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Especial | O que o LesB Out! pensa sobre Alguém Avisa? (ou Happiest Season)

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“Alguém Avisa?” (Happiest Season”) é um longa-metragem original da Hulu que teve estreia nas plataformas de streaming de aluguel/compra brasileiros no dia 16 de dezembro. O filme que inova ao trazer a temática LGBTQIA+ para a temporada natalina conta a história do casal Harper (Mackenzie Davis) e Abby (Kristen Stewart). A primeira decide convidar a namorada para passar o feriado de Natal juntamente a sua família, entretanto, além de pertencer a um grupo familiar controlador e que busca carreira política, a personagem de Davis não é assumida. A comédia romântica embarca, então, numa jornada sobre ser verdadeiro consigo mesmo e emoções diversas em busca da aceitação familiar.

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Aqui no LesB Out! sabemos que a produção despertou emoções diferentes no público, portanto, construímos esta matéria que contêm as diferentes opiniões das nossas colaboradoras (a minha, vocês vão conferir na crítica que sairá ainda esta semana):

França Louise

Antes de mais nada: “Happiest Season” é baseado em uma experiência pessoal. Não é uma coisa que pode ser usada pra todes como parâmetro. Partindo disso, dá para perceber que muitas coisas não foram bem desenvolvidas, mas, principalmente, como a Harper não foi bem desenvolvida e como ficou aquele ar de que a Abby merecia algo mais incrível e que a Riley (Aubrey Plaza) caberia nessa concepção. Mas os fatos são: Harper tinha medo e omitiu muitas coisas da Abby, a Abby se sentiu deixada de lado e viu na Riley alguém para trocar ideia e ela estava ali. Seria uma história pior se tivesse rolado uma traição (no sentido romântico da palavra). É bem interessante o quanto a Harper está lutando contra a ideia de ser 2 pessoas em uma e ver como a Abby está disposta a aceitar todas essas partes, até a que ela tem que se omitir. Se você está esperando ver uma comédia romântica, um aviso: comédia tem bem pouco – Jane (Mary Holland) e John (Dan Levy) perfeitos. Está mais pra uma “dramédia” com doses fofas de romantismo.

Maria Izabelly Lopes

“Happiest Season” é um filme que aborda um tema super importante e necessário. Todos os dias vemos que a realidade de pessoas LGBTQIA+ nem sempre é um conto de fadas. Harper é uma personagem muito peculiar e muito bem explorada. Abby é um respiro no meio do furacão. Apesar de ser raso em algumas discussões, o longa-metragem não deixa de ser um afago no coração de quem quis assistir um clichê lésbico natalino.

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Carol Moreno

“Happiest Season” por mais que tenha um plot simples não traz respostas simples, e nos mostra uma ambiguidade nos personagens (principalmente Harper), o que torna difícil gostar de vários deles, principalmente sem um desenvolvimento adequado. Acredito que a produção ao menos trouxe discussões muito importantes, de como não podemos diminuir as pessoas a vilãs, e ao mesmo tempo não podemos aceitar atitudes ruins pelo bem de um relacionamento. E não poderia deixar de comentar: a melhor parte do filme são os personagens coadjuvantes!

Monica Gabrielly

“Happiest Season” trouxe uma expectativa de uma história de Natal para aquecer o coração, mas pegou todo mundo de surpresa quando trouxe um assunto delicado para reflexão no clímax da história. Harper e Abby formam um casal bem estruturado no começo de tudo, até que descobrimos que Harper ainda não se assumiu para sua família o que a leva a incontáveis erros irracionais quando decide levar Abby para passar o Natal com ela, os pais e as irmãs. Presa em todas as expectativas que os pais jogaram nela e presa na imagem de família perfeita que precisa participar, Harper acaba tomando atitudes que machucam Abby o suficiente para que o relacionamento quase terminasse. Ambas estavam balançadas por um momento de medo e instabilidade emocional. Ao mesmo tempo que era difícil para Abby entender o que estava acontecendo, era igualmente difícil para Harper ter que explicar ou se assumir.

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Melissa Marques

Antes de tudo, preciso dizer que amo filmes de Natal como ninguém. Dito isso, acredito que a trama do filme pudesse ter sido feita de uma forma mais cuidadosa. Sim, comédias românticas, principalmente natalinas, sempre possuem algum drama familiar que se resolve facilmente no final, mas acho que Clea DuVall (“Quem é Você, Alasca?”) pesou um pouco demais a mão ao escrever as ações de Harper em relação a Abby e sua família. Gostei muito do longa-metragem no geral, torci para Abby e Riley em algum momento? Com certeza! Mas isso não atrapalhou minha experiência como espectadora, apesar de compreender quem não gostou ou se sentiu gatilhado com determinados tópicos.

Bruna Fentanes

“Happiest Season” tinha tudo para ser uma perfeita dramédia, porém, a relação amorosa entre as personagens principais se perde em um mar de dramas desnecessários e o clima natalino de amor se torna uma verdadeira confusão. Não é um filme para se morrer de amores, é uma produção que traz debates diferentes para mulheres LGBTQIA+ com vivências diferentes.

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Lua Barros

“Happiest Season” é um típico filme de Natal com um enredo cheio de desencontros e situações desconcertantes, que fazem suas protagonistas e o público aprenderem lições importantes: omitir seu verdadeiro “eu” é prejudicial para você e para as pessoas ao seu redor; cada indivíduo tem seu tempo para assumir sua sexualidade e/ou identidade de gênero, e nós temos que respeitar isso.


E você, gostou do filme? Conta pra gente o que achou!

Karolen Passos é a co-criadora do LesB Out!. Jornalista, marketeira, mestranda sofredora e crítica há mais de dez anos, ela já escreveu para diversos sites. Fã de séries desde Gilmore Girls, a carioca têm mais de 50 títulos interminados na grade atual de séries e uma coleção crescente de quadrinhos (será se já leu tudo?). Hoje mora na Bahia e é mãe de três gatos: Bruce Wayne, o BAT-CAT, Alex Karev, o hiperativo e Meredith Grey, a antissocial.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando