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Review | Love, Victor – Terceira Temporada

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“Love, Victor” é uma série que rapidamente me cativou, com personagens carismáticos, um bom enredo e, obviamente, por toda a representatividade que ela traz e a importância dela. Infelizmente, como tudo que é bom, a série teve vida curta, e a terceira temporada é a última. É aí que as coisas começam a desandar.

Um resumo para chamar de seu: Love, Victor (Segunda Temporada)

Victor (Michael Cimino) tem uma trajetória marcante e importante, desde antes da sua estreia. A produção que inicialmente foi pensada para o Disney+, nos minutos finais foi encaminhada para o streaming mais “adulto” da empresa, o Hulu. Apesar da polêmica relacionada a esta mudança, ela acabou trazendo um resultado positivo para o segundo ano, que, com mais liberdade, conseguiu desenvolver questões mais pertinentes para o crescimento de um jovem adolescente.

A notícia de que a terceiro seria a último ano caiu como um balde de água gelada, apesar de sabermos a dificuldade que é para uma série focada em personagens LGBTQIA+ ter uma longa duração. Entretanto, mesmo assim, a expectativa era alta. A série que vinha numa crescente, tinha tudo para terminar assim também, mas, infelizmente, não foi o que aconteceu. E como um segundo balde de água fria, o que tivemos foi um final  que deixou um gosto amargo na boca ao fim dos oito capítulos. A temporada mais curta só deixou mais claro que parecia que eles não sabiam como terminar a trama. Apesar do curto tempo, eles conseguiram enrolar em todos os aspectos possíveis e no final das contas, parece que assistimos oito episódios que não levaram para lugar algum.

Não me entenda mal, a produção continua sendo algo fácil e agradável de assistir. Ela aquece o coração, e talvez por isso que tenha doído ainda mais a queda que tivemos aqui. Mesmo ainda entregando uma maratona fácil, “Love, Victor” perdeu elementos que tornaram ela uma série tão querida, com uma execução mal feita e pior, com um protagonista que perdeu completamente o protagonismo neste último ano, fazendo com que o público não se importasse com a história dele.

Apesar de outras narrativas chamarem mais atenção do que a trajetória do Victor, a realidade é que todas as tramas tiveram seus problemas. A terceira temporada foi muito resumida a casais e quem vai terminar com quem. Como uma boa novela da Globo, todo mundo precisava encerrar em um relacionamento amoroso. Apesar disso incomodar, ainda assim os casais (tirando a vida amorosa do Victor, claro), conseguiram sustentar a temporada. Andrew (Mason Gooding) e Mia (Rachel Hilson) tem ótimos momentos, principalmente ao ver o cuidado (por alguns momentos excessivos) dele (Andrew) com a namorada. Porém, quando eles trazem uma problemática para o relacionamento, que é até relevante, já é muito tarde e tudo precisa ser resolvido em poucos minutos para fazer o final feliz.

Lake (Bebe Wood) e Lucy (Ava Capri) também é outro casal que se destacou ao longo do terceiro ano, apesar do curto tempo para o seu desenvolvimento. Mesmo assim, a narrativa das duas foi de longe uma das melhores coisas. No final do segundo ano, tivemos aquele pequeno deslumbre de flerte, que, felizmente, foi levado para algo além. Apesar das realidades e projeções diferentes para o futuro, o casal funciona e, mesmo sofrendo também com o roteiro atropelado da temporada, eles conseguem resolver de forma satisfatória a história das duas. No final, gostaria de ver mais do casal e principalmente mais de Lucy, que sofreu por chegar depois e não conseguiu ser aproveitada da forma que merecia.

Algo que deu ainda mais força para esse casal foi a forma como os roteiristas conseguiram resolver a situação entre Lake e Felix (Anthony Turpel), um casal tão querido, e que dava para sentir o amor entre eles, mas que conseguiu ter um término satisfatório e perceber a hora de seguir em frente. Com certeza não deve ter sido uma decisão fácil, mas é necessário mostrar que, em muitos casos, o primeiro amor não vai ser eterno. Isso permitiu uma evolução nos personagens para seguirem com relacionamentos mais saudáveis. Inclusive, a escolha de Félix de priorizar a família Salazar ao relacionamento com Pilar (Isabella Ferreira) é outra decisão que faz sentido com toda a trama que foi contada do personagem, a importância que a família tem para ele e como ter aquele lar e aquelas pessoas mudou a perspectiva da sua vida.

Review | First Kill (Primeira Morte) – Primeira Temporada

Um personagem que conseguiu roubar a cena, principalmente na reta final da temporada, foi Rahim (Anthony Keyvan). Ele tem um enorme potencial e, em um mundo perfeito, com certeza ganharia um spin-off. Rahim trouxe alguns dos momentos mais sensíveis da produção, e questões que mereciam mais tempo para serem discutidas de forma apropriada. O momento dele ter que voltar para o armário por causa de um parente distante e a forma como aquilo o consumiu até chegar a conversa com a mãe, com certeza foi um dos grandes acertos, e um dos poucos do roteiro, que conseguiu trabalhar esse momento com a força e delicadeza necessária.

Porém, apesar desses pontos positivos, a temporada joga diversos elementos interessantes, que poderiam render ótimos momentos, como toda essa jornada do Rahim, o alcoolismo do Benji (George Sear), entre outros temas que se perdem em um roteiro bagunçado e espremido em poucos episódios para fechar todos esses arcos. Tudo isso só prova o sentimento que ficou, que eles não sabiam o que estavam fazendo. Apenas jogando todas as ideias em cena e esperando que algo desse certo. Um verdadeiro desperdício, infelizmente.

E isso volta para o nosso protagonista, possivelmente o que mais sofreu com os problemas dessa temporada conturbada. Victor ter outros relacionamentos antes de voltar com o Benji é válido, a ideia deles se manterem separados ao longo deste ano da série faz sentido, eles tinham dilemas para resolver, mas a execução foi mal feita, as coisas não se encaixavam. E o relacionamento de Victor com Nick (Nico Greetham) é uma consequência dessa bagunça. Isso fica ainda mais evidente nos capítulos finais, a forma como tudo terminou entre eles para abrir espaço para o final feliz entre Victor e Benji foi apenas jogado de qualquer jeito.

Revista LesB Out!

Apesar de tudo, “Love, Victor” é uma trama que tem um lugar especial no meu coração. Foi ótimo acompanhar a jornada desses personagens, mesmo que por tão pouco tempo. Entretanto, isso não tira a decepção que foi a finalização que, infelizmente, não conseguiu prover a despedida que a produção merecia.

Obs.: A piada do Felix se considerando o terceiro filho dos Salazar e esquecendo do irmão mais novo do Victor simplesmente acabou comigo (já que eu também não lembrava que aquela criança existia).

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
2.8

Sinopse

Baseado no romance de Becky Albertalli ‘Simon vs. Young Adult. Agenda Homo Sapiens ‘, que inspirou o longa-metragem “Love, Simon”.

Jornalista nascida no Rio de Janeiro e atualmente morando em Fortaleza. Cresceu assistindo filmes da Sessão da Tarde, Dragon Ball e Xena: A Princesa Guerreira. Constantemente falando coisas aleatórias sobre cinema, televisão e música.

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Review | Sem Resquícios – Primeira Temporada

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Uma imigrante ilegal mexicana e uma cigana encontram um cadáver em um país europeu. Quais as chances de acreditarem que elas não são as culpadas pelo assassinato? É deste tema que se trata a série da Amazon Prime, chamada “Sin Huellas”, traduzida como “Sem Resquícios”, dirigida por Paco Caballero, Samantha López Speranza, Koldo Serra e Gemma Ferraté.

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A trama apresenta Desi (Carolina Yuste), uma mulher livre, lésbica e divertida, que sabe aproveitar bem a vida noturna da cidade, e é muito engraçada; ela é aquela amiga louca e descontrolada que sempre está pronta para te apoiar com unhas e dentes. E Cati (Camila Sodi), uma mexicana imigrante, doce e até inocente demais, que chegou na Espanha com o objetivo de ganhar dinheiro e trazer a sua filha e a sua mãe para o país e prover uma vida melhor e um futuro diferente para a filha, além de tentar manter o seu casamento com um encostado.

Essas amigas, extremamente atrapalhadas, dividem um apartamento e trabalham juntas em uma empresa de limpeza. Logo no início da série, elas descobrem que a empresa onde trabalhavam, de forma terceirizada, declarou falência e ambas estavam demitidas.

Na busca de encontrar um trabalho rápido, acabam aceitando uma oportunidade de limpar a casa de uma família milionária. Ao serem contratadas, descobrem que, na verdade, ali foi a cena de um crime, se deparam com um corpo de mulher recém assassinada e para piorar, pegam acidentalmente uma mala cheia de euros e placas de ouro, que seriam destinadas a uma gangue de assassinos russos.

É, neste momento, que elas se dão conta que devem se livrar da culpa de um assassinato que não cometeram e de russos que querem matá-las por terem roubado o dinheiro destinado a eles. Como podem se livrar desta confusão ao qual foram colocadas e ainda saírem vivas? Uma certeza é que “Sem Resquícios” garante boas risadas e surpresas, com uma comédia de muita qualidade, ação e um casal sáfico com uma química extrema.

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Ao sermos introduzidos ao núcleo policial, fica claro que a policial investigadora do caso é a ex-namorada da Desi. Claro que, ao longo dos episódios, surge a necessidade de saber mais sobre a relação de Desi e Irene (Silvia Alonso), a policial que entra na história investigando o crime e acaba se tornando cúmplice na busca de comprovar a inocência das meninas.

Acompanhamos pequenos flashbacks sobre a relação delas, o motivo da separação e o dia a dia dessa construção. A química das atrizes é muito forte e através do olhar expressam os sentimentos. Inclusive, os diálogos são bem elaborados.

Esta produção é uma indicação excelente para o final de semana, contudo, apenas para quem tem estômago “forte”, já que algumas cenas fortes e sangrentas fazem parte desta comédia espanhola.

Com um elenco de rosto conhecidos, por quem consome produções espanholas, um roteiro incrível, uma trilha sonora dançante e aqueles puxões de orelha nos preconceitos e temas tabus, que são abordados de forma inteligente, “Sem Resquícios” é uma produção que vale muito a pena.

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Review | Grease: Rise of The Pink Ladies – Primeira Temporada

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“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série de musical romântica dramática criada por Annabel Oakes (“Awkward”). A produção é um prequel do musical de mesmo nome, lançado em 1978. A série é ambientada em 1954, quatro anos antes da história de amor entre Danny Zuko e Sandy Olsson. Enquanto a gangue dos T-Birds já existe, a narrativa se propõe a mostrar como a gangue das Pink Ladies surgiu.

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A narrativa acompanha a vida de Jane (Marisa Davila), uma adolescente que namora secretamente o quarterback Buddy (Jason Schmidt) até que ele permite que a escola inteira acredite em rumores inapropriados sobre ela. Em uma cidade onde cada pessoa é definida por sua reputação, isso a deixa alucinada para reparar o que as pessoas pensam sobre ela. Dessa forma, acaba se unindo a mais três párias sociais: Olivia (Cheyenne Isabel Wells), Cynthia (Ari Notartomaso) e Nancy (Tricia Fukuhara).

Olivia é uma estudante inteligente que manchou sua reputação no ano letivo anterior ao se envolver romanticamente com um professor. Nancy é uma aspirante a designer de moda e uma esquisita socialmente que foi largada pelas amigas por causa de garotos. Por fim, tem Cynthia, que sonha em se juntar aos T-Birds e vestir orgulhosamente a jaqueta de couro. Com o intuito de iniciar uma revolução no Rydell High, elas criam a gangue de garotas Pink Ladies.

A personagem de Notartomaso é uma verdadeira moleca e não performa feminilidade. Quando ela é obrigada a entrar no grupo de teatro (por causa das confusões que as Pink Ladies cometeram), acaba conhecendo Lydia (Niamh Wilson), uma atriz dedicada e totalmente confiante de suas habilidades artísticas, que a princípio desaprova as aptidões de Cynthia.

Em uma energia “enemies to lovers”, Cynthia e Lydia são forçadas a treinar falas da apresentação do clube de teatro todos os dias, o que aflora os sentimentos das duas. Da hostilidade pura e muitos beijos de “brincadeirinha”, começam a desenvolver sentimentos reais uma pela outra. Além delas serem um casal bem explorado e com bastante química, apesar de escondido por causa do contexto da época, Cynthia protagoniza um momento de saída do armário sensível e genuíno ao lado de uma das suas melhoras amigas Nancy.

“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série que sabe mesclar bem a década de 1950 com referências ao mundo moderno da geração Z. As músicas não são muito cativantes se comparadas ao musical original, no entanto, a história da produção conquista nos detalhes: as menções ao filme, o grupo de garotas encantador e principalmente, a representatividade e diversidade do elenco.

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Infelizmente, a produção foi cancelada com apenas uma temporada e sairá do streaming da Paramount+ nos próximos dias. A série não teve a oportunidade de encontrar seu público ideal e explorar ainda mais a história das personagens principais, que individualmente e coletivamente, possuíam muito potencial.

Leve e revigorante, a produção conseguiu debater temas como racismo e sexismo, e ainda entregar cenas nostálgicas para quem acompanhou a história de amor de Danny e Sandy. “Grease: Rise of The Pink Ladies” tinha uma potencialidade absurda de brilhar, mas, para a tristeza do público, a série acabou cedo demais e só deixou a saudade do que poderia ser uma narrativa épica.

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
4.7

Sinopse

Um spinoff do musical original de John Travolta e Olivia Newton John de 1978.

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Review | Dois Tempos – Primeira Temporada

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A nova série nacional da plataforma Star+ foi lançada dia 10 de maio e carrega o nome “Dois Tempos”, a trama mostra a vida de duas garotas separadas por um século, que um dia trocam de corpo. A obra da diretora Vera Egito conta com as protagonistas Paz (Sol Menezzes), uma influenciadora digital de 2022, e Cecília (Mari Oliveira), aspirante a escritora de 1922.

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Como o nome já diz, as duas garotas são de épocas diferentes e em uma noite, frustradas com suas respectivas realidades, fazem um apelo ao universo para que possam ‘ser livres’, assim elas trocam de corpo. A influencer vai para 1922, onde se encontra em um casamento por conveniência e uma família um tanto suspeita, e logo entende o que aconteceu e começa a procurar uma forma de voltar a sua realidade.

Enquanto isso, Cecília aproveita as maravilhas do mundo novo. Junto ao amigo de Paz, Tiago (Leonardo Bianchi), ela vai até o centro cultural de Água Marinha, onde conhece sua paixão, Maria (Pâmela Germano). Nesse primeiro encontro, elas tem uma forte conexão, mas, ao decorrer dos acontecimentos, a relação passa a ter muitos altos e baixos em um curto período. É interessante ver que em “Dois Tempos” as coisas não são por acaso e os acontecimentos estão conectados entre as épocas.

Em 2022, a cidade de Água Marinha é apresentada como a terra das mulheres fortes que lutam e protegem umas as outras, mas é quando Paz está em 1922 que podemos ver como a modernidade nas atitudes da garota ‘influenciam’ as mulheres a sua volta, moldando aquele lugar aos poucos para se tornar o que vemos com Cecília em 2022.

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A produção tem oito episódios e flerta muito com a comédia, mas não deixa de explicar como as coisas acontecem, como o fato de Maria possuir o antigo caderno que Cecília escrevia, o que se torna a única forma de comunicação entre os dois tempos e ajuda a garota a acreditar que aquilo realmente era verdade. O final fica aberto para uma continuação, mas nada ainda foi confirmado pela plataforma ou a empresa produtora.

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
4

Sinopse

Duas garotas misteriosamente viajam no tempo e vão parar uma no corpo – e no século – da outra.

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Bombando

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