“Pariah” é um filme de 2011, considerado um coming of age, ou seja, mostra uma evolução, um crescimento do protagonista (geralmente um jovem). Na história, somos apresentadas à Alike (Adepero Oduye), uma jovem negra de 17 anos que vive basicamente uma vida dupla: em casa, Alike, ou Lee como é chamada pela família, segue as regras conservadoras da família religiosa.
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Fora de casa, Alike se transforma na sua real identidade: uma lésbica jovem que ainda está tentando se encaixar no mundo. Suas roupas e trejeitos mudam e ela tem uma melhor amiga que a ajuda nesse momento de transformação. Além de toda mudança, ela é uma jovem sensível e tímida, que está em busca de se apaixonar.
Dentro da casa da família, a mãe de Alike faz a linha mais conservadora, se preocupando com a opinião alheia a respeito da filha e tentando fazer escolhas por ela: roupas, amigos, etc. A protagonista tem uma irmã mais nova e as duas, apesar das picuinhas, se mostram muito próximas em diversos momentos. Além disso, a jovem era muito próxima ao pai, apesar do mesmo passar muito tempo fora de casa. Todos na família desconfiam sobre a sexualidade dela, mas parece algo tão severamente proibido que isso nunca foi conversado e mesmo assim, existe a insistência em moldá-la de uma maneira tida como “normal” para a família.
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A melhor amiga de Alike, Laura (Pernell Walker), que também é lésbica, é quem a ajuda a fazer novas “descobertas” sobre toda a construção de identidade. Ao mesmo tempo, ela ganha uma amizade “por obrigação”. Uma filha de uma amiga da igreja da mãe dela que fica no seu encalço, para que fora de casa, Alike não passe a fazer as coisas erradas, segundo sua mãe e Bina (Aasha Davis). Esta nova “amiga”, que apesar das razões pelas quais ela se aproxima da jovem, acaba vendo que as duas têm mais em comum do que esperavam.
Todos os problemas pelos quais Alike passa mostra uma evolução da protagonista. Ela está certa da sua sexualidade, apenas busca uma forma de como se mostrar para o resto do mundo. É uma história “semi-autobiográfica” segundo a própria diretora, Dee Rees. É uma história forte, inspiradora. O longa-metragem é cheio de passagens nas quais jovens negros LGBTQIA+ podem relacionar com suas próprias histórias.
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“Pariah” está disponível somente no Looke.