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Resenha | The Prom: a festa de formatura – É hora de construir uma festa para todos!

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Ficha Técnica
Livro: The Prom: a festa de formatura
Autor: Saundra Mitchell (tradução de Isadora Sinay)
Editora: Alt
Número de Páginas: 256
Ano de Lançamento: 2020


Como uma grande fã de “The Prom”, a vontade de ler o livro baseado no musical da Broadway surgiu imediatamente quando ele foi lançado nos Estados Unidos, no ano passado. Agora, impulsionado pelo lançamento do filme na Netflix, finalmente “The Prom: a festa de formatura” chegou as prateleiras nacionais no último dia do mês de outubro.

“The Prom” tem uma história necessária. Importante. Um soco no estômago, mas que, ao mesmo tempo, traz um ar reconfortante, um abraço quentinho e confortável. Uma história que vai te fazer rir e chorar, e um pequeno spoiler: com o tão esperado e pouco conquistado final feliz.

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O livro, baseado no musical de 2018, acompanha Emma Nolan, uma adolescente lésbica que mora em uma pequena cidade de Indiana chamada Edgewater, nos Estados Unidos. O sonho dela é ir para o baile do colégio com a namorada Alyssa, porém a Associação de Pais impede que a jovem vá para a festa com uma pessoa do mesmo gênero, ameaçando cancelar o evento por completo. Neste meio tempo, Barry Glickman e Dee Dee Allen, duas estrelas decadentes da Broadway decidem transformar o desabafo da garota em uma causa.

“Eu não quero começar uma revolução. Eu não quero quebrar as barreiras ou ser um símbolo, e não me importo com o que outras pessoas pensam. Eu só quero dançar com você.”

Esta adaptação literária da obra traz uma divisão dos capítulos entre Alyssa e Emma, uma importante diferença do musical. A primeira vez que ouvi falar de “The Prom” eu esperava receber uma história focada no casal e não foi isso que recebi. Não estou querendo tirar a importância, força e qualidade do musical (que é simplesmente perfeito do seu jeito), mas o que temos é um enredo focado obviamente na Emma, mas também nesse grupo de atores que vem ajudá-la. Alyssa é apenas a namorada, sem muito foco nela.

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Aqui finalmente temos uma história focada nas jovens, nos dois lados do casal. Com o espaço muito maior para desenvolvimento que não se limita em duas horas de uma peça, conhecemos o lado da Alyssa e a relação com a mãe, a relação da Emma com os pais e a avó, e também temos uma visão mais aprofundada do amor entre as duas, dos encontros às escondidas, os olhares, pequenos toques. Tudo isso enriquece a história e essas personagens que amamos.

Em contrapartida, os personagens adultos, os atores da Broadway, perdem espaço. Aqui eles são apenas coadjuvantes de algo que é muito maior do que eles. E a história não perde nada com isso. Inclusive, a falta de alguns personagens presentes na peça também não atrapalha em nada a história, apesar de poder causar um pequeno desconforto para fãs do musical em momentos específicos.

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O espaço para maior desenvolvimento também faz com que momentos dolorosos da trama consigam mexer ainda mais com os nossos corações. O sentimento de cansaço, angústia, de ter sempre que se privar de viver uma vida “normal” como os outros, tomar cuidados excessivos apenas por ser você, tudo isso fica ainda mais claro, mais direto. Já o humor, presente constantemente na peça, no livro ele está mais contido. Apesar da autora tentar trazê-lo, este não tem a mesma força aqui.

Outro ponto positivo no livro é a forma como Mitchell introduz as letras das músicas no texto. Já na primeira página começamos com uma “nota mental: não seja gay em Indiana”, frase do início da música “Just Breathe”, primeiro solo da Emma no musical.

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No geral, “The Prom: a festa de formatura” é um livro bastante simples. Tive poucas experiências lendo obras que são baseados em filmes (ou nesse caso numa peça) e normalmente eles parecem muito mecânico, como se faltasse algo. Não vou dizer que não senti isso aqui. Em alguns momentos, acontece. Ele aproveita diálogos e descrição idênticas ao musical, mas, ao mesmo tempo, traz muito mais, uma nova visão do universo para quem já o conhece, mas também uma ótima introdução para quem está conhecendo agora.

Entretanto, mesmo assim, ao meu ver este é um livro feito para quem já conhece “The Prom”, quem já ama essas personagens e está ansioso para mergulhar novamente e ainda mais nesse mundo, conhecer mais detalhes, se aprofundar na vida dessas pessoas. É um livro para quem já é fã. Mas, agora com o filme, não tem como não se tornar fã desse universo. Então a minha recomendação é assistir o filme e depois correr para o livro. Apesar de achar que o longa irá completar algumas lacunas deixadas pelo musical, o livro com certeza traz uma experiência extra interessante.

Jornalista nascida no Rio de Janeiro e atualmente morando em Fortaleza. Cresceu assistindo filmes da Sessão da Tarde, Dragon Ball e Xena: A Princesa Guerreira. Constantemente falando coisas aleatórias sobre cinema, televisão e música.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando