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Literatura

Resenha | A ascensão da rainha – premissa intrigante com potencial para mais

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Ficha Técnica
Livro: A ascensão da rainha
Autora: Monise Camille Fornasiari
Editora: Viseu
Número de Páginas: 619
Ano de lançamento: 2022


“A ascensão da rainha” é um romance da escritora Monise Camille Fornasiari, publicado pela Editora Viseu, em que pretende explorar a batalha pelo domínios de reinos, uma guerra em que a arma principal é a magia há muito deixada de lado, quase esquecida, assim como a relação entre uma Princesa e uma ladra, unidas pelo destino.

Inicialmente conhecemos a Princesa Theodore Flamejew, filha mais jovem e herdeira do trono, vive trancada no castelo, pois seu pai, o Rei Thomas, tinha um senso de proteção exacerbado em sua direção, diante do ocorrido no início da sua vida, ou seja, ter passado anos acometida por uma doença desconhecida. E por mais que nunca tenha saído do castelo, ela tinha muitas ideias de como deveria governar seu reino, contudo, seu pai só precisava que ela se casasse com quem ele escolheu.

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Entretanto, um pouco antes de viajar para se casar, seu castelo é invadido, seu pai é assassinado, e a Princesa só consegue escapar graças a uma ladra que tinha escolhido o dia errado para também invadir o castelo; Maya ajuda a Princesa, que estava ferida, e a leva consigo, mesmo diante de seu claro ódio a qualquer pessoa da nobreza. É a partir deste momento que a história de “A ascensão da rainha” realmente começa: quando essas duas realidades, aparentemente tão díspares, se chocam, e uma ladra pobre e órfã se compromete em ajudar uma Princesa, que claramente, não conhece nada da realidade do mundo e lhe provoca raiva, mas também mexe com ela como nenhuma outra mulher conseguiu.

A premissa da história é até interessante, por mais que um tanto clichê, a questão é que a narrativa não consegue focar em um ponto a ser explorado, tentando contar muitas tramas, que deveriam se relacionar. Contudo, diante da quantidade de informações, faz com que o leitor se perca.

“A ascensão da rainha” tenta construir um enredo enigmático, com o objetivo de fazer o leitor questionar quais são os segredos por trás da história dessas duas personagens, assim como o motivo pelo qual o “destino” resolveu as unir. Entretanto, o que acontece é que não existe a construção do enigma, pelo contrário, assim que conhecemos Maya já imaginamos que ela seja a personagem apresentada no prólogo do livro, e que já sabemos que também é uma Princesa.

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Para além disso, há o fato do leitor não conseguir se compreender o bastante sobre esse mundo fictício construído: sabe-se que existia magia há muito tempo, e que depois de grandes guerras a magia foi esquecida, mas não perdida; assim como se sabe que há vários reinos comandados por diferentes famílias, mas não é dito quantos, nem quais. Tal falta de informação faz com que aquele que lê não alcance total entendimento sobre a importância desta separação de reinos, ou sobre as famílias que os comanda.

Tais fatos faz com que a leitura de “A ascensão da rainha” prossiga sem um real contexto. O que está ao alcance do leitor é que a Princesa teve seu reino invadido e estão atrás dela, e tem a ladra que se compromete a ajudá-la por conta de uma promessa feita a um amigo bruxo, que justificou o pedido em um pressentimento a respeito do importante destino das duas. Contudo, a motivação segue um mistério devido as lacunas que a história possui.

A autora passa muito tempo aproximando as personagens, variando diálogos para convencer de que há um sentido na relação dessas personagens. As personagens só possuem um lado e uma motivação: ambas estão indignadas com a realidade de seus reinos e querem mudar as coisas, fazer a diferença – tal sentimento pode até fazer sentido para Maya, já que ela é uma jovem pobre que conhece a realidade da fome da população; mas, para a Princesa, se trata apenas de seu bom coração, sobre como ela é uma pessoa bondosa que deseja fazer o bem.

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“A ascensão da rainha” possui uma premissa interessante: a ideia de chocar duas realidades tão díspares, de criar uma curiosidade a respeito do passado de Maya, a tentativa de nos surpreender quando descobrirmos quem ela é, e, claro, o ponto principal, a revelação de como a magia está diretamente ligada a estas personagens, assim como a conclusão de suas tramas em relação ao governo de seus reinos. O ponto é que, por vezes, a narrativa se perde. Contudo, ainda assim, é impossível não se envolver com o casal, especialmente devido ao companheirismo criado entre elas.


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LesB Nota
  • História
  • Personagens
2

Sinopse

Antigamente magos e feiticeiros reinavam por toda a Terra, mas a perversidade da guerra, as mortes, o sangue derramado e o tempo acabaram com a magia que um dia erguera aquele mundo. Com a destruição, vem o renascimento e, nesse novo mundo, reinos aparecem. No continente nascido, um reino se destaca: o dos Flamejew. Nele, o Rei Thomas tinha a difícil missão de criar suas filhas, especialmente a mais nova: a impetuosa Theodore. A princesa tinha sua própria visão de mundo. Desejava imensamente lutar por seu reino e seu povo, mesmo sendo fortemente impedida por leis ultrapassadas e pela ameaça iminente de um casamento arranjado a forças. Não muito longe do castelo dos Flamejew, na parte mais miserável do reino, vivia outra jovem, sem sobrenome ou memórias de uma vida feliz, Maya era uma jovem órfã que vivia com sua irmã pelas ruas do reino cometendo pequenos furtos para sobreviverem. Era uma pária para os nobres, mas respeitada pelos mais pobres que conheciam seu coração puro e nobre. Um acaso do destino faz a vida das duas mudarem. Dois opostos, dois mundos diferentes, colidindo. Uma morte inesperada faz uma ladra e uma nobre seguirem em uma jornada de medos e descobertas enquanto reinos desabam em guerra. Uma série de acontecimentos marcados pelo destino, que irão decidir a ascensão e queda de reinos. A jornada está apenas começando, e com ela, Sal-Rika precisará lidar com o poder que apenas mulheres possuem: a evolução.
Se ninguém quer escutar suas vozes, então elas o farão ser ouvidas.

Advogada, a doida das séries policiais e de serial killers. Apaixonada por ficção científica e tudo relacionado ao espaço. Uma geminiana viciada em conversas regadas a vinho.

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Literatura

Resenha | Nunca é Tarde para a Festa – uma história sensível sobre se permitir ser quem você é

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Ficha Técnica
Livro: Nunca é tarde para a festa
Autora: Kelly Quindlen
Editora: Alt
Número de Páginas: 320
Ano de lançamento: 2025


Sabe aqueles livros que parecem te dar um abraço apertado enquanto te fazem refletir sobre quem você é e quem quer se tornar? “Nunca é tarde para a festa” é exatamente assim.

Publicado pela Editora Alt e da mesma autora de “A jogada do amor”, a história apresenta uma escrita sensível, divertida e cheia de representatividade, que conquista por sua honestidade e pela forma delicada com que trata temas como amizade, autoaceitação e a liberdade de viver fora das caixinhas que o mundo insiste em nos empurrar.

“— Olha. Você tem que entender seus motivos por trás disso. Às vezes, mentimos porque estamos nos colocando em primeiro lugar.”

Codi nunca foi o tipo de adolescente que se encaixa nos padrões. Lésbica, reservada e completamente apaixonada por noites tranquilas no porão com seus melhores amigos, Maritza (bissexual) e JaKory (gay), ela achava que já tinha encontrado sua versão final. Mas tudo muda quando ela decide, meio a contragosto, ir a uma festa do colégio e flagra Ricky, o garoto mais popular da escola, beijando outro garoto. A partir daí, nasce uma amizade improvável entre os dois, construída entre segredos, descobertas e a tentativa de se encontrar em meio ao caos da adolescência.

Ricky convida Codi para um verão cheio de festas, novas experiências e, claro, uma garota chamada Lydia, que é um verdadeiro raio de sol e conquista tanto Codi quanto o leitor. O romance entre as duas é leve, doce e totalmente digno de torcida, mas nunca se sobrepõe ao foco principal do livro: a jornada de autoconhecimento.

O ponto mais tocante da história é como ela mostra que não existe um jeito “certo” de viver a juventude. Algumas pessoas gostam de multidões e música alta; outras preferem uma noite de filmes com os amigos. E tudo bem. “Nunca é tarde para a festa” fala sobre isso com uma honestidade rara — sobre como a gente tenta caber nos moldes que criam pra gente (seja a família, os amigos, ou a sociedade) e como é libertador perceber que a única expectativa que realmente importa é a sua.

É impossível não se emocionar com os conflitos internos da Codi. Ela erra, principalmente ao esconder partes importantes de sua nova vida dos seus melhores amigos, mas o faz para proteger Ricky e respeitar o tempo dele. Isso torna tudo ainda mais real. Afinal, crescer também é isso: tomar decisões difíceis, lidar com as consequências e aprender no processo.

Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

Outro destaque emocionante é o relacionamento da Codi com seu irmão mais novo, Grant. A evolução dessa relação traz uma camada extra de sensibilidade à narrativa, especialmente por tocar naquela insegurança silenciosa que muitos de nós carregamos: o medo de decepcionar quem amamos. Ver como esse vínculo se transforma ao longo da história é reconfortante e cheio de significado (principalmente para quem tem irmãos mais novos).

“Nunca é tarde para a festa” é um convite para quem está se descobrindo, para quem já se descobriu, e para quem ainda está tentando entender qual caminho quer seguir. Uma história que não romantiza a adolescência, mas a mostra em sua complexidade, com seus altos, baixos, e todos os tons entre eles. Prepare o coração, porque essa história vai mexer com você.

  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Codi nunca foi de ir a festas. Nunca ficou fora até tarde. Nunca sequer foi beijada. E não é só porque ela gosta de meninas — é porque sua ideia de diversão perfeita sempre foi passar a noite no porão com seus melhores amigos, Maritza e JaKory, maratonando séries da Netflix. Mas quando eles insistem em ir a uma festa do colégio, sua vida muda completamente.

Entre luzes piscando e música alta, Codi flagra Ricky, o garoto mais popular da escola, beijando outro garoto — e, a partir desse segredo, nasce uma amizade improvável. Em troca do silêncio de Codi, Ricky a coloca sob sua proteção e a atrai para um verão intenso, cheio de noitadas, novas experiências e uma garota muito bonita chamada Lydia. O único problema? Codi decide esconder tudo isso de Maritza e JaKory e, de repente, se vê dividida entre a vida que sempre teve e a nova versão de si mesma que está aprendendo a amar.

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Literatura

Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

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Ficha Técnica
Livro: Temporada relativa
Autora: Mary Abade
Editora: Independente
Número de Páginas: 35
Ano de Lançamento: 2023


“Temporada relativa” é um conto publicado de forma independente pela autora tocantinense Mary Abade. O conto é repleto de nostalgia da adolescência e momentos fofos entre as protagonistas.

Neste conto acompanhamos Maria Francisca Einstein (sem nenhum parentesco, nem mesmo longínquo com o famoso físico) na sua tão esperada viagem de 15 anos para conhecer o mar. O que Maria não esperava é que sua viagem para conhecer o mar seria arruinada por uma chuva interminável que a mantém presa no hotel junto com os pais.

Felizmente, neste hotel também está hospedada Marie, uma garota que tem a mesma idade que Maria e que é dona de um gosto musical muito bom e o literário melhor ainda. Durante os dias de chuva trancadas no hotel, Maria e Marie vão construindo uma amizade à base de livros de dinossauros para colorir e histórias em quadrinhos sáficas.

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A narrativa é fluida e tem muito do que já vimos na escrita de Mary, a autodescoberta entremeada dos momentos de constrangimento da adolescência e pitadas de inaptidão social. Contendo muito do que esperamos em comédias sáficas, ela entrega momentos de risadas sinceras e gay panic levinhos e gostosos de acompanhar.

Mostrando não só a personagem principal lidando com a frustração da viagem dos sonhos dando errado, mas, também, os problemas com os pais, a dificuldade da mudança para uma nova cidade e as dúvidas sobre a sexualidade. Questões que mesmo na vida adulta ainda nos assustam tanto.  A história consegue nos prender em sua leitura e finalizar todos os arcos que se propõe a começar.  

“Temporada relativa” é uma leitura gostosa de fim de tarde para você ler de uma vez só e se divertir com Maria conhecendo o mar.

LesB Nota
  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Maria Francisca sempre sonhou em ver o mar. O que ela não contava é com a confusão que só a pão-durice do seu pai poderia proporcionar, levando toda a família para a cidade praiana de Maré Mansa durante a baixa temporada. Assim, em vez de praia e mar, ela recebe chuva sem parar. Mas essa viagem pode ter seus dias de sol, quando conhece Marie.

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Resenha | De repente, namoradas – um romance leve que vale a pena

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Ficha técnica
Livro: De repente, namoradas
Autoras: G.B. Baldassari
Editora: Independente
Número de páginas: 437
Ano de lançamento: 2023


O último lançamento do casal Gisele e Bruna Baldassari, “De repente, namoradas“, é um spin-off de “Só por um verão” e acompanha uma das irmãs Lancellotti após a aventura no acampamento Luneta e as consequências positivas do que aconteceu no local.

Em um momento inusitado, após ser acusada de homofobia, Helena Lancellotti mente dizendo que tinha uma namorada, e em meio a grande repercussão desse anúncio, convence a professora de tênis dos seus filhos, Pati, a ser sua namorada por dois meses.

Pati Borges, sempre com um sorriso no rosto, pensamentos e atitudes positivas, faz o perfeito contraste com a pose de “big boss” e antipatia de Helena. Júlia e Júlio, filhos da empresária, completam o quarteto protagonista da história.

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Apesar de ser focado na vida e na relação de Helena e Pati, outros personagens da trama original voltam e tem participações importantes, além de trazer uma atualização da vida atual deles.

“De repente, namoradas” é uma comédia romântica sáfica de duas mulheres adultas que desenvolvem um relacionamento para fazer uma mentira se tornar real aos olhos do público, mas, apesar de ser uma história leve e divertida, toca em alguns temas mais sensíveis, como adoção e as questões familiares presentes na vida de pessoas da comunidade LGBTQIA+.

Seguindo a fórmula das autoras, o livro com mais de 400 páginas é cativante do começo ao fim. Nele, acompanhamos toda a trajetória do relacionamento e como elas vão se apaixonando uma pela outra e se tornando uma família.

Em “De repente, namoradas” você encontra um romance leve, que te deixa com um quentinho no coração, e te arranca umas boas risadas, com uma escrita envolvente que vai te fazer ler sem parar.


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