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As melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2021 até o momento

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Chegamos na metade do ano e 2021 já entregou grandes produções dos mais diversos gêneros. E personagens LGBTQIA+ vêm se tornando cada vez mais presentes, não apenas como secundários sem nenhum tipo de desenvolvimento, mas ganhando voz e espaço, contando suas próprias histórias.

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Apesar das dificuldades decorrentes da pandemia da Covid-19, que atrasou as gravações da maioria das séries, a televisão e, principalmente, o streaming entregaram grandes hits, produções aclamadas pela crítica e premiações, aguardadas novas temporadas, despedidas e novatas surpreendentes.

A equipe do LesB Out! selecionou algumas dessas produções, através de uma votação interna, e fechamos uma lista com as nove melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2021 até o momento. Confira a lista:

9º: Mythic Quest – 2ª temporada | por Grasielly Sousa

Apesar de ter passado despercebido de um público maior, “Mythic Quest” conseguiu deixar a sua marca como uma das produções mais interessantes da Apple TV+. A comédia que acompanha a equipe por trás de um jogo de videogame online conseguiu ir além das quatro paredes do local de trabalho e apresentar uma evolução de seus personagens. Depois de conseguir estabelecer muito bem a dinâmica entre eles na primeira temporada, dessa vez os roteiristas abriram espaço para explorar a individualidade de cada um, trazendo mais camadas para os personagens que já amamos e propondo novos caminhos.

E entre as personagens que conquistaram mais espaço estão as testers Dana (Imani Hakim) e Rachel (Ashly Burch), que depois de passarem longos episódios flertando, finalmente oficializaram o relacionamento. Mas apesar disso, o namoro não virou o foco do plot, elas são mais do que um relacionamento, tem sonhos e metas, e conseguimos acompanhar e nos envolver com cada uma delas, mas sem deixar de lado o companheirismo e o apoio que uma dá para a outra. Com um final inesperado, a série promete expandir ainda mais em uma possível terceira temporada, que, infelizmente, ainda não foi confirmada.

8º: Elite – 4ª temporada | por Viviane Marques

Uma série conhecida e bem polêmica que trouxe um tom diferente às séries adolescentes. Trazendo mistério, drama, assassinato e uma visão de vida badalada e bem diferente das que víamos, a quarta temporada veio com tudo. Ficando no Top 10 Brasil, na Netflix, durante três semanas consecutivas, este ano chegou com um tom totalmente diferente. Por mais que tenha o mistério rodeado de acidente/morte como nas anteriores, tem também novas histórias, com atualizações completamente distintas, desde novos triângulos amorosos, situações envolvendo adultos diretamente, com suggar daddy – homens mais velhos que se envolvem com meninas mais novas -, vendas de drogas pela mãe da Rebeka (Claudia Salas) e toda a situação com o novo diretor.

O motivo de estar nesta lista é o fato de abordar um relacionamento lésbico de forma natural, sem todo o drama visto nas demais produções, onde o medo e a problemática não é por ser uma relação entre duas mulheres, mas por haver um coração machucado no passado, e as inseguranças de se abrir a um novo amor. É um relacionamento maduro, compreensivo e tão saudável, que deixa todos os problemas de lado, por mais que hajam situações complexas em relação a Mencía (Martina Cariddi), há toda a sensibilidade e novas sensações de um amor correspondido.

7º: Hacks – 1ª temporada | por Grasielly Sousa

“Hacks” foi uma das grandes surpresas da temporada. A série da HBO Max acompanha a relação entre uma lendária comediante e uma jovem escritora, e o que se inicia como um conflito de gerações consegue ir muito além disso e não fica presa apenas no mesmo botão. As duas são o completo oposto uma da outra e esse choque é muito bem explorado ao longo da narrativa.

A comédia traz um roteiro afiado, que consegue aproveitar da melhor forma possível a ideia de ter duas comediantes ligando toda a história, mas parte fundamental do sucesso é a dupla que protagoniza essa história. “Hacks” não seria a mesma coisa sem Jean Smart e Hannah Einbinder. A química entre as duas é algo absurdo. Elas conseguem funcionar perfeitamente separadas, mas são nos momentos em que estão juntas que a série realmente brilha. E o trabalho impecável rendeu indicação ao Emmy Awards para ambas, com Smart na categoria de Atriz em Série de Comédia e Einbinder em Atriz Coadjuvante.

6º: Feel Good – 2ª temporada | por Grasielly Sousa

Apesar do curto tempo de vida, “Feel Good” deixou sua marca como uma das melhores dramédias LGBTQIA+. A série criada por Mae Martin e Joe Hampson conseguiu trabalhar de forma única temas importantes como relacionamentos, dependência, traumas e ainda trazer humor. Enquanto na primeira temporada acompanhamos o início da relação entre Mae (Martin) e George (Charlotte Ritchie), as problemáticas, o desconforto e a dificuldade de lidar com as próprias barreiras, no segundo ano temos um amadurecimento, tanto da narrativa como das personagens.

“Feel Good” pode não ser uma série para todos, mas isso não diminui a qualidade do que é entregue e a importância da sua existência. Com este ano focado em traumas e crescimento individual das personagens, é impossível não destacar o trabalho de atuação, com ênfase para Charlotte Ritchie e sua George, que conseguiu roubar a cena em diversos momentos.

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5º: Big Shot: Treinador de Elite – 1ª temporada | por Bruna Fentanes

“Big Shot: Treinador de Elite” acompanha a história de Marvyn Korn (John Stamos), um treinador de basquete renomado, que após ser demitido do seu emprego, se vê obrigado a aceitar uma vaga para treinar um time feminino de uma escola de elite dos Estados Unidos. O time de garotas traz uma perspectiva diferente para a vida do treinador e ao longo de dez episódios acompanhamos os dramas pessoais de cada adolescente.

Uma das integrantes que se destaca é Carolyn (Tisha Custodio), conhecida como Mouse, a garota desde o princípio demonstra interesse amoroso por Harper (Darcy Rose Byrnes), que faz parte do clube de Teatro. As duas, protagonizam juntas, declarações fofas, gay panic e o mais importante de tudo: o primeiro beijo entre duas mulheres em uma série original do Disney+. Por essa razão, a produção consegue ser uma das melhores séries do ano de 2021.

4º: Mãe Só Tem Duas – 1ª temporada | por Melissa Marques

“Mãe Só Tem Duas”, produção original mexicana da Netflix, mostra de forma divertida a relação entre duas mulheres que tiveram seus bebês trocados na maternidade. Enquanto Ana (Ludwika Paleta) é uma mãe de família bem sucedida no trabalho e aparenta ter uma vida perfeita, Mariana (Paulina Goto) é uma jovem estudante bissexual que está com a vida de cabeça para baixo desde que descobriu a gravidez.

Apesar de virem de mundos completamente diferentes, as duas percebem que têm mais em comum do que imaginam e começam a criar um laço inesperado enquanto criam suas filhas juntas. Logo em sua primeira temporada, “Mãe Só Tem Duas” conquistou o público e virou um grande sucesso por ser a série perfeita para maratonar em um fim de semana: leve, engraçada, com a pitada ideal de drama e uma alusão clara às novelas mexicanas.

3º: The Handmaid’s Tale – 4ª temporada | por Carol Souto

A série “The Handmaid’s Tale”, baseada no livro “O Conto da Aia” de Margaret Atwood, é uma distopia que tem como foco retratar um país tomado por um regime teocrático e totalitário onde mulheres não possuem direitos e são tratadas como propriedade do Estado. Desde o início ganhou bastante destaque devido ao roteiro intenso e a entrega do elenco em cena. Depois de um ano fora do ar, devido a pandemia, a série voltou com força total, entregando para o público um avanço necessário para o roteiro, explorando novas questões e novas perspectivas, além de fatores decisivos para os próximos anos e atuações impecáveis. A nova temporada surpreendeu mostrando um novo lado dos personagens, fazendo com que o espectador os entenda ainda mais. O resultado foi algumas indicações ao Emmy Awards 2021, mostrando que a produção ainda continua em alto nível.

Como Gilead é regida por um viés teocrático, os relacionamentos de pessoas do mesmo sexo são extremamente proibidos. Em “The Handmaid’s Tale”, Moira (Samira Wiley) e Emily (Alexis Bledel) são mulheres lésbicas e, por isso, chamadas de “traidoras do gênero”. Suas trajetórias possuem marcas das consequências das imposições do país, e no decorrer das temporadas, as personagens vão ganhando cada vez mais importância para o desenvolvimento da história. Com isso, o crescimento delas é visível, protagonizando diversos acontecimentos marcantes e desafiadores. Com certeza a coragem e a resistência das duas são características de destaque na produção. Na última temporada, o público consegue se aproximar de Emily depois de Gilead, entender que mesmo após um certo tempo, a memória de períodos traumáticos ainda influencia na sua vida pessoal e amorosa. Já a Moira exerce um papel importantíssimo para um novo ciclo da série, que propõe mostrar o seu desenvolvimento e suas contribuições fora do regime, vale destacar a atuação da intérprete Samira Wiley.

2°: Pose – 3ª temporada | por Lays Nunes

A terceira temporada dessa série, que é certamente icônica, chegou em 2021 marcando seu encerramento. Sem dúvidas essa estreia merece estar entre as melhores do ano, pois, além de finalizar o show com glamour, oferecendo um desfecho digno para cada personagem, nos trouxe momentos emocionantes – pode separar o lencinho, tá? –, risadas e muita luta. Discutindo questões de outras décadas de uma forma ainda muito atual (infelizmente), é possível se inspirar na sororidade e na força encontrada pelos personagens para lutar contra injustiças muito presentes e discutidas, tanto durante o início da luta contra o vírus HIV, quanto durante esse período de pandemia do Covid-19. Para finalizar, um dos diálogos (de tantos diálogos fortíssimos) mais impactante é da personagem Angel (Indya Moore), abordando autoaceitação enquanto uma pessoa Queer e sobre quais os tipos de amores que devemos aceitar em nossas vidas.

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1º: Dickinson – 2ª temporada | por Melissa Marques

E em primeiro lugar temos “Dickinson” que, em sua segunda temporada, voltou com uma dinâmica um pouco diferente do que estávamos acostumadas. Se antes a obsessão de Emily (Hailee Steinfeld) era com a morte, agora a fama tomou os pensamentos da jovem poetisa que precisa encontrar uma forma de lidar com a pressão de publicar seus poemas e entender seus sentimentos sobre Sue (Ella Hunt) ao mesmo tempo.

Com ótimas atuações, a temporada traz certa leveza ao abordar temas considerados tabus para a época em que a série se passa, sem deixar de enfatizar a seriedade por trás de cada tópico, sendo assim, uma combinação perfeita para uma produção de comédia que também busca ser relevante e inclusiva nos dias atuais.

Apesar de mais lenta que no ano de estreia, a trama continua muito intrigante e faz um trabalho ainda melhor em “modernizar” uma produção de época. Em dez episódios vemos Emily passar por diversas mudanças em sua vida, nos conectando ainda mais com a personagem e suas dificuldades de se inserir na comunidade como uma jovem adulta em busca de ser alguém no mundo.


E para vocês, quais foram as melhores séries de 2021 até o momento? Concordam com a lista? Sentiram falta de alguma série?

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando