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Visibilidade Lésbica | Marcos na história das mulheres lésbicas

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Agosto é o mês da Visibilidade Lésbica. Ao longo do tempo, diversas mulheres lutaram pelo direitos de serem vistas, ouvidas e ter a liberdade de amarem outras mulheres sem temor. A história, muitas vezes, tende a diminuir ou tornar invisíveis essas mulheres, porém aqui destacamos alguns momentos históricos das mulheres lésbicas e de enorme representatividade para o Brasil e o mundo.

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O Stonewall Brasileiro

O movimento LGBTQIA+ teve seu início em um dos períodos mais pesados da história brasileira: os anos da ditadura militar (1964-1985). Em 1983, em uma união do GALF (Grupo Ação Lésbica Feminista) e de outros grupos feministas, houve uma resistência e um enfrentamento às constantes tentativas de expulsão desses grupos do Ferro’s Bar em São Paulo, um local conhecido por estar sempre com militantes políticos. O levante foi contra a repressão e pelos direitos das mulheres lésbicas e se tornou um marco. Foi o primeiro do tipo no Brasil onde se falou sobre uma manifestação dos direitos das mulheres lésbicas. Uma das mulheres à frente dessa manifestação era Rosely Roth, fundadora do GALF e que sempre teve lutando por visibilidade para suas ações. Porém, em 1990, ela cometeu suicídio. Em homenagem à ela, em 2003 foi instituído que o dia 19 de agosto (data de sua morte) seria considerado o dia nacional do Orgulho Lésbico.

The L Word

“The L Word” estreou em 2004 e foi a primeira série que colocou protagonismo em histórias de mulheres lésbicas. A série do canal americano Showtime, se passava na Califórnia e mostrava o dia a dia de diversas mulheres lésbicas e bissexuais. Desmistificou alguns assuntos sobre a comunidade lésbica e se tornou um marco. Durou até 2009 e teve sete temporadas, diversas participações especiais (uma delas, Ossie Davis, rendeu o Emmy à produção).

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Anos se passaram até que a showrunner Ilene Chaiken criasse um spin-off, “The L Word: Generation Q”, que se trata não só da comunidade lésbica, mas da comunidade LGBTQIA+ como um todo e também trouxe de volta três das protagonistas da série original (Jennifer Beals – Bette Porter, Leisha Halley – Alice Pieszecki e Katherine Moening – Shane McCutcheon). A produção teve estreia nos EUA em 2019 e no Brasil em 2020 pela Amazon Prime Video.

Amores lésbicos na TV brasileira

Em 2020, ainda é um tabu ter personagens LGBTQIA+ em novelas. Que dirá um relacionamento! É o caos instaurado. Ainda existe uma onda conservadora no país, mas imagina isso em 1963? Nesse clima, na TV Tupi, durante a exibição do teleteatro “A Calúnia” que Vida Alves e Georgia Gomide protagonizaram o que seria o primeiro beijo entre duas mulheres em novelas (Vida Alves também foi pioneira ao dar o primeiro beijo em novelas). Porém, depois disso, muitos anos se passaram até que pudesse ocorrer outro beijo entre mulheres: em 2002, na novela “Mulheres Apaixonadas”, na Globo, Paula Picarelli e Alinne Moraes, interpretavam Clara e Rafaela, respectivamente, e deram um beijo tímido ao participarem de uma peça de teatro. Clara interpretou Romeu e Rafaela a Julieta. O beijo causou um alvoroço na mídia e o conservadorismo pegou pesado. Só em 2011 foi acontecer outro beijo, desta vez mais ousado, entre as atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre, em “Amor e Revolução”, no SBT. De lá pra cá, houveram outros beijos e casais que conquistaram a simpatia do público, apesar de muitos torcerem contra (Clarina, Limantha, etc).

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Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

No dia 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Em 1996, nesta data, ocorreu o SENALE (1º Seminário Nacional das Lésbicas), na cidade do Rio de Janeiro. A data foi instituída para chamar atenção à causa das mulheres lésbicas, seus direitos e por mais visibilidade e representatividade, coisas que ainda hoje existe grandes problemáticas. Questões como saúde, segurança e afins tem suas especificidades quando se trata de mulheres lésbicas. O SENALE acontece até hoje, agora com o nome de SENALESBI, adicionando a causa das mulheres bissexuais ao seminário.


A história lésbica é constantemente invisibilizada e permanentemente existe um apagamento das mulheres lésbicas e a sua importância, por isso é importante iniciativas como o mês da Visibilidade Lésbica para que as mulheres conheçam suas histórias e possam considerar seus próprios marcos.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

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A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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