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No Diário (Out!) | Sobre amores, cartilhas e combinados

Esquece como te disseram que você deveria agir e sentir. Esquece o que te falaram sobre os jogos. Esquece aquele famoso… o jogo de poder.

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A gente cresce aprendendo um tanto de coisas sobre se relacionar e eu preciso começar esse texto dizendo: esquece.

Primeiras Impressões | Gelatina – Primeira temporada

Esquece como te disseram que você deveria agir e sentir. Esquece o que te falaram sobre os jogos. Esquece aquele famoso… o jogo de poder. E junto com ele, esquece também aquela máxima que diz: numa relação, tem sempre alguém que gosta mais. Coloca essas caixinhas todas em uma caixa bem grandona… e joga fora.

Eu recebi essa cartilha desde nova… e você também. Nos comentários, nos relacionamentos que você e eu vimos por aí. Na televisão. Daí fui passando de relacionamento em relacionamento e cheguei a uma conclusão: namorar é uma merda.

Por que liguei? Por que me declarei? Por que me entreguei? Por que sentir? Por que expressar? Como fui idiota. Por que acabou? Não era para sempre?

Aí, uma vez li uma frase no banheiro da faculdade. Daqueles que todo mundo deixa um recado, um telefone, um xingamento ou uma memória, através dos rabiscos atrás da porta.

Tava escrito assim: perde não é quem dá amor, é quem não sabe receber. Eu – que tava numa puta dor de cotovelo – adotei o mantra. Nunca mais esqueci.

A gente não tem que se martirizar quando se doa. Se você compartilha o que há de melhor aí dentro, azar do outro que não soube ganhar. Ou não quis. Ou não pôde. Há motivos e motivos, mas a culpa não é sua. Nem minha.

Eu queria ser especial (ainda quero).

Elite e o casal Menbeka (Rebeka e Mencía)

Mas, para mim, ser especial significava que ele/ela mentia para todo mundo, mas PARA MIM não. Ser especial significava ele/ela ter traído todas as namoradas, mas A MIM não. Ser especial significava MUDAR ele/ela. Você já parou para pensar no quanto a gente valoriza isso?

Resolvi trocar a cartilha que recebi (e você também) por combinados.

Se relacionar é construir um lugar comum. De compartilhamento. Escolher andar lado a lado, numa caminhada antes solitária.

Os combinados.

Eu fiquei pensando… por que seguir uma receita pronta que pode até dar certo com outras pessoas, mas que para mim não é nenhum MasterChef? Por que seguir pactos dos outros quando sou um indivíduo único me relacionando com outro indivíduo único?

Se é um jogo, que as regras sejam definidas a cada partida. Hoje, me sinto assim em relação a isso. Amanhã, de outra forma.

Rasguei a cartilha, mas às vezes esbarro num pedaço perdido por aqui.

Anotei no bloco de notas: diálogo e lealdade.

Acho que basta.

Parece-me que ser especial é sobre outra coisa. Ser especial é ser casa para que o outro possa ser exatamente quem é.

Rebeca Figueiredo é atriz, comunicóloga (UFMG) e aspirante à escritora. No universo das câmeras, é uma das idealizadoras do coletivo audiovisual Grilla! e vive a personagem Raphaela na websérie independente Magenta, da Linha Produções. A mineira, de Belo Horizonte, é apaixonada por séries, astrologia e política.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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