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Review | Atypical – Quarta Temporada

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Esperada por muito tempo pelos fãs, a quarta temporada de “Atypical”, dramédia da Netflix, veio com a responsabilidade de encerrar a jornada de Sam (Keir Gilchrist) e sua família, e apesar de concluir de forma até respeitosa, deixou a impressão que prometeu muito e entregou pouco.

A verdade é que com as situações que ficaram em aberto no final da terceira temporada, algumas coisas eram esperadas, e posteriormente prometidas pela divulgação da produção, mas acabaram não tendo um desenvolvimento tão satisfatório, enquanto dava a sensação que estava “gastando tempo” com plots não tão relevantes.

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Primeiramente, a gente entende que todos os personagens merecem ter o seu desenvolvimento, mas sinto que Paige (Jenna Boyd) e sua fantasia de batata conseguiram ser o menos interessante dessa fase final da série. A tentativa de “dar jeito” no Zahid (Nik Dodani) com um câncer poderia ter sido mais bem explorada, a gente sabe que ele é o maior alívio cômico da série, mas poderia ter se mostrado de forma mais madura e sensível, e não só com piadas sobre a possível ausência de um testículo.

Outro personagem que teve um enredo confuso foi Doug (Michael Rapaport), em certo momento não entendia se ele estava superprotegendo a Casey (Brigette Lundy-Paine), ao se intrometer no seu relacionamento com Izzie (Fivel Stewart), ou apenas sendo babaca para não ter que lidar com o luto de ter perdido o melhor amigo. Mas confesso que, apesar de tudo, fiquei satisfeita com a ideia da viagem, pois de certa forma fecha o ciclo do abandono dele à família que foi abordado nas temporadas anteriores.

Mas nem tudo são críticas, se teve alguém que não só brilhou, mas também conseguiu crescer de forma extremamente positiva no decorrer de “Atypical” foi Elsa (Jennifer Jason Leigh). Ela não só soube lidar muito bem com o crescimento de Sam, sua jornada na faculdade e os planos da viagem de pesquisa, como também conseguiu se encontrar nos problemas com a sua mãe ao se identificar e defender Izzie dos conflitos enfrentados por ela em sua casa. Se algum dia critiquei, não lembro!

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Falando em Izzie, confesso que ficou difícil de engolir, depois de tantas promessas de desenvolvimento da personagem, o que recebemos nessa temporada final. A casa e a estrutura familiar caótica que esperávamos ficou resumida a uma relação conturbada com a mãe. Bem longe da necessidade financeira, cuidados com os irmãos que os diálogos entre ela e Casey davam a entender. Ela não teve cenas que não fosse com um dos Gardners, ela foi expulsa de casa e não foi visto. E, apesar de discordar do hate exagerado que ela leva, admito que ficaria mais fácil de simpatizar com a personagem se tivéssemos tido mais tempo e conteúdo, porque além do relacionamento com Casey, até o enredo com a sua mãe serviu muito mais para um esclarecimento da Elsa do que o desenvolvimento dela própria.

A quarta temporada estabeleceu Casey como segunda protagonista, além do seu desenvolvimento com Izzie, vimos a jornada dela no esporte e as consequências desse empenho na sua saúde mental. E se no lado amoroso, apesar de conturbado, as duas conseguiam sempre se acertar, os problemas emocionais da garota foram usados de forma completamente incoerente, o seu colapso nervoso, o estresse pela pressão dos treinos, a cobrança do pai, não foi levado a lugar nenhum. Todos os questionamentos levantados no penúltimo episódio sobre a sua trajetória no esporte, o dilema de correr por prazer ou por obrigação foram totalmente inutilizados na series finale, onde a vimos simplesmente voltando a ideia de correr para conseguir uma vaga na faculdade e sem nenhum indício de acompanhamento psicológico. Ou seja, de forma até irresponsável, minimiza o tipo de impacto que essas pressões por resultado podem causar.

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E por fim e sim, mais importante, tivemos a última parte da jornada de Sam rumo a sua independência. Eu, pessoalmente, amei o momento em que ele diz não saber o que iria fazer depois da faculdade porque nem imaginava que chegaria até ali, porque né… Quem nunca? O engraçado sobre o desenvolvimento dele é que se tivesse sido introduzida na primeira temporada pareceria absurda a ideia da viagem a Antártida, mas chegamos aqui acreditando no potencial dele de fazer dar certo e por isso, nos divertimos em cada item do checklist que ele se dispôs a cumprir para se preparar e ficamos frustrados quando vimos que o sonho poderia não se realizar.

A verdade é que o objetivo final de “Atypical” era provar a independência e desenvolvimento do Sam, e isso não podemos questionar que a série fez muito bem, as formas que vimos ele assimilar novos desafios, emoções como medo, insegurança com relação a viagem, a mudança na sua percepção do amor por causa da Paige, a preocupação e amizade quando Zahid passou por problemas de saúde ou fortalecendo suas relações familiares de forma muito mais saudável do que dependente, fizeram com que cada uma de suas conquistas também fossem nossas, pois estávamos ali sempre na torcida para que desse tudo certo… E que bom que deu, porque ao contrário do clima gelado que ele enfrentaria na sua viagem de encontro aos seus amados pinguins, o nosso coração estava quentinho por saber que ele estava feliz realizando esse sonho.

Roberta é pura série teen, filme de super heróis e música pop. Publicitária de formação, designer de profissão e entendida de cultura POP por paixão. Habitante do país Minas Gerais, mas que sonha em conhecer o mundo todo.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando