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Entrevista com Priscilla Pugliese sobre a nova temporada de “A Melhor Amiga da Noiva”

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A produção brasileira “A Melhor Amiga da Noiva”, websérie de sucesso entre 2017 e 2018, retornou para mais uma temporada neste ano. A história acompanha duas amigas, Fernanda (Priscilla Pugliese) e Juliana (Natalie Smith), que percebem que algo além da amizade está surgindo entre elas, o que pode mudar todo o rumo de suas vidas.

Conversamos com a protagonista, Priscilla Pugliese, sobre a terceira temporada, sua personagem, a relação de Fernanda e Juliana e quais foram os desafios de produzir independentemente no meio de uma pandemia e recursos escassos. Confira:

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Bruna Fentanes: Sabemos que a websérie “A Melhor Amiga da Noiva” é um grande sucesso da Ponto Ação e muito amada pelo público. No papel de roteirista, como foi retornar a história depois de tanto tempo e não perder a essência do casal?

Priscilla Pugliese: Eu acho que mais que a essência do casal é a essência da história. Foi muito difícil entender como retornar. É o que sempre falávamos, a melhor amiga da noiva já se casou com a noiva. Como continuar? Foi um processo em que entendemos que iríamos sair desse ponto de ser apenas a melhor amiga da noiva e sim, a ser uma série em que mostraremos um cotidiano de determinados personagens e falaremos sobre assuntos importantes. A partir daí tudo começou a funcionar. Não é bem abandonar o título, mas por que não ampliar essa história? Não vamos falar sobre o casamento, mas sim sobre duas mulheres, casadas e mães.

BF: Nesta nova temporada, observamos uma Fernanda mais madura e claramente abalada por alguns problemas pessoais. Quais foram os maiores desafios para dar vida à personagem novamente?

PP: Fernanda já faz parte de mim. Já conheço cada pedaço dela, mas talvez eu não conhecia a Fernanda que deixa mostrar esse sentimento de que precisa de ajuda e colo. Ela sempre foi alguém que cuida e abraça, mas nesse momento é ela quem precisa de cuidado. O desafio foi entender como atriz, que dentro daquela personagem forte, existia uma frágil. Também não acho que tenha sido muito difícil, é como se a personagem já estivesse dentro de mim e eu vivesse aquela história.

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BF: Produção independente é difícil, no cenário de pandemia deve ser ainda mais. Quais foram os maiores obstáculos de gravar e produzir com espaços e possibilidades reduzidas?

PP: Quando decidimos fazer foi justamente porque estamos vivendo uma pandemia. Temos consciência de que não tem como gravar “Dark Paradise” e The Stripper, porque são grandes produções e não conseguiríamos cuidar de uma equipe gigantesca. Por isso, decidimos voltar com “A Melhor Amiga da Noiva”. Tínhamos total consciência de que não poderíamos fazer com uma equipe com todos os setores preenchidos, desta forma nosso maior obstáculo foi esse. Por exemplo, não tínhamos um operador de áudio, precisamos da ajuda de algum ator que não entendia totalmente essa função. Quem fez a produção de set era o próprio diretor ou um ator disponível. Esse foi o desafio, mas ao mesmo tempo é como uma produção independente. Às vezes vivemos isso com ou sem pandemia. Mas, além de tudo, às vezes precisaríamos de uma gravação externa e tínhamos que procurar ruas vazias. Conseguimos adaptar bem a série porque pede algo mais tranquilo, se fosse outra produção talvez não conseguiríamos fazer.

BF: Entre uma temporada e outra podemos observar mudanças na sua personagem e no elenco como todo. Qual a maior transformação e aprendizado que você levou da Fernanda neste ano?

PP: Acho que a maior transformação foi esse lado frágil que ela apresenta nessa temporada. E o maior aprendizado foi entender que todos nós podemos ser fortes, mas que, às vezes, precisamos de carinho e de ser cuidado. Tudo bem isso, somos seres humanos. Chorar é ser humano. Ela era muito forte, não chorava, não mostrava esse lado frágil. Às vezes precisamos chorar e desabafar. Não somos uma coisa só, somos tudo. Aprendi exatamente tudo isso. Sou uma pessoa que também abraça muito e às vezes não se permite. Precisamos nos permitir e deixar com que façam um carinho na gente também.

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BF: “A Melhor Amiga da Noiva” é uma websérie muito querida e representa tudo aquilo que a comunidade LGBTQIA+ necessita. Da onde surgiu a ideia de uma nova temporada e qual o sentimento de saber que ainda alcança tantas pessoas positivamente mundo afora?

PP: Não era nosso plano, mas a ideia surgiu em uma reunião onde tentávamos decidir qual seria o novo produto da Ponto Ação. Estávamos cogitando fazer esquetes, curtas-metragens e produções menores, mas falei com os meninos: por que não entender que “A Melhor Amiga da Noiva” acabou, mas que aqueles personagens ainda possuem histórias para contar? É como “A Grande Família”, “Friends” e outras séries que vão muito além de apenas um título. Todos nós queríamos fazer, continuar a história, mas tínhamos esse pensamento. Quando dei essa ideia, os meninos surgiram com vários assuntos que poderíamos abordar e quando vimos, já estávamos escrevendo o roteiro e preparando para gravar.

É muito louco saber que estamos representando algumas pessoas e que elas já passaram por aquilo que os nossos personagens viveram na série. Hoje tentamos ter o maior cuidado possível na hora de escrever um roteiro para que ele possa ser real e não fique longe da realidade das pessoas. Queremos que se identifiquem. O sentimento é de dever cumprido por estarmos fazendo um trabalho legal e atingindo o que sempre sonhamos: representar pessoas pelo mundo.

BF: Sabemos que além de trabalhar como atriz, você tem conhecimento em roteiro, produção e direção. Você está com alguns projetos novos em mente que pode nos contar a respeito?

PP: Literalmente só tenho o conhecimento mesmo, mas nunca estudei de fato (risos). Sim, temos dois projetos na Ponto Ação. Recebi o convite de um há pouco tempo para fazer a direção e fiquei muito feliz. Temos outro projeto também, mas que não posso contar ainda. O que posso dizer é que esse ano ainda vão rolar mais dois projetos na Ponto Ação para a galera. Aproveito aqui para agradecer o espaço de vocês e carinho de sempre com a gente! Obrigada, LesB Out!, vocês são demais e necessárias!

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Você pode conferir todos os episódios da websérie “A Melhor Amiga da Noiva no canal Ponto Ação.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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