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Na Estante | Boy Meets Girl e a representatividade transexual em filmes

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Dirigido por Eric Schaeffer e estrelado por Michelle Hendley, “Boy Meets Girl” é uma comédia romântica com tons de dramaticidade que se passa numa pequena cidade do estado de Kentucky. Ricky (Hendley) é uma garota que possui ambições e desejos como qualquer menina da sua idade, ela sonha em se tornar estilista e encontrar o amor, no entanto as coisas são mais complicadas porque ela é uma garota trans.

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O título do filme sugere que é mais uma comédia romântica em que um garoto conhece uma garota, porém o longa vai te surpreendendo ao longo da narrativa. Na primeira cena do filme, Ricky e Robby (Michael Welch) estão conversando sobre encontros e relacionamentos. Ricky, que está cansada de ter homens querendo apenas sexo e não amor, cogita a possibilidade de namorar mulheres, é então que Francesca (Alexandra Turshen) surge.

A medida que o relacionamento de Ricky e Francesca vai se desenvolvendo, questões relacionadas a amor, sexo e sexualidade vão surgindo. Há diversas cenas em que Ricky e Robby conversam sobre tais assuntos, um dos pontos altos do filme é o senso de humor da protagonista e a forma sarcástica na qual ela lida com o preconceito, nos proporcionando reflexões plausíveis e boas risadas.

Apesar de se tratar de uma comédia romântica, existem momentos em que a narrativa fica mais tensa, principalmente quando a mãe de Ricky é introduzida. É exposto ao espectador que a Sra. Jones havia morrido de câncer, porém descobrimos mais tarde que a mãe abandonou a família após descobrir que sua filha era trans. Inclusive esse segredo só vem à tona quando seu irmão caçula, Sam (Joseph Ricci), encontra um vídeo gravado pela sua irmã em que conta como tal rejeição a levou a fazer uso de entorpecentes e até pensar em suicido.

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O filme possui diversos pontos positivos, o primeiro deles é que o diretor foi sensato e escalou uma mulher trans para interpretar Ricky. Michelle Hendley documentava em seu canal no Youtube sua transição quando foi contratada por Eric, apesar de nunca ter atuado, ela aceitou o desafio. A protagonista não só atuou como também foi responsável junto com um grupo de mulheres trans a ajudá-lo a elaborar e dirigir o filme de forma a respeitar a comunidade trans.

Outro aspecto positivo são as relações presentes no longa-metragem como a amizade de Ricky e Robby, que são amigos há mais de 15 anos, a relação familiar dela com seu pai e seu irmão, e o relacionamento com Francesca. Cada um dos personagens mostra seu apoio e afeto a protagonista da sua maneira. Inclusive, a personagem de Turshen surpreende a todos e também a Ricky por querer se aproximar da jovem aspiradora a estilista.

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Filha de um conservador republicano, Francesca em nenhum momento rejeita ou enfrenta conflitos internos por querer estar com Ricky, ela simplesmente decide viver aquilo que sente sem nenhum arrependimento, o problema é quando seu noivo David (Michael Galante) aparece. A chegada dele traz sentimentos reprimidos e segredos escondidos que geram um twist no enredo.

Com participação de Grace Helbig, “Boy Meets Girl” é uma comédia romântica divertida, terna e positiva que mostra o quão importante é viver uma vida corajosa sem deixar que o medo atrapalhe nossos sonhos.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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