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Review | As Five – Segunda Temporada

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A segunda temporada do spin-off de “Malhação – Viva a diferença” dá continuidade a vida das nossas meninas. Meninas não, mulheres. Com uma estética atual, mais ousada e cheia de novos desafios, o roteiro traz novos personagens e antigos para o núcleo dessa amizade, retornando com questões de cancelamento, religião, preconceito e racismo.

As Five – assistimos o início e comentamos com vocês

Após retornar do seu mestrado, vemos Ellen (Heslaine Vieira) recomeçar a sua vida profissional no Brasil. Com as suas questões de workaholic e de experimentações, acompanhamos uma Ellen não satisfeita com a sua relação atual e terminando o namoro ainda nos primeiros episódios. Ela está conhecendo novas possibilidades profissionais, como na startup de tecnologia, com um projeto de reconhecimento facial de pessoas, e afetivas.

Logo no início da temporada, Ellen está conhecendo sensações, até então desconhecidas, através do olhar de Maura (Tamirys O’hanna), que a incentiva a abraçar as suas origens, seu cabelo, seu corpo e quem ela é de fato, saindo da “branquitude” das suas amigas e focando mais na sua felicidade, assim como, conhecendo lugares que retratem e fortifiquem a sua ancestralidade, trazendo a pauta da realidade da mulher preta e pobre no Brasil com as diferenças em relação as oportunidades. Assim sendo, essa realidade passa a ser enfatizada no mercado de trabalho, onde passa a temporada trabalhando com um chefe tóxico que não cansa de enfatizar o seu racismo velado em suas falas e atitudes diárias.

Em conta partida, conhecemos Maura, uma mulher forte, decidida e que faz florescer a bissexualidade de Ellen. A advogada trabalha com a personagem de Vieira na Startup de tecnologia, abrindo a porta para questões que necessitavam de um olhar com mais empatia e maturidade.

Em meio a introdução de Maura, temos Lica (Manoela Aliperti), interessadíssima pela mulher. Uma novidade para ela e a chance de embarcar em uma nova jornada de amadurecimento, o que não acontece. Esta temporada, que começou cheia de esperanças, nos apresenta uma Lica ainda mais mimada e infantil. Mas claro que damos risadas das suas atitudes no início para conquistar a atenção de Maura, afinal quem nunca se meteu em algum curso, lugar ou novo ambiente só para chamar a atenção daquela crush especial?!

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Iniciamos a segunda temporada de “As Five” apaixonadas pelo amadurecimento da Lica sobre a sua conduta e posicionamento do fim de uma relação, sobre como foi uma atitude adulta a dela com a Samantha (Giovanna Grigio), a despedida, o último beijo, o último toque, tudo entre elas proporcionou uma cena delicada e expressivamente linda.

O problema começa após a relação de namoro inicial em que Lica descobre que Ellen e Maura se beijaram antes do relacionamento delas e age de forma completamente equivocada, com cenas de ciúmes desnecessárias, ataques de bebedeira e fazendo de tudo para chamar a atenção, enfatizando a sua total falta de maturidade em lidar com acontecimentos que estão fora do seu alcance, ainda mais em se tratando do passado ou de sentimentos que não podemos escolher. Um adendo importante é que, por pior que seja o momento em que a relação das duas se encontre, as atrizes possuem cenas com interações notáveis com grande química ficcional.

Já a nossa amada Keyla (Gabriela Medvedovski) retorna com aqueles ditados de “velhos amores podem se tornar novos”, voltando a sua relação com Samuel (Jessé Scarpellini). Nos primeiros dois episódios, vemos ele dar um show de preconceito dizendo que o ambiente de trabalho do Miguel não é lugar para o Tonico (Matheus Dias), com o seu machismo e problemas do passado, a impressão que fica é de que falta juízo na mente da Keila que grite “corre que é cilada Bino”.

O que mais decepciona é que mesmo uma mulher adulta e com um filho, obviamente que cheia de sonhos que devem ser conquistados, ela ainda tende a agir como adolescente, que quer tudo do seu jeito, com ela como protagonista, deixando de lado alguns problemas das suas amigas, como o caso da Tina (Ana Hikari). Por mais presente que esteja, acredito que faltou um pouco de aceitação pela situação da amiga e paciência, já que a criança é o filho dela.

Afetada com todos os acontecimentos da morte da mãe, cancelamento e término de namoro na temporada anterior, Tina retorna com a sua reconciliação com o seu corpo e bem-estar após as semanas no retiro espiritual. Com a intenção de cuidar do restaurante da família, ela conhece Glauber (Elzio Vieira), seu novo interesse amoroso, que a motiva a manter o negócio da família de pé e em suas mãos.

O problema é que, após estar sem as suas redes sociais, seu vício por internet, drogas e álcool, acompanhamos uma Tina direcionando a sua compulsão para uma pessoa, neste caso, Glauber, chegando a seguir ele em uma igreja, o que a deixa fissurada em saber quem são suas amizades, o que ele faz fora do trabalho e com quem está, colocando até em pauta o preconceito religioso, com pautas como: crente não pode beber, crente não pode se divertir, fazer sexo e afins, sendo que o cara pode apenas não estar a fim dela. E está tudo bem se uma pessoa com quem você ficou não estar tão a fim de você, isso não é motivo para o fim do mundo e nem para se deixar levar, até porque as ações dela em torno do personagem acionaram gatilhos do passado que a fez enfrentar grandes problemas.

Benê (Daphne Bozaski) foi a personagem que mais cresceu nesta temporada, e foi lindo ver a sua evolução como mulher, crescendo até no quesito sexualidade, a partir de ações de impactos libertadores para ela. O problema é que ela se deixou levar pela ideia de morar com o namorado, Nem (Thalles Cabral), cuja a relação é recente. Um cara totalmente diferente dela, que parece pouco se importar com os detalhes da sua vida. Por mais presente que ele fosse, demonstrou ser muito tóxico. De início, sem se importar com as contas da casa, com a vida profissional da namorada e respeitar as suas escolhas.

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Sim, a opção dele de tirar o piano da Benê sem nem mesmo informá-la, por mais que tenha acontecido aquele acidente, foi terrível. Só mostrou o quanto ele só enxerga o próprio umbigo e não dá espaço para entender as escolhas e decisões dela. E o ponto forte da temporada foi colocarem dois ladrões ao lado da personagem para ajudá-la com lição de moral sobre a importância do desapego para a vida seguir em frente. O importante é perceber que ela tem o apoio das amigas e uma terapeuta que, literalmente, está sempre ali para ajudá-la a entender o seu lugar no mundo.

O que incomoda no final da temporada é que termina no meio da história, restando esperar para ver como será o desenvolvimento destas mulheres no próximo ano.

E me conta, terminaram a segunda temporada de “As Five”? O que acharam?

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Review | Olympo – Primeira Temporada

Em Olympo, nova série espanhola da Netflix, atletas de elite treinam sob pressão, escândalos de doping e conflitos pessoais intensos. A trama mistura crítica social, representatividade LGBTQIA+ e mistério em um cenário esportivo competitivo e perigoso.

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“Olympo” é uma produção espanhola original da Netflix que estreou em junho no streaming. Criada por Ibai Abad, Laia Foguet e Jan Matheu, a série acompanha atletas da Espanha treinando em um centro esportivo de alto rendimento (CAR). A trama é protagonizada por Amaia Olaberria (Clara Galle), capitã da seleção de nado sincronizado; Zoe Moral (Nira Oshaia), atleta de heptatlo; e Roque Pérez (Agustín Della Corte), melhor jogador de rúgbi da seleção.

Quando Nuria Borges (Maria Romanillos), dupla de Amaia na equipe de nado, ultrapassa a marca das russas e supera a própria Amaia na piscina, a capitã começa a desconfiar de que alguns atletas estão melhorando seu desempenho de forma inexplicável. A partir disso, inicia uma busca para provar que o CAR está sendo tomado pelo doping. Após esse treino, Nuria desaparece de forma misteriosa, e Amaia passa a investigar o que realmente aconteceu com a amiga.

Comparada por muitos à série “Elite”, outra produção da Netflix, “Olympo” aposta em cenas de sexo e nudez, mas vai além ao abordar temáticas relevantes que enriquecem a narrativa: homofobia nos esportes de elite, a pressão por ser insuperável, a falácia da meritocracia e o uso de substâncias ilegais para potencializar o rendimento, levantando questões sobre o verdadeiro fair play (jogar limpo) no esporte.

Review | Sem Resquícios – Primeira Temporada

Zoe é uma personagem que, à primeira vista, causa antipatia, mas com o tempo conquista o público. Ela perdeu sua melhor amiga em um acidente de carro (que, ao que tudo indica, foi causado por ela) e resiste em usar seu talento esportivo enquanto ainda lida com o luto. É também a primeira a entrar em conflito com Amaia, especialmente após a mulher com quem Zoe se relaciona ser expulsa do CAR por uso de doping e por ela receber patrocínio da Olympo.

Outra personagem que merece destaque é Renata (Andy Duato), parceira de Zoe nas corridas. Inicialmente mais fechada (a ponto de ser apelidada de “muda”), ela eventualmente se abre com Zoe e revela que é intersexo. Por conta disso, precisa realizar tratamentos para conter os níveis de testosterona no corpo, o que afeta diretamente seu desempenho no esporte.

Já Roque é um atleta gay que começa a sofrer represálias por ser assumido em um esporte tipicamente heteronormativo e machista, ainda que ele seja o melhor do time. Amaia, por sua vez, sofre constante pressão da mãe para melhorar seu desempenho, o que leva a série a retratar também a carga psicológica e física imposta a atletas de alto rendimento, além da corrupção e manipulação nos bastidores do esporte.

LesB Cast | Temporada 4 Episódio 02 – Nossos pitacos sobre a segunda temporada de “The Last Of Us”

A temporada termina com um gancho instigante: Amaia desmaia após uma apresentação, levantando dúvidas sobre seu futuro e a possibilidade de estar envolvida com doping. Paralelamente, Zoe é vista entregando uma substância azul ao CADE, o que pode indicar uma virada significativa para o rumo de Olympo.

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Review | Sem Resquícios – Primeira Temporada

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Uma imigrante ilegal mexicana e uma cigana encontram um cadáver em um país europeu. Quais as chances de acreditarem que elas não são as culpadas pelo assassinato? É deste tema que se trata a série da Amazon Prime, chamada “Sin Huellas”, traduzida como “Sem Resquícios”, dirigida por Paco Caballero, Samantha López Speranza, Koldo Serra e Gemma Ferraté.

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A trama apresenta Desi (Carolina Yuste), uma mulher livre, lésbica e divertida, que sabe aproveitar bem a vida noturna da cidade, e é muito engraçada; ela é aquela amiga louca e descontrolada que sempre está pronta para te apoiar com unhas e dentes. E Cati (Camila Sodi), uma mexicana imigrante, doce e até inocente demais, que chegou na Espanha com o objetivo de ganhar dinheiro e trazer a sua filha e a sua mãe para o país e prover uma vida melhor e um futuro diferente para a filha, além de tentar manter o seu casamento com um encostado.

Essas amigas, extremamente atrapalhadas, dividem um apartamento e trabalham juntas em uma empresa de limpeza. Logo no início da série, elas descobrem que a empresa onde trabalhavam, de forma terceirizada, declarou falência e ambas estavam demitidas.

Na busca de encontrar um trabalho rápido, acabam aceitando uma oportunidade de limpar a casa de uma família milionária. Ao serem contratadas, descobrem que, na verdade, ali foi a cena de um crime, se deparam com um corpo de mulher recém assassinada e para piorar, pegam acidentalmente uma mala cheia de euros e placas de ouro, que seriam destinadas a uma gangue de assassinos russos.

É, neste momento, que elas se dão conta que devem se livrar da culpa de um assassinato que não cometeram e de russos que querem matá-las por terem roubado o dinheiro destinado a eles. Como podem se livrar desta confusão ao qual foram colocadas e ainda saírem vivas? Uma certeza é que “Sem Resquícios” garante boas risadas e surpresas, com uma comédia de muita qualidade, ação e um casal sáfico com uma química extrema.

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Ao sermos introduzidos ao núcleo policial, fica claro que a policial investigadora do caso é a ex-namorada da Desi. Claro que, ao longo dos episódios, surge a necessidade de saber mais sobre a relação de Desi e Irene (Silvia Alonso), a policial que entra na história investigando o crime e acaba se tornando cúmplice na busca de comprovar a inocência das meninas.

Acompanhamos pequenos flashbacks sobre a relação delas, o motivo da separação e o dia a dia dessa construção. A química das atrizes é muito forte e através do olhar expressam os sentimentos. Inclusive, os diálogos são bem elaborados.

Esta produção é uma indicação excelente para o final de semana, contudo, apenas para quem tem estômago “forte”, já que algumas cenas fortes e sangrentas fazem parte desta comédia espanhola.

Com um elenco de rosto conhecidos, por quem consome produções espanholas, um roteiro incrível, uma trilha sonora dançante e aqueles puxões de orelha nos preconceitos e temas tabus, que são abordados de forma inteligente, “Sem Resquícios” é uma produção que vale muito a pena.

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Review | Grease: Rise of The Pink Ladies – Primeira Temporada

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“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série de musical romântica dramática criada por Annabel Oakes (“Awkward”). A produção é um prequel do musical de mesmo nome, lançado em 1978. A série é ambientada em 1954, quatro anos antes da história de amor entre Danny Zuko e Sandy Olsson. Enquanto a gangue dos T-Birds já existe, a narrativa se propõe a mostrar como a gangue das Pink Ladies surgiu.

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A narrativa acompanha a vida de Jane (Marisa Davila), uma adolescente que namora secretamente o quarterback Buddy (Jason Schmidt) até que ele permite que a escola inteira acredite em rumores inapropriados sobre ela. Em uma cidade onde cada pessoa é definida por sua reputação, isso a deixa alucinada para reparar o que as pessoas pensam sobre ela. Dessa forma, acaba se unindo a mais três párias sociais: Olivia (Cheyenne Isabel Wells), Cynthia (Ari Notartomaso) e Nancy (Tricia Fukuhara).

Olivia é uma estudante inteligente que manchou sua reputação no ano letivo anterior ao se envolver romanticamente com um professor. Nancy é uma aspirante a designer de moda e uma esquisita socialmente que foi largada pelas amigas por causa de garotos. Por fim, tem Cynthia, que sonha em se juntar aos T-Birds e vestir orgulhosamente a jaqueta de couro. Com o intuito de iniciar uma revolução no Rydell High, elas criam a gangue de garotas Pink Ladies.

A personagem de Notartomaso é uma verdadeira moleca e não performa feminilidade. Quando ela é obrigada a entrar no grupo de teatro (por causa das confusões que as Pink Ladies cometeram), acaba conhecendo Lydia (Niamh Wilson), uma atriz dedicada e totalmente confiante de suas habilidades artísticas, que a princípio desaprova as aptidões de Cynthia.

Em uma energia “enemies to lovers”, Cynthia e Lydia são forçadas a treinar falas da apresentação do clube de teatro todos os dias, o que aflora os sentimentos das duas. Da hostilidade pura e muitos beijos de “brincadeirinha”, começam a desenvolver sentimentos reais uma pela outra. Além delas serem um casal bem explorado e com bastante química, apesar de escondido por causa do contexto da época, Cynthia protagoniza um momento de saída do armário sensível e genuíno ao lado de uma das suas melhoras amigas Nancy.

“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série que sabe mesclar bem a década de 1950 com referências ao mundo moderno da geração Z. As músicas não são muito cativantes se comparadas ao musical original, no entanto, a história da produção conquista nos detalhes: as menções ao filme, o grupo de garotas encantador e principalmente, a representatividade e diversidade do elenco.

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Infelizmente, a produção foi cancelada com apenas uma temporada e sairá do streaming da Paramount+ nos próximos dias. A série não teve a oportunidade de encontrar seu público ideal e explorar ainda mais a história das personagens principais, que individualmente e coletivamente, possuíam muito potencial.

Leve e revigorante, a produção conseguiu debater temas como racismo e sexismo, e ainda entregar cenas nostálgicas para quem acompanhou a história de amor de Danny e Sandy. “Grease: Rise of The Pink Ladies” tinha uma potencialidade absurda de brilhar, mas, para a tristeza do público, a série acabou cedo demais e só deixou a saudade do que poderia ser uma narrativa épica.

LesB Nota
  • Roteiro
  • Direção
  • Personagens
4.7

Sinopse

Um spinoff do musical original de John Travolta e Olivia Newton John de 1978.

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Bombando