“Ginny & Georgia”, novo lançamento da Netflix, apresenta uma mistura de séries já vistas anteriormente. O debate sobre racismo e privilégio de “Little Fires Everywhere”, a história de mãe e filha de “Gilmore Girls” e até mesmo os segredos e mentiras de “Pretty Little Liars”, o que transforma a produção em uma combinação de suspense, drama e comédia.
Depois de perder o ex-marido de forma súbita, Georgia Miller (Brianne Howey e Nikki Roumel quando adolescente) se muda para uma pequena cidade com seus dois filhos, Virginia Miller (Antonia Gentry) e Austin Miller (Diesel La Torraca), na busca de uma vida melhor para sua família. Com a promessa de Georgia para a filha de não sair às pressas para uma nova cidade como sempre, a adolescente começa a criar raízes e ter amigos, como também a mãe consegue um emprego como assistente do prefeito, Paul Randolph (Scott Porter).
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A história de Georgia é dividida entre o passado e o presente, e através de flashbacks, conhecemos a verdadeira identidade da protagonista e os motivos pelos quais a mesma tem certas atitudes, além de ser revelado a razão dela ter engravidado com apenas quinze anos. Brianne Howey entrega uma personagem com diversas camadas, e ainda que ela não seja o estereótipo de “mãe certinha”, o público consegue simpatizar e até mesmo torcer por ela.
Ao contrário da mãe, Virginia, apelidada de Ginny, apresenta cenas, em sua maioria, entediantes. Os únicos momentos que a adolescente se torna interessante são quando está debatendo sobre racismo e luta de classes, excluindo isso, ela não passa de uma garota egoísta, indecisa e mimada.
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Um grande destaque da série é a nova melhor amiga e vizinha de Ginny, Maxine (Sara Waisglass, conhecida pelo seu papel em “Degrassi: Next Class”). A garota é lésbica e sua história não foca no ato de “sair do armário”, mas sim em uma narrativa muito comum entre adolescentes, como primeiro amor, festas e primeira relação sexual.
A primeira temporada de “Ginny & Georgia” conta com dez episódios e, mesmo a trama sendo vários “retalhos” de outras produções e a princípio parecer uma produção teen, ela segue um rumo diferente e apresenta diferentes gêneros, que pode ou não agradar o telespectador. O elenco não é muito chamativo e aqueles que você provavelmente gostaria que tivesse mais tempo de tela, infelizmente, ficam de lado, como o dono da lanchonete, Joe (Raymond Ablack), e a menina com transtorno alimentar, Abby (Katie Douglas).
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“Ginny & Georgia” merece uma chance devido aos debates que a produção provoca como racismo, sexualidade, abuso sexual, saúde mental e também pelo seu diversificado elenco, ao apresentar histórias com personagens LGBTQIA+, negros e deficientes auditivos.