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LesB Saúde | Como questões de luto se relacionam com a população LGBTQIA+?

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A questão de reações consideradas negativas a perdas, provindas de mortes ou de mudanças, ainda é pouco discutida na sociedade, e quando se fala sobre sempre aponta para algum extremo: ou de pensar nas pessoas como “coitadas” ou então como vitimistas, que não deveriam se sentir assim. Por conta disso, espaços para se comentar melhor sobre essas questões são necessários.

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Vamos começar dando nome a esse processo após perdas: Luto. O luto é descrito como um processo natural, que por mais que seja permeado por sofrimento psíquico, ocorre de forma para que se consiga lidar com essa situação de perda e então elaborá-la. 

Muitas vezes pensamos no luto apenas como aquele momento de tristeza para quando se ocorre a morte de entes queridos. No entanto é necessário deixar claro alguns pontos dessa colocação: o luto não é permeado apenas por tristeza, e ele pode ocorrer também em situações como término de relacionamentos, finalização de cursos, mudanças de casas.

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Todas essas situações podem ocorrer com as mais diversas pessoas e por isso o processo de luto é considerado universal. Ao mesmo tempo, a forma como essas reações ocorrem podem ser bem diferentes de acordo com as características pessoais de cada um, seja por sua cultura, seus dogmas e até mesmo seu gênero. 

E com isso chegamos ao ponto chave: o que isso tudo tem a ver com a população LGBTQIA+? 

Ao mesmo tempo que a população LGBTQIA+ pode passar por todas as situações acima citadas, ao ser parte dessa população situações específicas podem ocorrer, como a diferenciação do processo de luto por ser LGBTQIA+ (por exemplo, perder o pai que não te aceita, o que pode causar mais sofrimento; ou então, perder um emprego por ser LGBTQIA+), e até mesmo uma situação de luto por se entender como LGBTQIA+.

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E nesta última situação citada, por quê poderia ocorrer um processo de luto? Em uma sociedade em que não se considera ser LGBTQIA+ como o “normal”, ou tão comum quanto ser cis-hétero, se descobrir como parte dessa “sigla” pode trazer um momento de quebra, de expectativas, de sonhos, entre outras possibilidades. Assim, entender que esse momento de descoberta pode trazer sentimentos diversos é muito importante e tentar compreender os motivos disso pode ser muito importante para se lidar com a situação. 

Com isso, o ponto chave é: sentimentos ambíguos após situações de perdas e quebras é normal. Mudanças no cotidiano após perdas é normal. Não agir mais como se agia antes após situações de perda é normal. O que não é normal é forçar os outros a serem alguém que não são e fingirem que estão sentindo algo que não estão sentindo.

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Caso você se identifique como passando por situações que se encaixam em Luto LGBTQIA+ ou queira saber mais sobre o assunto acesse o site https://www.lutolgbt.com/. Lá você encontrará mais informações sobre esta questão e sobre o grupo de apoio oferecido pelo projeto.

Carol Moreno é estudante de psicologia, bissexual e do interior de São Paulo. Ama todos os filmes, séries e webseries com personagens LGBTQ+, espera um dia conseguir assistir tudo que coloca na sua listinha.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando