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No Diário (Out!) | Roeduras

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Às vezes a boca do estômago aperta
Os olhos alagam
E é tão difícil respirar

Eu logo percebo que estou pensando em você
Dói

Review | Missa da Meia-Noite – série permite refletir sobre fanatismo religioso

(inserir aqui pausa eterna de um coração saudoso do seu amor)

Como dói.

Não sei se você já percebeu, mas eu tenho certa dificuldade em manter uma linearidade na escrita. Acostumei-me a escrever os fragmentos dos meus pensamentos e vou. Eles, às vezes, são de fluxo intenso e eu culpo minha lua em gêmeos por isso.

Na minha casa tem um calendário que traz uma afirmação por mês. Setembro foi “Só ria” e a gente riu pelos quatro cantos da casa e da boca mesmo quando dava vontade de chorar.

Outubro diz “Ser inteiro”.

É o mantra e esse texto vai segui-lo. Talvez seja uma verborragia com nome legal (eu gosto dos títulos), talvez faça algum sentido para você a forma como ordeno as palavras ou talvez ele se finde como um devaneio caótico de mim.

– Quais os seus padrões?

Ela me perguntou e eu sabia que não se referia aos de beleza.
Fingi certa demência.

– Oi? – o silêncio de uma pausa constrangedora ecoava no meu estômago. – Assim, desprevenida, não pareço saber ao certo elencar (claramente enrolando) quais seriam os meus padrões.

LesB Indica | As Mil e Uma – um longa-metragem sobre outras visões de mundo

O silêncio permanecia intacto no meu estômago, não fosse o enjoo que tomou conta de tudo ao ouvir o som da minha própria voz mentindo ou se escondendo de mim mesma.

Ela sempre faz isso. Sempre no sentido de que ela faz isso com uma frequência suficiente para que, às vezes, eu queira gritar. Ela sempre me deixa afogando num barulho mudo de ecos.

– Parece-me que são idílicos e nunca se concretizam na realidade – eu finalmente respondia sobre os meus padrões. – Eu posso dizer quais são os padrões de beleza que me atraem, mas você nunca vai me ver com alguém cujo os padrões de beleza me atraiam.

Ela ri e faz uma cara. Outra coisa que ela faz com uma frequência suficiente para que quase sempre eu queira que um buraco se abra e me puxe para suas profundezas. Cara de quem te flagrou ali, saindo pela tangente, fugindo das questões que você mesmo trouxe. Depois de você tem outra ou talvez você seja a última, para ela pouco importa se você vai continuar naquele buraco ou se vai colocar a cara no sol, mas ainda sim… ela faz a cara e ri.

– Quais são seus padrões? – ela repetiu a pergunta me incinerando os olhos como quem diz: você é uma mulher ou uma rata?

– Amar intensamente mesmo quando já não me amo mais.

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Si-lên-ci-o.

– Talvez seja hora de rompê-los – disse a rata.

Rebeca Figueiredo é atriz, comunicóloga (UFMG) e aspirante à escritora. No universo das câmeras, é uma das idealizadoras do coletivo audiovisual Grilla! e vive a personagem Raphaela na websérie independente Magenta, da Linha Produções. A mineira, de Belo Horizonte, é apaixonada por séries, astrologia e política.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando