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Editorial | A importância da representatividade em produtos audiovisuais

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Sabe-se que o mundo carece de representatividade LGBTQ+ positiva há algum tempo, no entanto, mesmo que mais lentamente do que se espera, isso está mudando, e uma parte da responsabilidade pesa nos ombros de um acontecimento muito criticado e que feriu o coração de muitos fãs, a gota d’água em um copo que já transbordava há muito tempo.

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Para muitos foi apenas a morte de uma personagem, apenas a saída de uma atriz de uma série qualquer em uma emissora qualquer, mas para tantas e tantas outras foi um basta. A morte dolorosa da comandante Lexa, vivida pela atriz Alycia Debnam-Carey, da série “The 100”,  de certa forma ajudou a mudar o jeito como as personagens LGBTQ+ seriam tratadas e retratadas dali para frente, na verdade a morte da personagem mudou a forma como “aceitávamos” o massacre que vinha sendo feito com os personagens LGBTQ+ até então.

Por anos e anos fomos obrigados a aceitar meia dúzia de personagens LGBTQ+, mal representados, repletos de estereótipos e que, quando não serviam somente como alívio cômico eram retirados da narrativa abruptamente, vindo a se tornar apenas mais um número nessa longa lista de dolorosas perdas.

A representatividade positiva importa sim, e muito, pois muitas das vezes é a partir dessas representações que muitas garotas em casa descobrem a verdade por trás de algo que sempre esteve ali e elas não entendiam. Muitas pessoas tem um personagem LGBTQ+ que se espelharam, que as ajudou a se entender. No meu caso, foi Cosima Niehaus, personagem vivida por Tatiana Maslany, na série “Orphan Black”, que cumpriu este papel tão importante, pois nem só de péssima representatividade se faz o entretenimento.

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“Orphan Black” foi um divisor de águas na minha vida, Cosima foi a personagem que me fez perceber que não tinha nada de errado comigo ou com todas as outras pessoas que eram iguais a mim. Ela, com toda a sua independência e singularidade, abriu de vez as portas do meu armário. Já Lexa foi a personagem que me fez perceber o quão errado alguns personagens eram tratados e como já não aguentava mais dar audiência para isso.

Diversos produtores passaram a dar mais atenção as suas criações depois de toda a movimentação que foi gerada a partir da morte da Lexa. Eles passaram a dar história, vida e principalmente, a respeitar as pessoas que estão em casa assistindo aos seus programas, pois são elas que importam no fim das contas.

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Não tenho nem palavras para descrever o quanto a representatividade importa na minha vida, o quanto aquelas mulheres, lésbicas, empoderadas fizeram e fazem diferença para mim até hoje. Enche-me de alegria e orgulho assistir séries como “Wynonna Earp”, “One Day at a Time”, “Orange is the New Black”, “Carmilla, “Sense8”, “The Bold Type”, entre tantas outras, que além de nos entregarem histórias e personagens maravilhosas também nos apresentam o poder e a importância que todas temos.

Myrella Oliveira é a co-criadora do LesB Out!, estudante de Publicidade, designer e sonha mais do que pode realizar. Acumula livros que não tem tempo pra ler e séries que não tem tempo para assistir. Feminista, bissexual e orgulhosa, além de ser esquecida e absurdamente dramática. Enxerga o mundo de um jeito bem singular. Mora no litoral ensolarado do Rio de Janeiro.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando