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Pro Mundo (Out!) | Adena El-Amin e a importância da representatividade

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Pode conter spoilers

Ao falar de “The Bold Type”, podemos citar diversas características que fazem com que a série seja tão querida: a união entre mulheres, as diferentes pautas discutidas em todos os episódios, as nuances das personagens femininas, a representatividade, etc. A história é focada em três amigas, Jane Sloan (Katie Stevens), Kat Edison (Aisha Dee) e Sutton Brady (Meghann Fahy) que trabalham numa famosa revista feminina chamada “Scarlet”. Entretanto, uma das personagens que mais acrescenta pontos importantes para a produção é Adena El-Amin (Nikohl Boosheri), interesse amoroso de Kat.

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Adena, apesar de ser introduzida logo no primeiro episódio como uma fotógrafa contratada pela Scarlet e se descrevendo como uma “orgulhosa muçulmana lésbica”, só começa a ganhar verdadeiro destaque no quarto capítulo, quando pede para Kat escrever uma carta de referência para que ela pudesse estender seu visto de trabalho no país e, após uma noite divertida, é vítima de xenofobia. Depois do ocorrido, a narrativa começa uma discussão importante sobre como a discriminação com pessoas, principalmente mulheres, estrangeiras e não-brancas funciona, na qual estar do lado certo nem sempre é o suficiente para ser respeitada.

A partir disso também podemos ver a relação de Kat e Adena começar a se desenvolver e como a muçulmana ajuda a outra a entender sua sexualidade, pois até então esta se identificava como uma mulher hétero. Durante as temporadas, o relacionamento das duas passou por altos e baixos, sendo um verdadeiro namoro “montanha-russa” que, apesar disso, explora outros assuntos muito importantes, como sexualidade, identidade racial, religião, autoconhecimento, liberdade e independência emocional.

Apesar de ser recorrente durante três das quatro temporadas até então lançadas, a fotógrafa é uma das principais peças da trama. Adena em todo momento demostra ser uma mulher forte e empoderada, usando o hajib por escolha de provocar a sociedade ocidental, rezando quando quer, abraçando sua identidade sexual e a sexualidade feminina independente do que sua cultura diz, se arriscando para ajudar outras mulheres a se libertarem e se aceitarem, sendo livre, usando seu trabalho como uma ferramenta política e de resistência. Basicamente, a personagem foge de todos os estereótipos de mulher muçulmana quase sempre explorados pela mídia.

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Além dos tópicos já levantados, um assunto extremamente delicado envolvendo-a é apresentado na quarta temporada. Quando mais jovem, ela passou por uma intensa terapia reversiva por seus pais e sua cultura não aceitarem a existência da homossexualidade. O assunto surge após a artista e Kat terem sua matéria sobre um adolescente que se matou por conta disso ser recusada pelos membros do conselho da revista, o que faz com que elas comecem a lutar ainda mais para levantar a discussão nos espaços públicos e acabar com essa prática tão cruel.

Resumindo, Adena é representatividade. Não só para os espectadores, mas também para os personagens da trama. Sua história e suas lutas conversam com a realidade das mais diversas mulheres, já que por mais que sejam baseadas em suas experiências como uma mulher muçulmana imigrante, abrangem muito mais do que isso. Ela nos ensina a importância de se lutar pelo o que acreditamos independente de qualquer coisa.

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A quarta temporada de “The Bold Type” retorna no dia 11 de junho nos Estados Unidos, sendo exibida pelo canal Freeform.

Melissa é estudante de jornalismo. Paulistana e apaixonada por musicais desde pequena, encontrou nas artes um refúgio para ser ela mesma.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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