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Entrevista com Priscilla Pugliese, da websérie “A Melhor Amiga da Noiva”, fala sobre seus projetos e o que esperar de “The Stripper”

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A atriz Priscilla Pugliese é formada em TV e Cinema e atualmente trabalha de modo independente como atriz e produtora. Alguns anos atrás fundou sua própria produtora no seguimento audiovisual, a Ponto Ação Produções, voltada principalmente para artistas e projetos que não possuem apoio. Protagonista nos dois primeiros trabalhos da empresa, “Entre Duas Linhas” e “A Melhor Amiga da Noiva“, websérie essa que se tornou o maior produto LGBTQ+ da América Latina e onde atuou ao lado da atriz Natalie Smith.

Recentemente Priscilla se aventurou por traz das câmeras e dirigiu a websérie “Até Você Me Esquecer“, também da Ponto Ação, mas sem deixar a vida de atriz de lado já que dentre seus mais recentes trabalhos estão “Reflexo“, a websérie “Querida Reputação” e o curta “Minhas Regras“.

A Myrella Oliveira bateu um papo com a atriz para saber mais sobre seus novos novos projetos e o que podemos esperar da tão aguardada websérie “The Stripper“. Confira:

Myrella Oliveira: Você é a fundadora da Ponto Ação Produções, uma produtora voltada para projetos que não possuem apoio. Qual foi o seu maior desafio para dar vida a esse projeto?

Priscilla Pugliese: No começo o maior desafio de criar uma produtora independente é fazer com que as pessoas acreditem em você, afinal quando se tem uma produtora que já é grande, é muito mais fácil conseguir um diretor, produtor e atores. Agora quando você está dando o primeiro passo é muito difícil fazer as pessoas acreditarem que pode dar certo e “comprarem” seu projeto. O mais complicado no começo foi conquistar pessoas para trabalhar conosco! Nas primeiras cenas atuávamos, captávamos cenas, segurávamos o boom, fazíamos tudo sozinhos. Inicialmente é isso, mas depois vemos também que é difícil conseguir patrocínio, apoio e locação. Mas a primeira e principal dificuldade é com certeza ter quem acredite em você e em seu projeto!

MO: A websérie “A Melhor Amiga da Noiva” se tornou um grande sucesso nacional e internacional, e é considerado o maior produtos LGBTQ+ da América Latina. Como foi perceber que a produção havia alcançado um número tão grande de pessoas? Você esperava por tanta recepção do público?

PP: É muito difícil responder essa pergunta porque ainda não tenho noção da dimensão. Sei que hoje “A Melhor Amiga da Noiva” é considerada uma das maiores webséries LGBTQ’s da América Latina, mas admito que ainda não tenho noção da proporção do que é isso. É muito engraçado e gratificante quando sou reconhecida por algum fã na rua, mas honestamente? A minha ficha ainda não caiu. Acho que vai caindo aos pouquinhos agora depois de ganharmos prêmios internacionais no Rio Web Festival e ver que pessoas do exterior nos querem em LA, sentem vontade de nos conhecer e conhecer nosso trabalho. É aí que começamos a refletir sobre tudo e notamos que realmente estamos crescendo. Mas é importante ter o pé no chão sempre!

MO: Estamos avançando consideravelmente quando o assunto é representatividade LGBTQ+ na mídia, mas ainda há um longo caminho a se percorrer. Com os seus trabalhos você adquiriu um número enorme de fãs que fazem parte da comunidade LGBTQ+. Como é ter essa fanbase?

PP: É um público com o qual precisamos ter muito cuidado. Eles se enxergam em nós. Penso muito no que vou transmitir para eles, tenho esse cuidado principalmente em questão de bebida. Mas meu público é muito apaixonado e com certeza meu maior incentivo! Eles estão sempre me fazendo enxergar que é possível realizar meus sonhos pessoais e profissionais. Amor e carinho os resumem! Às vezes acho que eles não tem a liberdade de chegar em casa e falar com a família sobre o amor que sentem por alguém do mesmo sexo, então quando nos encontram querem conversar e abraçar, porque de certa forma se enxergam em nós. E mais, é lindo ver a forma como eles se uniram entre si e formaram uma família. Graças a Deus sou próxima do meu público, tenho grupos de fãs no Whatsapp em que parte da minha assessoria e fãs mais próximos participam e me passam o que está acontecendo, enviam minhas mensagens/áudios para eles. Hoje em dia digo que eles são parte da minha família!

MO: Você e a atriz Natalie Smith possuem uma enorme química e sintonia em cena, como foi trabalhar ao lado dela?

PP: Falar da Natalie… Eu ficaria muito tempo falando, com certeza daria umas duas páginas só essa resposta. A Natalie é muito amorosa e generosa, é uma pessoa que troca com você em cena e passa longe de ser alguém egoísta. É ela quem sempre me ajudou e acreditou em mim desde o começo. Quando pensei em desistir da carreira e da produtora por questões de produção, ela não deixou. Serei eternamente grata por tê-la conhecido! Ela e o Rodrigo, assim como meus fãs, são minha família. Passo mais tempo com eles do que com a minha própria família. Agora enquanto respondo, por exemplo, estou à caminho da casa da Natalie. Trabalhar com ela é incrível, não tem como descrever!

MO: Recentemente você dirigiu a websérie “Até Você Me Esquecer”, e é de conhecimento que, além de atriz, você também atua como produtora e diretora. Como é a essa experiência de trabalhar por trás das câmeras?

PP: Ao meu ver é uma experiência que todo ator precisa ter porque você começa a ter uma visão fora do personagem. É importante que o ator saiba onde está o boom, a câmera e demais equipamentos. A atuação passa a ser vista de maneira diferente quando você faz uma direção e começa a enxergar cada passo de uma maneira mais periférica. Minha vontade é de fato a atuação e direção porque tenho um olhar muito crítico e coração nos olhos quando se trata de cinema, gosto de ver como é feito, estar na pré e pós-produção. Mas nada se compara ao estar atuando.

MO: Você está com alguns novos projetos para serem lançados em breve, entre eles “Reflexo” e a “Querida Reputação”. O que você pode nos contar a respeito deles?

PP: Não posso falar nada além do que já contei; interpretarei uma professora de música que acaba tendo uma história um pouco enrolada com os alunos, mas não tenho muito mais o que falar e data de estreia para divulgar. Atualmente tem “Querida Reputação” no ar, toda terça-feira um novo episódio é disponibilizado no YouTube e graças a Deus a aceitação está sendo muito boa, o que me surpreendeu um pouco porque é algo totalmente diferente do meu público e do que costumo fazer, mas a reação deles realmente me surpreendeu de maneira bem positiva. A experiência que tive em “Querida Reputação” foi surreal! A Marina vai bagunçar tudo e todos.

MO: No cuta-metragem “Minhas Regras” você dá vida a uma criminosa, algo diferente dos seus trabalhos anteriores. Como foi o processo de preparação para esta personagem?

PP: “Minhas Regras” foi mais um conteúdo típico de um piloto de série que transformamos em um curta. Não tivemos preparação e gravamos tudo em um único dia. Na realidade brincamos de fazer cinema.

MO: Você, ao lado da Natalie, irão estrelar agora a websérie “The Stripper”, baseada em uma fanfic de mesmo nome e de enorme sucesso no mundo inteiro. Como foi a sua preparação para viver a sua personagem?

PP: Essa pergunta terei que responder em uma próxima entrevista, talvez no mês que vem, se Deus quiser. É que na verdade ainda não iniciei todas as preparações necessárias para viver a Lauren. No momento estou procurando uma preparadora vocal para deixar minha voz mais rouca/grave, que é uma das exigências da nossa incrível diretora Nadia Bambirra. Terei uma preparação direta com a Natalie junto à diretora, e depois com o restante dos atores dos meus núcleos. Adianto que tentarei usar lente! Não prometo conseguir, mas garanto que me dedicarei muito.

MO: Pode nos contar um pouco sobre a sua personagem e o que podemos esperar da websérie?

PP: O que vocês podem esperar da Lauren é, na primeira temporada, uma mulher durona mas que no fundo é super mole. Ela vai trazer à tona uma mulher prepotente que, diante de uma stripper, percebe que prepotência e poder não valem nada porque ela fica literalmente de quatro por Karla. Vocês verão dois lados de Lauren: forte e frágil. No início, muito provavelmente, não vão querer vê-la perto da Camila, mas no decorrer vão mudar essa visão ao ver o quão incrível ela é. Será uma relação de amor e ódio! É diferente de tudo que já fiz até hoje.

AGRADECIMENTO

Equipe LesB Out!, muito obrigada pelo espaço e carinho! Espero que gostem de “The Stripper” e aproveito para pedir que o público acredite e apoie a produção brasileira. Acreditem. Ajudem. Apoiem. Se você não pode apoiar financeiramente, apoie assistindo, curtindo e divulgando. E como sempre digo: sonhem! Porque se você pode sonhar, você pode realizar!


Você pode conferir os projetos da atriz no canal da produtora Ponto Ação Produções e fiquem ligados também no Instagram para ficarem atentos às novidades.

Myrella Oliveira é a co-criadora do LesB Out!, estudante de Publicidade, designer e sonha mais do que pode realizar. Acumula livros que não tem tempo pra ler e séries que não tem tempo para assistir. Feminista, bissexual e orgulhosa, além de ser esquecida e absurdamente dramática. Enxerga o mundo de um jeito bem singular. Mora no litoral ensolarado do Rio de Janeiro.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando