Faz alguns dias que a CW anunciou a presença da personagem Batwoman no próximo evento de crossover do Arrowverse. Contudo, devido aos problemas recentemente encontrados em algumas produções do canal, vide “Supergirl”, os fãs da vigilante de Gotham ficaram preocupados. Afinal, a retratação negativa de personagens LGBTQ+ pela CW tem provocado desgaste deste público. O ponto aqui é que, no meu parecer, a ideia é expandir ainda mais o universo e trazer, talvez, a Batfamília ou uma produção focada na cidade do Batman só que com a prima (Kane) atuando.
Kate Kane, também conhecida pelo codinome Batwoman, é de crucial importância para a comunidade LGBTQ+, sendo uma das poucas personagens dos quadrinhos, das grandes editoras, lésbica a ganhar uma história solo. Além disto, a reformulação que ela recebeu em 2006 (a mesma existe desde 1956), justamente na época em que os EUA ditavam a política do “don’t ask, don’t tell”, é de uma crítica social pontual. A herdeira dos Kane é expulsa do exército por ser gay e não aceitar negar a orientação sexual, o que leva a jovem por um percurso complicado até o momento em que finalmente assume o manto de heroína.
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A narrativa da mesma possui uma riqueza peculiar, uma verdadeira trama de detetive com direito a plot twist, cliffhanger e muito mais elementos que enriquecem um roteiro. Sem contar que a personagem tem uma história mais adulta, por assim dizer, que poderia sofrer cortes em um canal como a CW. Com tudo isso em mente me deparei com esta lista feita pelo perfil Let’s Talk Batwoman sobre nove coisas que a CW precisa acertar sobre a Batwoman. Acompanhe:
1 . “Don’t ask, don’t tell” e o fato dela ter voluntariamente abandonado o sonho de servir no Exército. Isto pode ser elegantemente feito e contrastando com a personagem da Chyler Leigh, Alex Danvers. Afinal, Alex é gay e serve abertamente, enquanto Kate precisou desistir por esta mesma razão. Talvez possa haver uma pequena ponta de ciúmes ali. (Isto, claro, se fizerem o favor de levar a Agente Danvers para o crossover).
2. Apesar de tudo, Kate é motivada pelo serviço. É uma linha fina para andar. Ela não é fácil de se manipular, conquistar ou ganhar. Porém, também, não deveria ficar se metendo em competições irritantes só para fazer charme.
3. Kane atuar como vigilante é o “plano B” dela e isto a salvou da autodestruição. (Ponto essencial para tratar da personagem, ainda mais se estamos falando sobre a primeira vez que ela aparece em live-action, é preciso dar origem, histórico para a mesma)
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4. Definitivamente precisam entrar na questão de quando ela foi sequestrada. (Bom, detalhe sobre a história da Batwoman: quando era criança, ela, a mãe e a irmã gêmea foram sequestradas e isto provocou um trauma gigantesco na ruiva por causa das repercussões que disto proveio, o que é crucial para formação da pessoa em quem ela se transformou)
5. É preciso ficar claro que a Kate é judia. Se o crossover estiver realmente previsto para ir ao ar em dezembro, é uma tarefa fácil de cumprir.
6. (Kate Kane não é o Batman, okay?) Portanto, deve ficar claro que a persona civil da Batwoman não é uma persona, pois ela realmente adora festejar e ser uma socialite. Ter um senso de humor, o que contrasta com…
7. … o fato de que ela é uma profissional que se doa 100% no trabalho de combate ao crime. Ela deve agir, falar, se mover e lutar como um Ranger / Militar / Delta Operative. Pois exceto pelo nome, isto é quem ela é.
8. (Lembra do sequestro?) Então, ela precisa amar as crianças e ser protetora delas. Mais uma vez, para contrastar com toda a personalidade de soldado frio e para re-enfatizar o próprio trauma passado, como ela quer proteger os outros do mesmo que lhe aconteceu.
9. Finalmente, é necessário que fique claro que ela não se opõe à força letal, se preciso, mas também não é feliz com o gatilho. (Já disse que ela não é o Batman)
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Bom, como fã da personagem desde que me entendo por gente, e uma leitora assídua de quadrinhos, não posso deixar de concordar com todos os pontos levantados pelo perfil Let’s Talk Batwoman. Afinal, mesmo que seja apenas um crossover, existem pontos importantes que precisam ser acertados. E caso decidam investir a longo prazo, o cuidado precisa ser redobrado.
E vocês, concordam com a lista? Comentem! Para quem desejar vê-la em inglês clique aqui.
Giovanna Medeiros
26 de julho de 2018 at 12:54
É bem válido ter centenas de ressalvas quanto à introdução de Batwoman, realmente. Se fosse qualquer outra produtora talvez eu ficasse mais tranquila quanto manterem os principais traços de Kate. É preocupante já que a CW poderia facilmente ganhar o título de “Home of Phobia”, se é que me entendem.
Desde o fracasso logo no início da terceira temporada de Supergirl eu já não consigo acompanhar as séries com a imersão que eu gostaria.
Elenco falando mal dos shipps, roteiristas homofóbicos e basicamente Katie sendo a única atriz que merece meu respeito esgotaram minha paciência com a série através dos anos. Deve ser um milagre que a personagem Alex não tenha sido assassinada ainda.
Depois de criarem um dos maiores shipps que já repercursionou nas mídias sociais e simplesmente jogá -lo no lixo com desculpas porcas e plots descabidos, sinto a necessidade de simplesmente rezar pela história da Batwoman nesse cenário.