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Resenha | Garotas de neve e vidro – uma leitura envolvente

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Ficha Técnica
Livro: Garotas de neve e vidro
Autora: Melissa Bashardoust
Editora: Plataforma 21
Número de páginas: 422
Ano de Lançamento: 2018


Estreia da americana Melissa Bashardoust na literatura, “Garotas de neve e vidro” é uma releitura envolvente do conhecido conto de fadas, Branca de Neve. Ao longo da narrativa nos encontramos com os clássicos personagens que conhecemos tão bem — o espelho, o caçador, a princesa e a rainha (não tão má) — e com acontecimentos que nos remetem à história original — a fuga da princesa facilitada pelo caçador, o envenenamento (ao estilo Romeu e Julieta) e o culto à beleza.

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Se eles a amarem por alguma coisa, vai ser por sua beleza.

No entanto, em oposição ao conto perpetuado pelos Irmãos Grimm, na história de Melissa Bashardoust, madrasta e enteada têm uma bela relação de confiança e cumplicidade. Lynet, a princesa criada à imagem e semelhança de sua mãe morta, para seguir os seus mesmos passos e assumir o destino que deveria ser dela, vê em Mina, a esposa de seu pai, o exemplo de mulher que queria ser: forte, altiva, impetuosa e invulnerável. Já Mina vê na enteada uma garota corajosa e nenhum pouco frágil, como o Rei acredita que ela seja. No entanto, Lynet também representa tudo o que ela perderá quando a princesa tiver idade suficiente para assumir o trono e tomar o seu lugar como Rainha, mas isso não a impede de desenvolver sentimentos maternais pela menina que viu crescer.

Ela passara anos desejando ser forte, porque achava que a mãe era fraca. Ela queria ser impetuosa e invulnerável como Mina, sem jamais ver que Mina tinha se tornado isso porque precisava se proteger do pai.

Mas além da relação afetuosa, o que também liga Mina e Lynet são os laços de sangue que as duas compartilham. Acontece que Mina, quando mais nova, teve seu coração adoecido e substituído por um coração de vidro, criado por seu pai, o temível mago Gregory, também responsável pela criação de Lynet, seu maior feito, que não nasceu pelos métodos tradicionais, como acredita; a princesa foi criada a partir da neve e, assim como o coração da madrasta, está viva graças ao sangue de Gregory.

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As descobertas de suas criações mudam os rumos das vidas das protagonistas de “Garotas de neve e vidro”. Mina, pela falta de um coração orgânico, é convencida de ser incapaz de amar e ser amada, enquanto Lynet questiona a vida que não pode ter, em função às expectativas criadas sobre ela e a necessidade do seu pai em vê-la como um reflexo da Rainha morta.

Em meio a todos os conflitos psicológicos das personagens, a leitora é apresentada aos conflitos de interesses régios. Um reino dividido em dois: Primavera Branca, no Norte, o lar dos governantes, amaldiçoada a um inverno eterno, em que diz a lenda que foi após uma antiga Rainha, em luto pelo seu filho, se enforcar nos jardins do castelo; e o Sul, de clima mais agradável, mas que só prospera quando Mina, a rainha sulista assume poder sobre a área.

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À leitora fica a pergunta: o que não pode faltar num conto de fadas? Um romance? Um beijo de amor verdadeiro? Pois bem, em “Garotas de neve e vidro” não poderia ser diferente. Melissa Bashardoust não peca em nenhum momento ao nos entregar uma relação coerente e muito bem desenvolvida, que vai te arrancar um sorrisinho bobo, ao mesmo tempo que julgará tudo “tão previsível(!!!!!)”.

Dividida entre os pontos de vista, os de Lynet (no presente) e os de Mina (que está entre o passado e o presente), a narração da obra é rápida e envolvente. De “só mais um capítulo” em “só mais um capítulo”, você só percebe que são cinco horas da manhã quando chega à página 422 morrendo de saudades das protagonistas, porque, pasmem, você devorou a obra e nem viu!

Caririense com orgulho, é graduanda em Letras pela Universidade Regional do Cariri, mas "com diploma de sofrer de outra universidade". É amante de séries, livros, música e poesia. E o que lhe dá prazer é estudar literatura nordestina, ouvindo Belchior e tomando um delicioso suco de manga.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando