Produzir qualquer coisa usando a marca Rebelde, pode ser considerada uma bênção ou uma maldição, a atenção que a obra recebe é diretamente proporcional ao peso da comparação com aquele que foi um dos maiores fenômenos da música e audiovisual latino.
LesB Indica | Rara – longa-metragem chileno que merece seu reconhecimento
A versão mexicana de Rebelde, lançada em 2004, junto com a banda RBD, foi parte da infância e adolescência de muitos de nós e por isso, acredito que a Netflix foi pontual em como abordar essa história, enaltecendo e tratando com respeito o legado do RBD e dando a chance de nos apaixonarmos por uma nova geração de… vamos ser honestos… adolescentes mimados que frequentam o Elite Way School (ou EWS, para não ficar cringe haha).
Então ajeita aí o nó da gravata e vem comigo saber o que a gente achou!
Logo de cara conhecemos, de forma até acelerada, quem são aqueles que mereceriam a nossa atenção, seja na trama, ou na competição musical que dita o ritmo dessa temporada. A Batalha das Bandas é o contexto que une nossos protagonistas, sejam como colegas de grupo, ou como rivais.
Enquanto as meninas do quarto 206, Jana (Azul Guaita Bracamontes), M.J (Andrea Chaparro) e Andi (Lizeth Selene) se identificam de cara e começam a criar um laço de amizade, no quartos dos meninos, Dixon (Jeronimo Cantillo) e Estebán (Sergio Mayer Mori) sofrem com a arrogância de Luka (Franco Masini), que se acha o melhor apenas por ser um Colucci, assim como Mia (interpretada por Anahí na versão de 2004).
Nossos seis protagonistas, junto dos veteranos Emília (Giovanna Grigio) e Sebas (Alejandro Puente), se envolvem em um roteiro recheado de rivalidade, seja musical, por causa de interesses amorosos, relações familiares ou até por um passado complicado, mas que em sua curta temporada, peca ao entregar uma trama corrida e extremamente superficial na construção de alguns arcos.
Jana e Estebán, em teoria são o casal principal, mas a falta de química entre os atores e a forma vazia como seus personagens são desenvolvidos fazem deles o ponto mais fraco da história. Juro que até agora não entendi de fato porque a mãe do Estebán o deixou (será que é porque ele é chato? Nesse caso estaria ela errada? Não sei.) e confesso que seria muito mais interessante ver Jana tentando se provar fazendo a transição para uma carreira mais adulta, do que vê-la mandando e desmandando no grupo com os seus mil planos mirabolantes.
Review | Aruanas – Segunda Temporada
Por outro lado, Dixon baby e MJ foram uma grata surpresa, ver o lado soft do rapaz contrastado com a imagem que ele passar como rapper, e a forma carinhosa e protetora com que ele se apegou a inocente garota, me fez torcer por eles de cara, isso sem mencionar o quanto a personagem dela é divertida, gostável e sendo bem honesta, a mais talentosa ali.
Falei ali em cima sobre o fraco desenvolvimento de alguns enredos, e talvez as únicas que não sofreram com isso foram Emília e Andi, inclusive, ouso dizer que a brasileira teve, talvez, o melhor desenvolvimento da trama, que pontuou desde muito cedo os seus objetivos, o que ela faria para alcançá-los, dando os motivos de suas decisões e fazendo com que todas as nuances do seu relacionamento com Andi fossem interessantes de acompanhar, isso é claro dentro da realidade de uma série de oito episódios curtos.
Agora Luka e Sebas merecem o destaque que tiveram, os dois personagens são os que movem a trama, seja com a arrogância por serem de famílias importantes, com sua relevância dentro da hierarquia do colégio e principalmente, em sua relação com a seita… podemos dizer que eu amei odiá-los e já quero ver o que nossos pobres meninos ricos nos reservam pro futuro.
Confesso que as performances musicais deixaram um pouco a desejar, exceto pelas excelentes performances da MJ com “Si Una Vez” e “Lo Siento” (junto com Sebas), o resto foi bem mais ou menos, mas quem sabe melhora, afinal a gente aguentava o Ucker né rs.
Resenha | Arlindo – HQ é um acalento para a comunidade LGBTQIA+
Falando nisso, com relação às referências à novela, queria dizer que é BIZARRO o quanto aqueles uniformes ou aquele chapéu rosa significam para nossa geração, (ou generación 😉 ) e cada cena daquele mural, ou com os personagens usando esses itens mexem diretamente com a gente. O estúdio lá pegando fogo e eu PELO AMOR DE DEUS NÃO DEIXA QUEIMAR AS GRAVATINHAS. Inclusive chorei na performance final sim e é isso!
Também gostei muito de ver Celina (Estefania Villarreal) e Pílar (Karla Cossío) de novo, inclusive ,Pílar não mudou NADA NÉ GENTE, continua chata, como pode? E ver o retorno da seita, mesmo que de forma muito subjetiva em seus atos e alvos, foi uma forma inteligente de se usar de algo que já existia e era de conhecimento do público para criar um conflito prático para a série sem gastar muito tempo explicando.
Sim, estou aqui de novo reclamando de tempo, pois muito curto esse trem, ainda bem que a Netflix já confirmou a segunda temporada e nós teremos mais dos nossos novos Rebeldes em breve!
E vocês, o que acharam da série? Já estão prontos para pegar uma segunda graduação em espanhol pelo EWS?