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Literatura

Resenha | O medo é feito de gelo – um romance que merece sua atenção

“O medo é feito de gelo” é um romance da escritora L. S Englantine, publicado pela Amazon, e conta a história de Nicola Wolf, uma jovem que após um grave incidente não pode mais competir na patinação artística, seu grande sonho de infância.

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Ficha Técnica
Livro: O medo é feito de gelo
Autora: L. S. Englantine
Número de Páginas: 392
Ano de lançamento: 2021


“O medo é feito de gelo” é um romance da escritora L. S Englantine, publicado pela Amazon, e conta a história de Nicola Wolf, uma jovem que após um grave incidente não pode mais competir na patinação artística, seu grande sonho de infância. A culpa que sentia pela sua tragédia ter afetado tanto a vida de seu parceiro e melhor amigo Harvey Bird, acaba obrigando a mesma a conviver diariamente com sua vizinha insuportável Aster Campbell, uma jogadora de hóquei com quem Nicola faz um acordo para ajudar seu amigo a ter uma nova parceira de dança.

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Esse livro é um desses clichês em que as personagens se detestam por motivo algum, e depois acabam se apaixonando. Mas o clichê acaba aqui, pois a história aborda assuntos sérios e até levemente pesados, como por exemplo relações abusivas e famílias desestruturadas, o que não penaliza com o tom leve da história, só gera um pouco mais de seriedade a um romance um pouco clichê.

Por mais que tenha gostado de “O medo é feito de gelo”, é preciso fazer uma ressalva para um problema que encontrei ao longo da narrativa, afinal, algumas vezes parece que um pensamento da autora ou a construção de algumas frases não foram bem formuladas, o que faz com que a ideia que se queira passar acabe se perdendo. Contudo, é um detalhe que acontece poucas vezes ao longo da trama, e que não gera nenhum desafio em se entender o contexto da história.

Fora isso, é maravilhoso conhecer as personagens, e entender suas motivações. Inicialmente parece que Nicola não tem muita impulso para existir, e com o passar dos primeiros capítulos você vai entendendo que é basicamente isso mesmo. Após o acidente, ela perde o brilho em relação a vida, ou o resto de brilho que tinha, e passa a se preocupar apenas em manter seu irmão mais novo seguro e recompensar seu melhor amigo por não ter mais uma parceira.

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Por mais que tenha levado alguns capítulos para a história engatar e o leitor entender o que estava acontecendo com esses personagens, “O medo é feito de gelo” consegue lhe aproximar de Nicola, mesmo ela parecendo tão apática a quase tudo. Ao longo da história é compreensível o porquê dela ter se tornado tão fria em relação a cidade em que vive, as pessoas, e principalmente, a sua família.

Por mais que seja um romance, é também uma narrativa sobre o crescimento dessa personagem, ao explorar a relação com sua família problemática, os sentimentos mais presentes são o acalanto de ver seu amor pelo irmão mais novo que tenta proteger a todo custo, e a agonia de perceber como seus pais a tratam com indiferença e até covardia, gerando uma reflexão sobre como essa ideia de amor materno e paterno não é algo natural.

Sem esquecer de Aster Campbell, sua vizinha, a quem ela detesta por ser seu completo oposto. A jogadora de hóquei causa certo incômodo durante a trama, é descrita como alguém que se conhece e sabe o que quer ser, mas, ao mesmo tempo, vive uma relação problemática com uma garota hétero que namora o babaca da escola e que por anos só a tratou mal. Tal fato provoca uma incongruência na narrativa de “O medo é feito de gelo”, porque não fica claro o real motivo desse envolvimento, a não ser amaciar seu próprio ego.

A construção do envolvimento e a aproximação das personagens, Nicola e Aster, é muito bem trabalhado, pois o leitor se envolve juntamente a elas, na verdade, percebe até antes delas que as mesmas são o par ideal. Contudo, este não é o ponto mais alto da narrativa, por mais que seja ótimo. O melhor é como a relação entre as personagens, o apoio e amizade, ajuda Nicola a lidar com todas as questões que está vivendo.

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Não que Aster esteja lá para resolver os problemas da Nicola, mas, ao se permitir conhecer outras pessoas, entender a motivação daquela, suas camadas, a personagem cresce, cria coragem para enfrentar sua família, seu ex, seu medo de voltar a patinar. É instigante acompanhar Nicola lidando com todas essas feridas abertas, e se permitindo apaixonar por alguém que ela só detestava porque ela não entendia, afinal, o caos que a outra parecia representar lhe causava medo, pois isto lhe tirava o controle.

“O medo é feito de gelo” tem uma excelente história de romance, e explora muito bem a questão das relações abusivas, tanto com namorados como com a família. Mas, às vezes, na construção dos personagens, os poucos defeitos apresentados são superados tão facilmente, que geram a impressão de que essas pessoas não são reais, a não ser por Nicola, já que todos os outros parecem superficiais. Isso também gera um grande contraste entre os personagens que foram feitos para serem odiados e que tem muitos defeitos, e os protagonistas, que quase não possuem defeitos algum, e quando um (defeito) é apresentado, logo é reconhecido e superado.

Apesar dessas ressalvas, é maravilhoso acompanhar o crescimento de Nicola Wolf, se reconhecendo, autoafirmando, enfrentando seus medos, e se envolvendo em um romance tão calmo e pacífico, como quando você se apaixona pela sua melhor amiga, só que nesse caso, é sua vizinha detestável.

Advogada, a doida das séries policiais e de serial killers. Apaixonada por ficção científica e tudo relacionado ao espaço. Uma geminiana viciada em conversas regadas a vinho.

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Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

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Ficha Técnica
Livro: Temporada relativa
Autora: Mary Abade
Editora: Independente
Número de Páginas: 35
Ano de Lançamento: 2023


“Temporada relativa” é um conto publicado de forma independente pela autora tocantinense Mary Abade. O conto é repleto de nostalgia da adolescência e momentos fofos entre as protagonistas.

Neste conto acompanhamos Maria Francisca Einstein (sem nenhum parentesco, nem mesmo longínquo com o famoso físico) na sua tão esperada viagem de 15 anos para conhecer o mar. O que Maria não esperava é que sua viagem para conhecer o mar seria arruinada por uma chuva interminável que a mantém presa no hotel junto com os pais.

Felizmente, neste hotel também está hospedada Marie, uma garota que tem a mesma idade que Maria e que é dona de um gosto musical muito bom e o literário melhor ainda. Durante os dias de chuva trancadas no hotel, Maria e Marie vão construindo uma amizade à base de livros de dinossauros para colorir e histórias em quadrinhos sáficas.

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A narrativa é fluida e tem muito do que já vimos na escrita de Mary, a autodescoberta entremeada dos momentos de constrangimento da adolescência e pitadas de inaptidão social. Contendo muito do que esperamos em comédias sáficas, ela entrega momentos de risadas sinceras e gay panic levinhos e gostosos de acompanhar.

Mostrando não só a personagem principal lidando com a frustração da viagem dos sonhos dando errado, mas, também, os problemas com os pais, a dificuldade da mudança para uma nova cidade e as dúvidas sobre a sexualidade. Questões que mesmo na vida adulta ainda nos assustam tanto.  A história consegue nos prender em sua leitura e finalizar todos os arcos que se propõe a começar.  

“Temporada relativa” é uma leitura gostosa de fim de tarde para você ler de uma vez só e se divertir com Maria conhecendo o mar.

LesB Nota
  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Maria Francisca sempre sonhou em ver o mar. O que ela não contava é com a confusão que só a pão-durice do seu pai poderia proporcionar, levando toda a família para a cidade praiana de Maré Mansa durante a baixa temporada. Assim, em vez de praia e mar, ela recebe chuva sem parar. Mas essa viagem pode ter seus dias de sol, quando conhece Marie.

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Literatura

Resenha | De repente, namoradas – um romance leve que vale a pena

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Ficha técnica
Livro: De repente, namoradas
Autoras: G.B. Baldassari
Editora: Independente
Número de páginas: 437
Ano de lançamento: 2023


O último lançamento do casal Gisele e Bruna Baldassari, “De repente, namoradas“, é um spin-off de “Só por um verão” e acompanha uma das irmãs Lancellotti após a aventura no acampamento Luneta e as consequências positivas do que aconteceu no local.

Em um momento inusitado, após ser acusada de homofobia, Helena Lancellotti mente dizendo que tinha uma namorada, e em meio a grande repercussão desse anúncio, convence a professora de tênis dos seus filhos, Pati, a ser sua namorada por dois meses.

Pati Borges, sempre com um sorriso no rosto, pensamentos e atitudes positivas, faz o perfeito contraste com a pose de “big boss” e antipatia de Helena. Júlia e Júlio, filhos da empresária, completam o quarteto protagonista da história.

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Apesar de ser focado na vida e na relação de Helena e Pati, outros personagens da trama original voltam e tem participações importantes, além de trazer uma atualização da vida atual deles.

“De repente, namoradas” é uma comédia romântica sáfica de duas mulheres adultas que desenvolvem um relacionamento para fazer uma mentira se tornar real aos olhos do público, mas, apesar de ser uma história leve e divertida, toca em alguns temas mais sensíveis, como adoção e as questões familiares presentes na vida de pessoas da comunidade LGBTQIA+.

Seguindo a fórmula das autoras, o livro com mais de 400 páginas é cativante do começo ao fim. Nele, acompanhamos toda a trajetória do relacionamento e como elas vão se apaixonando uma pela outra e se tornando uma família.

Em “De repente, namoradas” você encontra um romance leve, que te deixa com um quentinho no coração, e te arranca umas boas risadas, com uma escrita envolvente que vai te fazer ler sem parar.


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Resenha | Delilah Green não está nem aí – um romance envolvente e representativo

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Ficha Técnica
Livro: Delilah Green não está nem aí (Bright Falls #1)
Autora: Ashley Herring Blake
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 336
Ano de Lançamento: 2022


“Delilah Green não está nem aí” é uma obra da autora Ashley Herring Blake, lançada no Brasil pela Editora Arqueiro, que entrega, não apenas uma história de amor apaixonante, mas, também, uma trama que toca questões importantes da vida adulta.

A narrativa é dividida entre dois pontos de vista: Delilah Green e Claire Sutherland. A primeira é uma fotógrafa em ascensão em Nova York, que jurou nunca mais voltar a Bright Falls, sua cidade natal, onde enfrentou uma infância solitária e o desprezo da madrasta e da irmã postiça, Astrid. Contudo, ao ser chantageada emocionalmente pela sua irmã e atraída por um generoso cheque, Delilah se vê forçada a retornar a Bright Falls. Seu plano é simples: cumprir o trabalho e partir discretamente. No entanto, ao reencontrar Claire Sutherland, uma das amigas de infância de Astrid, Delilah percebe que talvez a cidade reserve mais do que lembranças desagradáveis.

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Claire Sutherland é uma figura marcante em Bright Falls. Criando sua filha de 11 anos praticamente sozinha, ela se desdobra para gerenciar uma livraria e lidar com um ex-parceiro nada confiável. Ela anseia por uma vida livre de surpresas, mas a repentina chegada de Delilah abala sua rotina. Com suas questões mal resolvidas do passado e problemas atuais, Claire é apresentada a uma irresistível atração que surge entre elas.

O livro “Delilah Green não está nem aí” destaca-se por suas protagonistas, mulheres adultas lidando com problemas reais. Além disso, a representatividade é uma das marcas da narrativa, já que uma das personagens é lésbica e a outra é bissexual, enfrentando os desafios de ser mãe. Essa diversidade e riqueza de vivências são aspectos raros em histórias do gênero sáfico, tornando a trama ainda mais envolvente e significativa para o público.

A essência do romance é construída com cuidado e calma, proporcionando uma narrativa slow burn. O leitor é presenteado com boas risadas e cenas quentes bem escritas, além de doses adequadas de drama. A evolução gradual do relacionamento entre Delilah e Claire cativa, nos prendendo na trajetória dessas duas personagens tão envolventes.

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Com personagens reais e complexas, “Delilah Green não está nem aí” entrega um romance que aquece o coração dos leitores e convida a refletir sobre a diversidade e os desafios enfrentados por mulheres que buscam o amor e a realização em meio as suas próprias jornadas únicas.

“Delilah Green não está nem aí” faz parte de uma série de livros que se passam na cidade de Bright Falls, e o segundo livro acompanhará a história de Astrid. Intitulado “Astrid Parker nunca falha”, o livro foi lançado este ano pela Editora Arqueiro.


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LesB Nota
  • História
  • Personagens
4.8

Sinopse

Delilah Green jurou nunca mais voltar a Bright Falls, a cidade onde cresceu. Lá não há nada para ela, só as lembranças da infância solitária e do desprezo da madrasta e da irmã postiça, Astrid. Em Nova York ela tem uma carreira como fotógrafa em ascensão e uma mulher diferente em sua cama todas as noites.

Mas quando Astrid usa chantagem emocional e um cheque polpudo para forçá-la a fotografar seu casamento e a maratona de eventos preparativos, Delilah acaba concordando em voltar.

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