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Resenha | Agora que ele se foi – uma história sobre mentira, ausência, saudade e luto

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Ficha Técnica
Livro: Agora que ele se foi
Autora: Elizabeth Acevedo
Editora: Nacional
Número de páginas: 296
Ano de Lançamento: 2021


“Quem diria que a morte deveria ser tão educada?”

O livro “Agora que ele se foi” foi inspirado no acidente aéreo do voo 587 que aconteceu nos Estados Unidos, em 2001, matando todos os passageiros a bordo e mais cinco pessoas em solo. Já na história contada por Elizabeth Acevedo, o leitor conhece as perspectivas de duas meninas, em duas famílias, em dois países diferentes, sobre o trágico acidente de avião que não deixou sobreviventes.

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As jovens protagonistas são Camino e Yahaira, duas meninas de quase 17 anos que tem suas vidas cruzadas por essa tragédia que de alguma forma uniu o céu e o mar. Camino mora na República Dominicana, sua mãe morreu fazem alguns anos e seu pai quase nunca está presente fisicamente, apesar de estar constantemente fazendo morada no coração da menina e de todos do barrio onde ela vive.

Yahaira é estadunidense, apesar do coração gritar que sua origem de verdade está fora dos EUA, ela nasceu e cresceu naquele país. Mora com a mãe e o pai a maior parte do tempo, namora a Dre, uma garota que adora plantas e por causa disso sempre tem os pés no chão ao contrário dela.

Tudo que separa essas duas jovens é um oceano e um avião, mas elas não sabem disso. A queda, em que estava um homem de meia idade, nascido na República Dominicana que ora estava nos Estados Unidos “trabalhando”, ora estava em outra parte do mundo também “trabalhando”, une essas duas histórias.

A autora traz uma narrativa poética a história antes e após o cruzamento das vidas dessas duas meninas, cada uma com seus próprios capítulos e suas particularidades. Enquanto lemos, é possível perceber sob o ponto de vista de qual das jovens é aquela parte, sem mesmo precisar ver o nome do capítulo.

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Acevedo, enquanto estadunidense-domicana, fez questão que o livro estivesse repleto de referências a República Dominicana. Evidencia a religião, os costumes e consegue despertar a imaginação do leitor o suficiente para que se possa construir um bairro inteiro quando Camino está contando sobre seus dias com Tía. Por outro lado, deixa bem claro o que é viver em uma ilha que é explorada pelos países mais ricos, principalmente pelos Estados Unidos.

No que diz respeito a Yahaira, é possível sentir durante a leitura o quanto ela sabe que não pertence aos Estados Unidos. Sua criação e toda sua construção de cultura está completamente imersa na República Dominicana, mesmo que sua mãe se recuse a deixá-la pisar naquela ilha.

A autora traz para a história uma relação clara entre os Estados Unidos e a República Dominicana, e bota como palco principal sentimentos como a saudade, a ausência, o luto e a mentira. Assim, Acevedo desperta no leitor uma empatia com as personagens, a narrativa poética, de certa forma, ajudando a aproximar.

“Agora que ele se foi”  também traz outro ponto importante, desta vez na vida de Yahaira. O fato dela namorar outra menina e isso ser tratado de forma natural. A própria personagem conta que ela nunca precisou se assumir, sua mãe apenas sabia.

Por outro lado, ficou faltando um pouco mais de profundidade na história de vida dela. Enquanto o leitor consegue mergulhar na vida de Camino, se identificar com seus anseios, medos e alegrias, no caso de Yahaira ficou superficial, como se a personagem fosse superficial.

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“Agora que ele se foi” é um livro de leitura fácil, apesar de ser repleto de sentimentos intensos ao longo da narrativa e tem como público-alvo os adolescentes, porém, as reflexões que a autora provoca rompem com essa fronteira de públicos, e vale a pena ser lido com atenção para se sentir imerso na história.


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Livro Físico

E-book

Monica Teixeira é pedagoga e muito apaixonada pelo universo literário. Amante de séries de médico, viciada em tudo que envolve super-heróis e não perde um episódio de Legends Of Tomorrow. Ela vive na Cidade Maravilhosa, Rio de Janeiro.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando