nos episódios seguintes, não há muitos indícios de um novo interesse amoroso na vida de Sterling, que está focada em seu trabalho como caçadora de recompensa ao lado de sua irmã, Blair (Anjelica Fellini), e ainda pensando em futuramente voltar com Luke. Entretanto, uma relação que se destaca é a da garota com sua ex-amiga de infância e atual “rival”, April Stevens (Devon Hales).

Depois de um tempo e enquanto sua irmã se apaixona verdadeiramente pela primeira vez, a garota percebe que estar com o Luke agora não parece mais certo para ela, principalmente pelos dois terem começado a namorar ainda quando crianças. Quando isso acontece, há também uma mudança nas suas visões sobre a própria vida sexual, como por exemplo o fato de nunca ter tido um orgasmo antes ou ao menos se masturbado.

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Após um momento de tensão com April no corredor da escola, a jovem decide que está no momento de explorar mais isso, se trancando na sala do zelador e começando a se tocar. Porém, somente quando atinge seu ápice a mesma percebe que esse tempo todo estava pensando no momento que tinha acabado de acontecer com a outra garota no corredor.

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Vemos então Sterling questionar sua sexualidade e entrar em uma difícil relação com sua colega. Apesar de April se sentir segura sobre sua sexualidade, a mesma não está pronta para que o mundo descubra quem ela realmente é, principalmente por causa de seus pais intolerantes e por sempre ter sido uma menina exemplar para todos ao seu redor, diferente de Sterling, que apesar de ainda estar se descobrindo, se sente segura o suficiente para assumir a outra garota e mostrar para todos que não há problema algum em amar.

A aceitação de Sterling foi algo mostrado de forma muito natural. Num primeiro momento, a garota se sente um pouco insegura, pensando que talvez aquilo fosse algo errado, mas logo esses pensamentos somem depois de uma conversa com sua namorada. Ao contar para Blair, a garota descreve sua sexualidade como sendo a parte “azul, rosa e roxa” de um círculo cromático, fazendo uma relação à bandeira bi sem ainda estar certa de como se identificar e se expressar sobre isso.

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Resumindo, personagens como Sterling Wesley nos fazem lembrar que independente do contexto religioso e social em que vivemos, nossa sexualidade não deveria ser um problema e não devemos explicações para ninguém sobre isso. Principalmente em um país como o Brasil, onde boa parte da população é cristã e conservadora, esse tipo de representatividade é muito importante para mostrar que somos válidas e não estamos sozinhas.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

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A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando