Ficha Técnica
Livro: Eu beijei Shara Wheeler
Autora: Casey McQuiston
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 352
Ano de Lançamento: 2022
“Eu beijei Shara Wheeler” é o novo lançamento da Casey McQuiston, publicado no Brasil pela editora Seguinte. A história acompanha a vida de Chloe Green, uma adolescente bissexual, que se mudou com as suas mães (lésbicas) da Califórnia para morar na cidadezinha ultraconservadora de False Beach.
Apesar de nunca se sentir bem-vinda na cidade, devido ao cenário preconceituoso, Chloe volta toda a sua atenção às aulas do ensino médio e só tem um objetivo: ser eleita a melhor aluna do colégio e a oradora da turma. Só tem um obstáculo, a garota mais popular da cidade: Shara Wheeler.
Shara Wheeler é tipo uma lenda: linda, inteligente, faz trabalhos voluntários nas férias e além de tudo, é filha do diretor da escola. Uma escola que, assim como a cidade inteira, é conservadora, afinal, é uma instituição de ensino religiosa. As duas competem pelo título de melhor aluna, até que, misteriosamente, faltando um pouco mais de um mês para a formatura, Shara simplesmente desaparece.
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Todos de False Beach ficam surpresos, mas o que mais deixa Chloe intrigada é o fato de que Shara Wheeler havia a beijado um dia antes de sumir, sem maiores explicações. Desta forma, decidida a encontrá-la para tirar a história a limpo e claro, ganhar como oradora de forma justa, Chloe se vê em uma busca inusitada atrás da garota, como também descobre que não está sozinha: Shara também beijou seu namorado Smith, e Rory, seu vizinho, que nunca escondeu a paixão por ela.
Os três não tem absolutamente nada em comum a não ser os beijos de Shara e os cartões misteriosos que a garota deixou espalhados pela cidade endereçadas a eles, com dicas misteriosas sobre o seu paradeiro e histórias sobre si mesma.
“Eu beijei Shara Wheeler” apresenta uma comédia romântica sáfica que tem rivalidade acadêmica, drama adolescente e um mistério satisfatório. As confusões que Chloe, Smith e Rory se metem são realmente divertidas de acompanhar, porém a mensagem do livro está muito além de um romance colegial.
A proposta de Casey McQuiston no livro é mostrar como crescer em um cenário conservador influencia nas relações, no desenvolvimento emocional de um adolescente e as dificuldades que esses jovens passam para sentir coragem de serem o que são. Não procure nessa história um romance fofinho, porque o que a autora entrega está além de um relacionamento, ela entrega questionamentos sobre o que você seria ou quem você se tornaria se tivesse crescido em um ambiente isento de preconceitos e sem o peso da religião constantemente te questionando se aquele sentimento que você carrega é certo ou errado.
“Seu cérebro às vezes tem dificuldade de entender isso – a ideia de que, para a maioria das pessoas daqui, as coisas que ela escuta na aula de Bíblia são reais. Quem ela seria se não tivesse sido criada por duas mães e um pequeno exército de californianos gays de meia-idade?”
Um ponto a destacar de “Eu beijei Shara Wheeler” é a forma como se distancia das outras obras da autora, aqui você encontra uma narrativa cheia de significados e duas garotas descobrindo quem são como pano de fundo. Claro que existe química e um romance por trás da mensagem, mas não acredite que este livro é como a “Última parada” ou “Vermelho, branco e sangue azul” porque não é.
A interação entre os personagens é muito boa, afinal, McQuiston sabe criar personagens principais ou secundários de forma exemplar, e mesmo que a narrativa não seja tão fluída, você continuará insistindo. Chloe Green e Shara Wheeler são adolescentes adoráveis, cada uma da sua forma e conseguem conquistar o leitor. Além disso, assim como os outros livros da autora, a história traz uma grande representatividade, que chega até a ser irrealista, às vezes, mas de toda maneira é incrível.
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De modo geral, “Eu beijei Shara Wheeler” te lembrará que você não está sozinho, que o que você aprende na adolescência não moldará sua vida e você tem todo o direito de ser o que você é, sem julgamentos ou medo de ser feliz.
Obs: livro cedido pelo Grupo Companhia das Letras para resenha.
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