Quando “Glee” surgiu lá em 2009, ninguém imaginava que seria um sucesso tão estrondoso e muito mais que isso, já que a série deu voz e rosto para aqueles que são invisíveis e considerados diferentes na escola.
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Durante seis temporadas “Glee” soube conversar com seu público de forma direta e clara, assim com toques de comédia, drama e muita música, a produção abordou temas pertinentes presente na vida dos jovens, como bullying, gravidez na adolescência, racismo, e especialmente, a sexualidade.
Logo na primeira temporada temos o personagem Kurt Hammel (Chris Colfer), um garoto gay que ama musicais, e por ser afeminado, o personagem sofre bastante bullying na escola, a ponto de ser intitulado como Rainha do Baile do colégio. O arco de Kurt se desenrola durante a série, e o personagem se envolve romanticamente com Blaine (Darren Criss) e que juntos, eles também sofrem bullying por um dos jogadores do time de futebol.
Personagens pioneiros em representatividade LGBTQ+ nos games
A transsexualidade também foi bem discutida em na série. Na terceira temporada é apresentada a treinadora de futebol Shannon Bestie (Dot-Marie Jones), uma mulher que sofre rejeição por parte das pessoas por não ser feminina. Um dos acontecimentos mais marcantes é quando a personagem sofre abuso doméstico do marido, e todas as meninas do coral se unem para dar forças à treinadora.
Quando a mesma retorna na sexta etapa, ela se assume um homem trans e junto à personagem Unique (Alex Newell), a narrativa aborda sobre o processo de transição. Já com Unique vemos a situação que um adolescente trans passa dentro da escola, ao sofrer bullying por se ‘vestir de mulher’ e frequentar o banheiro masculino.
Brittany e Santana
Brittany (Heather Morris) e Santana (Naya Rivera) foram um dos casais mais queridos de “Glee”. A construção do romance das cheerleaders é construído de forma lenta e real, já que no decorrer da série as duas se relacionam com outras pessoas, o que contribuiu para o descobrimento de ambas.
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Santana é uma das personagens mais complexas da criação de Ryan Murphy, a latina é rude e diz o que pensa, sem medo de ofender alguém. Este comportamento é justificado pelos conflitos sobre a sexualidade, já que embora tenha se relacionado com garotos, ela possui sentimentos em relação à Brittany.
Um dos episódios mais emocionantes é quando Santana é forçada a sair do armário. Apesar disso, a personagem é acolhida por seus colegas do clube Glee. A parte mais tocante é quando ela se assume para sua avó, que expulsa a neta de casa e diz não querer mais vê-la. O processo de aceitação da mesma (avó da Santana) demonstra a realidade de muitas famílias que levam anos para aceitar a sexualidade dos seus parentes.
Já Brittany foi essencial para a autoaceitação de Santana, que sempre apoiou a latina com sua doçura e inocência. Ao longo das temporadas, a cheerleader também se envolve romanticamente com rapazes, e se assume como Bi-Unicorn. Apesar deste fato, a bissexualidade da jovem foi bem pouco abordada na produção.
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Apesar dos altos e baixos que a série teve em relação à narrativa, durante os seis de anos de exibição, “Glee” revolucionou trazendo uma abordagem nunca vista na TV americana e por consequência marcou a vida de muitos adolescentes de sua geração.
Larissa Pureza
30 de junho de 2018 at 22:04
Depois de ler essa matéria eu fiquei com vontade de reassistir glee (e dessa vez terminar). Amei o título, apesar de todos os problemas alguma coisa boa o Ryan Murphy realmente fez.