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Review | Bom Dia, Verônica – Segunda Temporada

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“Bom Dia, Verônica” chegou revolucionando as produções de thriller policial no Brasil. Com uma pegada mais realista, um roteiro bem adaptado do livro para o formato série, o núcleo se passa em São Paulo, onde conhecemos, na primeira temporada, a secretária de polícia Verônica Torres (Tainá Muller), que através de uma denúncia descobre atrocidades de corrupção, estupros, tráficos e toda uma rede de influentes pessoas da polícia e da política brasileira, envolvidos em organizações criminosas, inclusive envolvimento do seu passado familiar. 

A segunda temporada nos traz uma Verônica mais forte e ciente do mundo ao qual está inserida. Passaram-se anos em que ela está dada como morta e está se escondendo da polícia, resolvendo inúmeros crimes a sua própria forma. Ao investigar um caso de corrupção e lavagem de dinheiro pela trupe policial da qual fazia parte, toma conhecimento de um novo integrante, o “Dom”, fazendo uma grande crítica aos líderes religiosos que abusam do seu poder, influência e fé de seus seguidores. Matias Carneiro (Reynaldo Gianecchini), líder de uma igreja que mistura o cristianismo com espiritismo e que usa a glamourização de um líder da fé para cometer inúmeros abusos sexuais com suas seguidoras, utilizando como artifícios: palavras doces, acolhedoras e muita manipulação.

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A medida que vamos conhecendo a casa da Matias e sua família, nos deparamos com Gisele (Camila Márdila), uma esposa totalmente devota as práticas do marido, bela, recatada e do lar, e, uma filha extremamente angelical, Angela (Klara Castanho). Conforme conhecemos o interior da casa, seja pela visão investigativa de Verônica ou pela visão da Angela, vemos a grandiosidade do roteiro na construção de uma mãe que prefere se automutilar, através da manipulação do marido, para proteger a filha e manter a sua inocência e infantilidade por mais tempo. A filha, por inocência e não conhecer o mundo, está dentro de uma nuvem de pedofilia, abusos sexuais, psicológicos e traumáticos.

Conforme “Bom Dia, Verônica” vai se desenvolvendo em seus seis episódios, passa a ser angustiante acompanhar a forma de retrato dos crimes realizados dentro da casa de Matias e toda a máfia criada acima de um orfanato e casa de recolhimento. Percebemos que a escolha certeira da produção de abrir mão de relatos gráficos e fortes, trazendo as sutilezas dos atos, principalmente vividos por Angela, em nenhum momento deixa transparecer a sensação de nojo, medo e embrulho no estômago, que nós, como público, sentimos em observar e supor o que acontece, principalmente no quarto daquela garota, dentro deste ciclo vicioso familiar do personagem de Gianecchini.

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Os momentos de alívio da sua adolescência são demonstrados nas cenas em que Angela está com Carol (Liza Del Dala), sua amiga e primeiro amor. O desenvolvimento delas é algo muito bonito. As orientações sexuais nesta série são dadas de forma muito natural e gostosa de se ver. 

Nesta temporada, conhecemos mais da história de vida de Anita (Elisa Volpatto), a delegada ligada diretamente ao crime organizado, que desde o primeiro ano a conhecemos como vilã, mas que, na descoberta de suas raízes, percebemos que lidamos com uma vítima do patriarcado, da polícia e dos crimes da grande organização, e questionamos suas atitudes e até onde suas ações eram genuínas ou apenas cumprimentos obedecidos.

Deparamos-nos, mais uma vez, com uma escolha certeira no elenco, desenvolvimento dos personagens, a Gisele interpretada pela Camila Márdila, que nos deixa sem palavras, a construção da Angela expressando o horror de uma filha ao descobrir as atrocidades cometidas pelo pai, e do personagem de Gianecchini, como nunca o vimos antes.  É com ansiedade que aguardamos a terceira temporada de “Bom Dia, Verônica”, para conhecermos a tríade cabeça de tantos crimes que se desenvolvem ao longo da narrativa, e os dilemas pessoais da protagonista e como suas ações acabam a reconectando com sua família e trazendo perigos iminentes aos seus filhos e amigos.

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“Bom Dia, Verônica” está disponível na plataforma de streaming Netflix, com duas temporadas de oito e seis episódios cada.

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
4.3

Sinopse

Depois de testemunhar um suicídio, uma secretária de polícia decide investigar por conta própria dois casos não resolvidos, ambos envolvendo mulheres agredidas.

Viviane Marques é paulistana, formada em marketing e amante da arte. Atualmente estuda teatro para formação e é bailarina por paixão. Vive em constante desconstrução e escrever é uma forma de sobreviver ao dia a dia e as constantes mudanças no mundo.

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Review | Sem Resquícios – Primeira Temporada

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Uma imigrante ilegal mexicana e uma cigana encontram um cadáver em um país europeu. Quais as chances de acreditarem que elas não são as culpadas pelo assassinato? É deste tema que se trata a série da Amazon Prime, chamada “Sin Huellas”, traduzida como “Sem Resquícios”, dirigida por Paco Caballero, Samantha López Speranza, Koldo Serra e Gemma Ferraté.

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A trama apresenta Desi (Carolina Yuste), uma mulher livre, lésbica e divertida, que sabe aproveitar bem a vida noturna da cidade, e é muito engraçada; ela é aquela amiga louca e descontrolada que sempre está pronta para te apoiar com unhas e dentes. E Cati (Camila Sodi), uma mexicana imigrante, doce e até inocente demais, que chegou na Espanha com o objetivo de ganhar dinheiro e trazer a sua filha e a sua mãe para o país e prover uma vida melhor e um futuro diferente para a filha, além de tentar manter o seu casamento com um encostado.

Essas amigas, extremamente atrapalhadas, dividem um apartamento e trabalham juntas em uma empresa de limpeza. Logo no início da série, elas descobrem que a empresa onde trabalhavam, de forma terceirizada, declarou falência e ambas estavam demitidas.

Na busca de encontrar um trabalho rápido, acabam aceitando uma oportunidade de limpar a casa de uma família milionária. Ao serem contratadas, descobrem que, na verdade, ali foi a cena de um crime, se deparam com um corpo de mulher recém assassinada e para piorar, pegam acidentalmente uma mala cheia de euros e placas de ouro, que seriam destinadas a uma gangue de assassinos russos.

É, neste momento, que elas se dão conta que devem se livrar da culpa de um assassinato que não cometeram e de russos que querem matá-las por terem roubado o dinheiro destinado a eles. Como podem se livrar desta confusão ao qual foram colocadas e ainda saírem vivas? Uma certeza é que “Sem Resquícios” garante boas risadas e surpresas, com uma comédia de muita qualidade, ação e um casal sáfico com uma química extrema.

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Ao sermos introduzidos ao núcleo policial, fica claro que a policial investigadora do caso é a ex-namorada da Desi. Claro que, ao longo dos episódios, surge a necessidade de saber mais sobre a relação de Desi e Irene (Silvia Alonso), a policial que entra na história investigando o crime e acaba se tornando cúmplice na busca de comprovar a inocência das meninas.

Acompanhamos pequenos flashbacks sobre a relação delas, o motivo da separação e o dia a dia dessa construção. A química das atrizes é muito forte e através do olhar expressam os sentimentos. Inclusive, os diálogos são bem elaborados.

Esta produção é uma indicação excelente para o final de semana, contudo, apenas para quem tem estômago “forte”, já que algumas cenas fortes e sangrentas fazem parte desta comédia espanhola.

Com um elenco de rosto conhecidos, por quem consome produções espanholas, um roteiro incrível, uma trilha sonora dançante e aqueles puxões de orelha nos preconceitos e temas tabus, que são abordados de forma inteligente, “Sem Resquícios” é uma produção que vale muito a pena.

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Review | Grease: Rise of The Pink Ladies – Primeira Temporada

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“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série de musical romântica dramática criada por Annabel Oakes (“Awkward”). A produção é um prequel do musical de mesmo nome, lançado em 1978. A série é ambientada em 1954, quatro anos antes da história de amor entre Danny Zuko e Sandy Olsson. Enquanto a gangue dos T-Birds já existe, a narrativa se propõe a mostrar como a gangue das Pink Ladies surgiu.

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A narrativa acompanha a vida de Jane (Marisa Davila), uma adolescente que namora secretamente o quarterback Buddy (Jason Schmidt) até que ele permite que a escola inteira acredite em rumores inapropriados sobre ela. Em uma cidade onde cada pessoa é definida por sua reputação, isso a deixa alucinada para reparar o que as pessoas pensam sobre ela. Dessa forma, acaba se unindo a mais três párias sociais: Olivia (Cheyenne Isabel Wells), Cynthia (Ari Notartomaso) e Nancy (Tricia Fukuhara).

Olivia é uma estudante inteligente que manchou sua reputação no ano letivo anterior ao se envolver romanticamente com um professor. Nancy é uma aspirante a designer de moda e uma esquisita socialmente que foi largada pelas amigas por causa de garotos. Por fim, tem Cynthia, que sonha em se juntar aos T-Birds e vestir orgulhosamente a jaqueta de couro. Com o intuito de iniciar uma revolução no Rydell High, elas criam a gangue de garotas Pink Ladies.

A personagem de Notartomaso é uma verdadeira moleca e não performa feminilidade. Quando ela é obrigada a entrar no grupo de teatro (por causa das confusões que as Pink Ladies cometeram), acaba conhecendo Lydia (Niamh Wilson), uma atriz dedicada e totalmente confiante de suas habilidades artísticas, que a princípio desaprova as aptidões de Cynthia.

Em uma energia “enemies to lovers”, Cynthia e Lydia são forçadas a treinar falas da apresentação do clube de teatro todos os dias, o que aflora os sentimentos das duas. Da hostilidade pura e muitos beijos de “brincadeirinha”, começam a desenvolver sentimentos reais uma pela outra. Além delas serem um casal bem explorado e com bastante química, apesar de escondido por causa do contexto da época, Cynthia protagoniza um momento de saída do armário sensível e genuíno ao lado de uma das suas melhoras amigas Nancy.

“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série que sabe mesclar bem a década de 1950 com referências ao mundo moderno da geração Z. As músicas não são muito cativantes se comparadas ao musical original, no entanto, a história da produção conquista nos detalhes: as menções ao filme, o grupo de garotas encantador e principalmente, a representatividade e diversidade do elenco.

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Infelizmente, a produção foi cancelada com apenas uma temporada e sairá do streaming da Paramount+ nos próximos dias. A série não teve a oportunidade de encontrar seu público ideal e explorar ainda mais a história das personagens principais, que individualmente e coletivamente, possuíam muito potencial.

Leve e revigorante, a produção conseguiu debater temas como racismo e sexismo, e ainda entregar cenas nostálgicas para quem acompanhou a história de amor de Danny e Sandy. “Grease: Rise of The Pink Ladies” tinha uma potencialidade absurda de brilhar, mas, para a tristeza do público, a série acabou cedo demais e só deixou a saudade do que poderia ser uma narrativa épica.

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
4.7

Sinopse

Um spinoff do musical original de John Travolta e Olivia Newton John de 1978.

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Review | Dois Tempos – Primeira Temporada

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A nova série nacional da plataforma Star+ foi lançada dia 10 de maio e carrega o nome “Dois Tempos”, a trama mostra a vida de duas garotas separadas por um século, que um dia trocam de corpo. A obra da diretora Vera Egito conta com as protagonistas Paz (Sol Menezzes), uma influenciadora digital de 2022, e Cecília (Mari Oliveira), aspirante a escritora de 1922.

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Como o nome já diz, as duas garotas são de épocas diferentes e em uma noite, frustradas com suas respectivas realidades, fazem um apelo ao universo para que possam ‘ser livres’, assim elas trocam de corpo. A influencer vai para 1922, onde se encontra em um casamento por conveniência e uma família um tanto suspeita, e logo entende o que aconteceu e começa a procurar uma forma de voltar a sua realidade.

Enquanto isso, Cecília aproveita as maravilhas do mundo novo. Junto ao amigo de Paz, Tiago (Leonardo Bianchi), ela vai até o centro cultural de Água Marinha, onde conhece sua paixão, Maria (Pâmela Germano). Nesse primeiro encontro, elas tem uma forte conexão, mas, ao decorrer dos acontecimentos, a relação passa a ter muitos altos e baixos em um curto período. É interessante ver que em “Dois Tempos” as coisas não são por acaso e os acontecimentos estão conectados entre as épocas.

Em 2022, a cidade de Água Marinha é apresentada como a terra das mulheres fortes que lutam e protegem umas as outras, mas é quando Paz está em 1922 que podemos ver como a modernidade nas atitudes da garota ‘influenciam’ as mulheres a sua volta, moldando aquele lugar aos poucos para se tornar o que vemos com Cecília em 2022.

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A produção tem oito episódios e flerta muito com a comédia, mas não deixa de explicar como as coisas acontecem, como o fato de Maria possuir o antigo caderno que Cecília escrevia, o que se torna a única forma de comunicação entre os dois tempos e ajuda a garota a acreditar que aquilo realmente era verdade. O final fica aberto para uma continuação, mas nada ainda foi confirmado pela plataforma ou a empresa produtora.

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
4

Sinopse

Duas garotas misteriosamente viajam no tempo e vão parar uma no corpo – e no século – da outra.

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Bombando