Um dia desses estava conversando com um amigo meu do trabalho sobre o filme da “Capitã Marvel”, que até então ainda estava para ser lançado, e ele reclamou comigo que uma de suas filhas não iria mais ao cinema com ele. Sugeri então que ele levasse a sua filha mais nova e ele me respondeu que ela gostava mais da DC, por conta de personagens como Mulher Maravilha e Supergirl.
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Naquele momento não dei muita importância e não pensei mais afundo sobre aquela afirmação, até porque não vi nada demais. Porém, neste domingo (10), após ver e surtar horrores com o filme da já citada “Capitã Marvel” e todas as referências, toda força e empoderamento daquela mulher, eu me lembrei do que o meu colega de trabalho me disse e cheguei a conclusão de que talvez a filha mais nova dele gostasse mais da DC porque ali ela via personagens femininas fortes e poderosas nas quais pudesse se espelhar.
A Marvel está iniciando uma nova era em seu Universo Cinematográfico, inicialmente trazendo a representatividade negra com “Pantera Negra” e toda a nação de Wakanda e agora apresentando a força da mulher através dos punhos de Carol Danvers. Não digo que as personagens que vieram antes dela não tiveram importância, é claro que sim, mas sempre quem vinha à frente dos holofotes era um homem, um super-herói.
A Marvel demorou para se arriscar com um filme liderado por uma personagem feminina, mas agora que ela colocou a cara no sol e experimentou todo o gostinho do sucesso da estreia de “Capitã Marvel”, eles talvez passem a ver que mulheres são incríveis, badass e tão capazes quanto qualquer homem, talvez até mais. Agora, nesta nova era para qual eles estão caminhando, meninas como a filha do meu colega terão mais do que somente duas personagens para se inspirar, porque o que não falta é poder feminino para ser explorado nas telonas.
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O padrão dos filmes está mudando, o padrão das heroínas está mudando e isso é maravilhoso, é necessário. Carol Danvers não traz poder e determinação somente através dos seus dons, mas também em suas atitudes, em suas falas, em sua trajetória. Uma mulher que, por toda a sua vida teve homens em seu caminho lhe dizendo que não iria conseguir, que ela não deveria estar ali, que ela não era capaz, que deveria se provar para eles, e que mesmo caindo ela sempre se levantou e lutou pelo o que queria e acreditava.
As meninas e mulheres precisam de mais de dois exemplos para se espelhar, elas precisam se ver poderosas e importantes não somente em filmes de heróis, mas em todos os projetos audiovisuais, em todos os lugares. As mulheres precisam entender o poder que existe dentro delas e se pelo menos uma delas saiu da sala do cinema se sentindo suficiente, isso já alegra o meu coração.
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“Capitã Marvel” chegou estourando as bilheterias e mostrando a que veio, incomodou aquela parcela, como sempre acontece, que prometeu até mesmo um boicote, mas, como já era de se esperar, isso não deu (nem um pouco) certo. Brie Larson nasceu para ser a Carol Danvers e nos entregou um ótimo alívio para a overdose masculina que vemos nos filmes baseados em histórias em quadrinhos.
“Capitã Marvel” foi o melhor presente de dia das mulheres que a Marvel poderia nos dar.
Este texto foi originalmente publicado no site Retalho Club