No último mês chegou ao fim a primeira temporada de “Who We Are”, a primeira websérie produzida pela CineTribe. A produção conta a história de Mia (Anna Paula Alonso) e Ana (Nina Knob), duas mulheres com personalidades e rotinas diferentes que acabam se conectando ocasionalmente, mudando a vida de ambas.
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Inicialmente a série apresenta as duas ao público, sendo Mia uma roteirista em busca de uma oportunidade de emprego na área, enquanto Ana é universitária, que ainda possui diversas dúvidas sobre si mesma. A primeira teve seu roteiro chamado de “desconfortável” para o telespectador conservador do canal, já que a história possuía personagens LGBTQIA+. A segunda, por pressão do pai, paga um amigo para fingir ser seu namorado, uma maneira de agradá-lo devido às cobranças, enquanto ela tenta entender seus sentimentos.
Elas se conheceram em um bar que foram levadas por suas respectivas amigas, o convite foi feito a fim de esquecer os problemas que estavam enfrentando. Mesmo com poucos minutos de conversa entre as duas, Mia sentiu que foi o suficiente para saber o quão diferente foi. Ana chegou em casa confusa e sem lembrar de muita coisa da noite anterior, somente com o número da garota do bar que tinha conhecido. Essa conexão foi necessária para que ela começasse a se entender. Mas ainda precisa lidar com o fato de que seu pai não sabe sobre essa relação e precisa manter uma certa aparência diante dele.
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Mia consegue a vaga na empresa, mas encontra dificuldades com os colegas de trabalho, alguns muito duros e pouco receptivos. Também teve que enfrentar a presença de Tomás (Victor Garbossa), seu chefe que tem comportamentos desagradáveis e que a vê somente como um rosto bonito, duvidando de sua capacidade, além de chamá-la para um vinho de forma totalmente inapropriada. No entanto, ela encontrou apoio em Júnior (Luiz Rodriguez) e Amanda (Alessa Caneppele), recebendo-a de forma acolhedora e simpática. Paralelamente a isso, ela pôde encontrar apoio em seu relacionamento com Ana.
“Who We Are” também fala sobre a necessidade que alguns sentem em performar uma heteronormatividade para ser aceito. Júnior se apresenta com mais dureza inicialmente, ele é um homem gay que, para evitar transtornos familiares e profissionais, acaba fingindo ser quem não é, hétero e casado, sua vida amorosa se apresenta de forma discreta. Mas, no decorrer dos episódios, um pouco mais de sua intimidade é revelada, ele se mostra mais empático e acolhedor, além de super preocupado com as atitudes do chefe.
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Ademais, é abordado o assédio dentro do ambiente de trabalho. Tomás é acusado por alguns de seus funcionários, ele pede ajuda de um advogado para tentar se livrar das acusações, mas uma das vítimas diz que deseja a sua saída da empresa ou todas as provas serão divulgadas. Com isso, ele supôs que Mia (vítima) seria uma das funcionárias que fez a denúncia. Por isso, ele mesmo foi confrontá-la pessoalmente, ameaçando-a dizendo que “ela não sabe com quem está mexendo”, além de assediá-la. A situação foi testemunhada por um dos funcionários que buscou ajuda. A produção evidencia algumas das situações que as mulheres enfrentam diariamente: assédio, ameaça e machismo.
“Who We Are” termina com um gancho de como será a relação de Ana e seu pai após ele descobrir a relação das duas por meio de uma foto delas se beijando. Além de quais serão as consequências do assédio cometido por Tomás e como Mia vai lidar com essa situação. A produção trabalha com momentos descontraídos, mas conta também com muito conteúdo sério e importante de serem abordados. Ao longo de oito episódios, é possível conhecer um pouco mais de outros personagens e suas vivências. Também é desenvolvida uma relação interessante entre as protagonistas, Mia e Ana, que aos poucos vão se conectando e se entendendo. Por fim, a série conseguiu finalizar a temporada de forma relevante, com bom roteiro e atuações, rendendo indicações no RioWebFest.
“Who We Are” está disponível no YouTube da CineTribe.