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Papo da Madrugada | Por que Cazzie é tão polêmico?

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Bom galera, é isso! Depois de meses esquecida no churrasco, a Netflix LEMBROU que “Atypical” existe e a sua quarta e derradeira temporada sai agorinha, no dia 9 de julho.

Desde o anúncio do retorno e principalmente depois do lançamento do trailer, em que ela dá todos os sinais que talvez teremos Cazzie endgame, não pude deixar de notar a repercussão nas mídias sociais sendo resistentes ao casal formado por Casey (Brigette Lundy-Paine) e Izzie (Fivel Stewart) e me pergunto: POR QUÊ?

Resumo | A Melhor Amiga da Noiva – Primeira e Segunda Temporada

Muito se diz sobre o relacionamento delas ser tóxico ou defendem o fato do Evan (Graham Rogers) ser uma opção melhor, mas tem algumas coisas que me parecem um pouco, não diria equivocadas, porque quem sou eu para invalidar a opinião dos coleguinhas, cada um shippa o que quer, mas no mínimo desproporcionais, não só comparado a vida real, mas também com todas as camadas que a série sempre se propôs a explorar em seus relacionamentos.

Então peguem seu rodo que meu pano tá prontinho para ser passado.

Primeiro vamos falar da Izzie, coitada não tem nem sobrenome e tudo que a gente sabe sabe sobre o background dela é que, claramente não tem um sistema de apoio familiar dos melhores. Dito isso, é obvio que a escola é o lugar seguro da personagem, é onde ela, seja beneficiada por popularidade, ou por seu bom desempenho no esporte, é alguém admirada, reconhecida, essas coisas que dentro da hierarquia escolar te faz alguém importante. Agora imaginem lidar não só com a crise da descoberta de sua sexualidade e ainda se encontrar na possibilidade de arriscar tudo isso. A escola é a única coisa que a Izzie tem de bom na sua vida, e por mais que a gente queira acreditar que os tempos estão mudando, dependendo do contexto que ela está inserida, assumir um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, pode por tudo isso a perder. Bom, não defendo a confusão que ela causou na cabeça da Casey ao beijar outra pessoa na sua frente, mas vai me dizer que as bonitas nunca tiveram um gay panic na vida? Espero que não, mas a gente sabe que acontece. Ela claramente se arrependeu, se desculpou e parece estar disposta a assumir esse relacionamento.

Outra coisa que sempre trouxe opiniões contrárias ao desenvolvimento do casal, que começou lá em meados da segunda temporada, foi o fato de ter havido sim, uma traição por parte da Casey, já que o primeiro beijo aconteceu enquanto ela ainda estava com o Evan. E pessoal, don’t get me wrong, eu amo o Evan, ele realmente é um fofo e também estou EXAUSTA de ver plots de traições na TV, principalmente envolvendo relacionamentos entre mulheres, mas no caso de “Atypical” nem foi tão ruim assim?! Obviamente a Casey precisava entender o que ela de fato sentia pela Izzie, as duas vinham se aproximando há algum tempo e depois da Izzie confessar seus sentimentos, ficou impossível correr (e olha que o que essa bichinha mais faz nessa série é correr).

A questão é: a gente quer que tudo seja lindo e correto, e acredito que estamos certas em buscar esse tipo de referência em nossas relações, mas também é normal que às vezes, principalmente quando se trata de se atrair por alguém do mesmo sexo, você precise de um gatilho, que seja uma amiga, a menina que você acha gatinha na escola ou a Xena (Lucy Lawless) cortando a cabeça de um guerreiro romano, alguma personificação daquele sentimento. E para Casey, talvez tenha sido aquele momento, aquele beijo. As pessoas falam como se ela tivesse enganado ele por meses, entretanto, não foi bem assim. Ela teve uma pequena crise de pânico e evitou o rapaz por uns dias? Sim. Mas depois tudo foi super esclarecido e o Evan, sendo um cara legal como sempre foi, conseguiu lidar com tudo da melhor maneira possível.

Não é como se Cazzie tivesse o mais perfeito dos desenvolvimentos, mas não consigo deixar de pensar que esse último fato, o caráter do Evan, consegue ter um peso até maior nessa discussão, do que os problemas que já comentei ali em cima, porque sim, eles existem, mas aparentemente, é tudo levado de maneira mais exagerada simplesmente pelo fato do Evan ser um cara legal. Como se o fato dele ser engraçado, sensível e gentil, fosse garantia de que ele é a melhor opção, de que a Casey é super sortuda de ter encontrado alguém assim, de que ela não só vai como tem que amar ele para sempre. E temos alguns pontos a serem levantados que são: quem dera se a gente escolhesse por quem se apaixona, e quem me dera ainda mais que ser legal com alguém é garantia que ela vá passar o resto da vida ao seu lado, até porque, sinto muito informar, você não tá fazendo nada menos que o mínimo.

Resenha | A longa viagem a um pequeno planeta hostil – uma história interplanetária sobre encontrar sua família

O que acredito é que existem outras formas de demonstrar esse afeto, que não seja pelo amor romântico. Não tô dizendo que ela nunca o amou, mas sentimentos mudam e as pessoas também, e é injusto até para ele ficar ao lado de alguém que, na verdade, sente apenas amizade ou gratidão.

Sem mencionar que me soa como se ficar com uma mulher só é uma opção se for pra fugir de um boy lixo, ou algum relacionamento abusivo, como se na lista de prioridade de “com que você tem que ficar”, as mulheres só entram na fila atrás dos homens legais, porque “tão raros, coitados, não podemos deixar escapar”. Só isso justifica que ações simples, e completamente justificáveis para duas adolescentes de 16 anos, sejam consideradas erros colossais, sendo que a gente já passou pano para coisa pior em ships que idolatramos. A Lexa (Alycia Debnam-Carey) literalmente traiu a Clarke (Eliza Taylor) numa situação de vida ou morte, no meio de uma guerra, e mesmo assim é um dos relacionamentos mais aclamados da nossa história! E agora sinto que o Finn (Thomas McDonell) surtou e matou uma vila inteira cinco episódios antes, morreu e deixou de ser o bom moço da série, porque, caso contrário, imagina as threads que eu teria que fazer no Twitter para ter que JUSTIFICAR A PESSOA SE APAIXONAR PELA ALYCIA DEBNAM-CAREY.

O ponto é, eu sei que a gente foi criado com “Malhação” e novela mexicana servindo triângulos amorosos em que um dos lados é sempre um completo filho da p*ta, mas guess what, a vida não é assim. Ser legal com alguém não é uma nota promissória assinada de amor eterno. O amor é uma coisa doida, confusa e que pode te deixar em pânico e assustada, ainda mais para nós LGBTQIA+, e só de ser adolescente a sua capacidade de fazer besteira aumenta exponencialmente.

Review | Hacks – Primeira temporada

Então vamos sei lá… pegar leve, curtir a temporada e se despedir dessa família e tantos outros personagens que a gente aprendeu a amar nos últimos anos (menos a Elsa (Jennifer Jason Leigh) porque ôh mulher CHATA), e quem sabe entender que a melhor pessoa para Casey é quem ela quiser.

Roberta é pura série teen, filme de super heróis e música pop. Publicitária de formação, designer de profissão e entendida de cultura POP por paixão. Habitante do país Minas Gerais, mas que sonha em conhecer o mundo todo.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando