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Heartstopper – uma obra sensível e essencial para jovens adolescentes

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A série de quadrinho “Heartstopper”, da autora Alice Oseman, surgiu primeiramente como uma webcomic serializada, entretanto, neste ano, a Editora Seguinte lançou os dois primeiros volumes no formato impresso: “Heartstopper: dois garotos, um encontro” e “Hearststopper: minha pessoa favorita”.

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Alice Oseman, conhecida pelos livros “Rádio silêncio” e “Um ano solitário”, ambos da Editora Rocco, apresenta obras voltadas para o público jovem e por meio da escrita explora temas recorrentes na adolescência, tais como: primeiro amor, saúde mental, transtornos alimentares, incertezas e outros.

“Heartstopper: dois garotos, um encontro” conta a história de Charlie Spring, um garoto dedicado aos estudos e bastante inseguro devido ao bullying que já recebeu por ser gay. Ele estuda em uma escola só para meninos e se encontra as escondidas, entre uma aula e outra, com Benjamin Hope, um jovem bem babaca. Por conta das suas dúvidas e todo hate que recebeu, Charlie não acredita que merece coisas boas em sua vida, até conhecer Nicholas Nelson.

Nick é super popular, joga rúgbi e conhece Charlie no grupo do intersérie. A partir daí, começam a passar todas as manhãs sentados um ao lado do outro, o que estreita a relação dos dois. No início, Charlie enxerga Nicholas apenas como um amigo, até que seus sentimentos começam a se confundir. E o que ele menos espera é se apaixonar por um garoto hétero.

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Neste primeiro volume, acompanhamos a evolução do relacionamento dos dois garotos. Charlie começa a entender o relacionamento abusivo que sofreu e enxergar que merece mais. Já Nicholas começa a sentir dúvidas sobre os sentimentos, tendo em vista que sempre acreditou ser hétero. A autora trabalha a heterossexualidade compulsória de forma delicada, assim como o desenvolvimento dos dois garotos é trabalhada de maneira doce e singela.

Sobre a heterossexualidade compulsória do Nicholas, é muito interessante observar que seu grupo de amigos, composto apenas por meninos héteros, começam a pressionar o garoto a se envolver com uma menina que ele teve sentimentos quando ainda era um pré-adolescente. Em um desses momentos, somos apresentados a Tara Jones, que, por sinal, se assume lésbica para Nicholas. Isso o mostra que a sexualidade não é preto no branco e não necessariamente existem estereótipos que devem ser interpretados literalmente quando se diz respeito à sexualidade alheia.

(Pode conter spoilers)

“Heartstopper: dois garotos, um encontro” termina de forma conflituosa, quando Nicholas e Charlie se beijam pela primeira vez, o que deixa a expectativa para o seu segundo volume, que consegue ser ainda mais encantador. Enquanto no primeiro a autora teve como tema principal a descoberta, em “Hearststopper: minha pessoa favorita” é abordado a hora certa de sair do armário.

Enquanto Charlie está tendo minis ataques de pânico achando que perdeu seu novo melhor amigo, Nicholas está pensando nos seus sentimentos pelo primeiro. Mas, conforme o tempo vai passando, ele começa a enxergar o mundo sob outra perspectiva e aprende mais sobre si mesmo. Neste livro é importante ressaltar o acerto de Alice Oseman em relação a hora certa de se assumir como LGBTQIA+, principalmente quando se ainda é um adolescente.

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Além disso, a autora mostra a importância de ter apoio nesse momento de descoberta, seja pelo namorado, amigos ou família. Charlie, apesar de ser assumido para sua família, em momento nenhum pressiona Nicholas a se assumir como bissexual para a sua. Por se tratar de uma história para o público jovem, “Heartstopper” é um verdadeiro presente para aqueles que estão confusos sobre os seus sentimentos e como agir em momentos de confusão:

  1. Para se assumir, você precisa sentir segurança que sua família vai te acolher e não te reprimir.
  2. Se seu namorado/sua namorada não te apoia e ainda te pressiona a fazer coisas que ainda não se sente confiante, está na hora de procurar conforto em outro lugar.

“Heartstopper” é uma obra sensível e essencial para jovens adolescentes que não sabem lidar com seus sentimentos. E apesar de se tratar de uma narrativa de romance entre dois garotos, a autora desenvolve temas que se estendem para toda comunidade LGBTQIA+. Além disso, a ilustração em tons de verde e seus traços finos corroboram com a autenticidade e delicadeza que a história quer passar.

Ademais, a aparição de Tara Jones na obra, ainda que rápida, torna todo o universo mais crível. A garota auxilia Nicholas a entender seus sentimentos em poucas páginas no primeiro volume, enquanto no segundo quadrinho, ela recebe um miniconto exclusivo sobre seu primeiro beijo com sua namorada Darcy.


Obs.: livro cedido pelo Grupo Companhia das Letras para resenha.

 


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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando