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Resenha | Daqui a Cinco Anos – onde você se vê daqui a cinco anos?

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Ficha Técnica
Livro: Daqui a Cinco Anos
Autor: Rebecca Serle
Editora: Paralela
Número de Páginas: 291
Ano de Lançamento: 2020


Minha primeira experiência com Rebecca Serle foi através de “Tocando as Estrelas” (2015), livro que deu origem a série “Famous in Love” (2017). Este ano, a autora voltou com uma publicação no Brasil, por meio da editora Paralela, com o título “Daqui a Cinco Anos”, uma obra um tanto quanto surpreendente.

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O nome da personagem principal é Dannie Kolan, ela acredita que números são importantes e tem a vida toda completamente programada do que pretende conquistar nos próximos cinco anos (e talvez até mais). Formada em advocacia, acaba de arrasar na entrevista do seu emprego dos sonhos e tem certeza que seu namorado David vai pedi-la em casamento.

“Quem determina com o que estamos lidando somos nós”

Na noite de seu noivado, ela está radiante com a certeza de que todos os seus planos estão no caminho certo. Porém, no mesmo dia, ela dorme e quando acorda está em uma realidade completamente diferente, com outro anel de noivado no dedo, um apartamento desconhecido e um homem que nunca viu na vida. E a única coisa que Dannie sabe é a data que a televisão mostra – 15 de dezembro -, cinco anos no futuro.

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Depois de certo tempo neste cenário, Dannie acorda de volta ao presente, como se nada tivesse acontecido e tentando se convencer que tudo não passou de um sonho. O que ela não esperava é que, quatro anos e meio depois, reencontraria o homem que viu naquela noite, e ele é nada mais, nada menos, que o novo namorado de sua melhor amiga, Bella.

De início, você espera que “Daqui a Cinco Anos” seja uma obra divertida, bem na vibe do filme “De repente 30”, porém se torna muito mais que isso, ao incluir drama, autodescoberta e perspectivas sobre o amor em seu enredo. Não é exatamente uma narrativa feliz, mas a escrita da autora é fluida e cuidadosa com o desenvolvimento de seus personagens, sem deixar nenhuma brecha, (a única coisa que incomodou foi o fato de Bella ter afirmado não ser hétero, mas nunca ter citado o nome de nenhuma mulher que já tenha se envolvido, seja casualmente ou não, porque deixar que sua funcionária te beije não se enquadra no meu conceito de LGBTQIA+, mas ok).

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Apesar de ter entregado um final amarradinho, algumas ações, se prestar bastante atenção, podem se tornar um tanto previsíveis. A história construída por Rebecca Serle consegue ser surpreendente em muitos pontos, mas a sinopse não condiz totalmente com a sua narrativa, porque este livro não se trata de um romance, mas sim sobre a amizade e amor entre duas mulheres: Dannie e Bella.

“Porque força é isso – correr riscos, sair do caminho predeterminado, tomar decisões baseadas não em fatos, mas em sentimentos. E isso me doí. É como se houvesse um tornado devastando minha alma.”

De modo geral, não é uma obra espetacular, ao mesmo tempo que vale a pena pela relação entre as duas amigas e as teorias que podem ser levantadas ao longo da narrativa. Não espere uma história de amor água com açúcar, porque você com certeza irá se decepcionar, isto aqui é sobre lealdade, amizade, e sem dúvidas, as perspectivas que temos do futuro.


Obs.: livro cedido pelo Grupo Companhia das Letras para resenha. “Daqui a Cinco Anos” será publicado em e-book no dia 29/06.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

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A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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