Navegar na internet é uma das maiores formas de passar o tempo nos dias de hoje, o que acontece ainda mais com a quantidade de mídia que pode ser consumida usando apenas um computador ou smartphone. Assim, séries como de plataformas de streaming são feitas para este acesso, mas não são as únicas. As webséries, histórias feitas para a divulgação na internet mesmo, com episódios menores, ficam cada vez mais comuns.
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E falando de webséries, um importante canal do Youtube com várias dessas séries é o KindaTV. Criado em 2013, faz parte de um grupo de mídia canadense, e tem grande parte das suas produções focadas em pessoas LGBTQIA+ (tanto como público).
E aqui vão algumas indicações deste canal:
“Carmilla” (2014)
A série LGBTQIA+ mais conhecida, e a primeira do canal. “Carmilla” é uma adaptação de um livro de mesmo nome, de Joseph Sheridan Le Fanu, publicado em 1872, e é considerada a primeira história de vampiros. Na websérie, Laura (Elise Bauman) é uma estudante que, após notar que garotas estão desaparecendo em sua universidade, inclusive sua colega de quarto, começa uma investigação com o auxílio de seus amigos. No meio disso, ela recebe outra pessoa para dividir o ambiente, Carmilla (Natasha Negovanlis), uma garota com características estranhas que parece saber mais do que fala sobre os desaparecimentos. Esta produção tem quatro temporadas (sendo uma delas prequel da história inicial), e um filme. Foi uma das primeiras a trazer realmente o público LGBTQIA+ para o foco, e consegue com apenas um ângulo de câmera e um cenário contar uma história muito rica.
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“All for One” (2016)
Baseada no livro “Os Três Mosqueteiros”, de Alexandre Dumas, a websérie adapta acontecimentos da publicação de 1844 para a universidade, fazendo com que seus protagonistas agora sejam femininos. Como um diferencial até para séries LGBTQIA+, esta traz a personagem principal, Dorothy (Gwenlyn Cumyn) (representando D’Artagnan, o quarto mosqueteiro), como bissexual de forma muito aberta, além de respeitar o gênero de seus atores, fazendo com que um dos personagens seja trans com a transição de um dos membros do elenco, lidando com esta questão de forma extremamente natural. Ademais, a produção se utiliza de um formato como se toda a série fosse uma conversa por chamada de vídeo, assim no canto da tela aparece durante o tempo todo um chat que acaba sendo uma história paralela muito divertida (e as vezes uma distração).
“ClaireVoyant” (2018)
Escrita e produzida por duas das atrizes de “Carmilla”, “ClaireVoyant” conta a história de duas amigas e colegas de quarto que, ao ficarem sem dinheiro, resolvem fingir serem videntes e vender suas previsões online. O problema é que uma delas, Claire (Natasha Negovanlis), começa a realmente ter visões e previsões, o que afeta sua vida pessoal e sua nova forma de ganhar dinheiro. Diferente das duas narrativas anteriores, esta não se utiliza mais apenas de um ângulo e um cenário, tendo uma produção diferenciada.
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“Barbelle” (2017)
Que nem a websérie anterior, “Barbelle” também utiliza mais ângulos de câmera e cenários. Esta produção conta a história de duas amigas que, ao trabalharem para lançar uma carreira musical, começam a namorar, e conseguem parte do seu sucesso por serem um casal. O problema começa quando as duas terminam o relacionamento e não querem mais estar na carreira juntas, mas tem que cumprir o contrato que assinaram, fingindo ainda serem um casal. “Barbelle” traz para a sua história muitas músicas, todas originais e que fazem parte real da história, deixando a sua produção ainda mais completa.
“Inhuman Condition” (2016)
Escrita por um dos roteiristas de “All For One”, RJ Lackie, “Inhuman Condition” trás como dois conceitos mais importantes o sobrenatural e a terapia. Em um mundo como o nosso, mas no qual pessoas com características consideradas sobrenaturais existem e todos sabem, mas que a aceitação não é completa, alguns buscam na Dra. Michelle Kessler (Torri Higginson) apoio para lidar com as suas questões, por meio da terapia. Assim como várias outras ficções científicas, a narrativa se baseia em situações da realidade, no caso, o sobrenatural sendo como se lida no “nosso mundo” com pessoas LGBTQIA+, tanto no passado como na atualidade.
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Tanto no KindaTV como em outros canais do Youtube existem várias outras produções em formato websérie fantásticas e de forma gratuita, valendo muito a pena dar uma conferida.