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Review | Motherland: Fort Salem – Segunda Temporada

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Definitivamente “Motherland: Fort Salem”, produzida pela Freeform, veio com uma segunda temporada melhor que a primeira, com arcos mais bem construídos, novas relações interessantes, uma narrativa intensa e vilões que podem ser facilmente odiados.

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O fim do primeiro ano tinha deixado muitas questões a serem resolvidas, a princípio tínhamos visto Tally (Jessica Sutton) se tornar uma Anciã para salvar a general Alder (Lyne Renée) durante uma batalha, e em retribuição a esse gesto, foi lhe oferecido a oportunidade de deixar de ser uma Anciã. Além disso, tinha a grande questão do novo poder gerado por Raelle (Taylor Hikson) e Abigail (Ashley Nicole Williams), algo nunca visto antes em nenhuma bruxa, e que poderia ser uma esperança contra o novo inimigo, os Camarilla. Por fim, a grande descoberta que a mãe da Raelle não só estava viva, como era uma das líderes dos spree, e tinha enviado a Scylla (Amália Holm) para levar sua filha de volta para ela.

Realmente foi um fim de temporada com muitas pontas soltas, e que foram bem aproveitadas nesta nova temporada, ocasionando oportunidades para aprofundar quase todos os personagens, sim, quase todos, porque sinceramente, Abigail continua insuportável, mesmo depois de todas as chances.

A personagem com o melhor arco foi Tally, no primeiro ano vemos ela sempre entre os problemas da Raelle e da Abigail, tentando apaziguar a situação, mas nunca era sobre a mesma. Contudo, agora a personagem ganhou profundidade e camadas, após deixar de ser uma Anciã, ela acaba ficando fixada pela General Alder, presa com as memórias dela em sua cabeça, tentando compreender quem a general realmente era, depois de ver seu lado bom e seu lado ruim.

Tally acaba conduzindo o rumo de toda a temporada, sua tentativa de descobrir a verdade sobre a general a leva a uma verdade bem maior, conduzindo o trio nessa história do passado de Alder, descobrindo como surgiu os spree, e como a bruxa tem uma parcela de culpa. Estar entre sua admiração pela general e a necessidade de saber a verdade a leva a fazer escolhas que acabam a machucando, o que nos faz ver novos contornos quanto à personalidade da personagem.

Tivemos também Raelle, que, ao mesmo tempo que precisa lidar e entender esse novo poder que descobriu possuir, necessita enfrentar o emaranhado de sentimentos causados pela descoberta de que Scylla é uma spree. Assim como acontece com Tally, a personagem também ganhou novos contornos neste ano, não vemos mais uma garota impulsiva, Raelle está mais contida, e tomando decisões mais assertivas.

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O que torna a personagem ainda mais interessante: lidar com o novo poder, a perda de Scylla, os sentimentos remanescentes e indesejados, e a descoberta de que a mãe está viva, tudo isso acrescenta muito à personagem, que passa a temporada lidando com o fato de que as pessoas não podem ser definidas em bem e mal.

Este é um grande ponto, essa ideia de bem e mal, e vemos muito isso na Scylla, talvez possamos dizer que ela tem a maior profundidade da temporada, seu amor por Raelle a faz duvidar se as atitudes praticadas pelos spree realmente estão certas, ao mesmo tempo em que ela se recusa a ser apenas uma soldada passiva nessa luta. O que nos proporciona uma dualidade interessante entre ser uma pessoa que deseja o melhor para as bruxas, e também entender que não necessariamente isso significa ser pacífica em relação aos humanos.

Esses foram os melhores arcos individuais da segunda temporada de “Motherland: Fort Salem”, e também tiveram outros pontos positivos em relação ao aprofundamento da relação de alguns personagens, como do trio protagonista, principalmente entre Raelle e Tally, em que vemos uma parceria ainda mais profunda e íntima se formar. E a relação de Scylla e Anacostia (Demetria McKinney), Tally e a General Alder, que foram bem exploradas.

Sem esquecer do nosso casal: o arco do reencontro entre Raelle e Scylla foi bem construído, sem a desculpa de “amor acima de todas as coisas”. Pelo contrário, Raelle teve que lidar com seus sentimentos a respeito desse outro lado “não tão bom” da Scylla, assim como a segunda precisou, de certa forma, demonstrar que seus sentimentos são reais.

Já quando o assunto é Abigail, continua a sensação de que ela é a personagem mais difícil de criar simpatia. Ainda presa nas mesmas questões da primeira temporada, o que acaba fazendo com que a personagem pareça superficial. A questão da luta entre ser forte por conta da herança de sua família, e se sentir fraca em comparação as suas colegas, só a faz continuar fazendo escolhas imprudentes. Parece que não acharam um arco interessante para a mesma, a não ser seu romance com o Adil (Tony Giroux) que não salva a personagem em nada.

Por fim, chamo atenção para os efeitos especiais: é muito comum, em séries de fantasia, péssimos efeitos, mas percebo que em “Motherland: Fort Salem” se encontra em um nível seguro, não busca uma produção exorbitante, o que possibilita usarem o simples de modo engenhoso e em momentos oportunos, o que é um grande acerto.

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A série está disponível na Star+.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando