“Shiva Baby” é um filme de comédia ácida com um pouco de drama por trás com co-produção dos Estados Unidos e Canadá. O longa se passa em apenas um dia com Danielle (Rachel Sennott) como foco de toda narrativa. Ela precisa enfrentar diversos de seus conflitos durante esse um dia que se trata de um shivá. Presa em uma casa cheia de comida e de pessoas tentando tomar conta da sua vida, Danielle é obrigada a lidar com muitas coisas dentro e fora dela mesma.
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Durante esse shivá, Danielle bate de frente com seu passado, Maya (Molly Gordon), a melhor amiga por quem foi apaixonada (ou ainda é) e teve uma relação em um momento da vida. Bate de frente com seu presente, Max (Danny Deferrari), o cara com quem esta saindo em troca de dinheiro e que tem uma vida bem diferente do que falava para ela. E, além disso, o longa-metragem também traz a protagonista enfrentando suas questões com a comida, pois em um buffet, o que as pessoas mais fazem é comer e ela precisa lidar com isso querendo ou não.
Com roteiro e direção de Emma Seligman, “Shiva Baby” traz ao espectador uma discussão sobre sexo, pois Danielle está transando por dinheiro, mas também, como a personagem deixa claro, pelo prazer. Ao mesmo tempo em que discute de formas sutis a bissexualidade dela em meio a uma família judia, por exemplo, quando o termo “ela é bem experimentada” aparece no meio de uma conversa junto aos esforços de todos os adultos mais velhos presentes no evento em deixar Danielle e Maya bem longe uma da outra. A única coisa que ninguém esperava era que o maior problema seria, na verdade, Max.
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“Shiva Baby” não é um filme sobre sexualidade, mas sim sobre uma menina judia bissexual que passa um dia exaustivo tentando manter aparências que ela e a família criaram. É um longa reflexivo, pois enquanto Danielle enfrenta os conflitos internos presa em uma casa com várias pessoas tentando opinar sobre sua vida e tendo que enfrentar seus maiores problemas de perto, faz o espectador pensar sobre seus próprios conflitos, dessa vez não dentro de uma casa, mas dentro de cada um que assiste.
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O longa “Shiva Baby” está disponível no Brasil pela plataforma de streaming MUBI e vale a pena ser assistido, pois, além de ser uma comédia divertida, o tema central não é focado na sexualidade da personagem e também não se trata de um triângulo (talvez quadrado) amoroso. É centrado na protagonista, e seus próprios conflitos internos e externos que nada tem a ver com a sua sexualidade, que inclusive, está muito bem afirmada.
Alerta de gatilho: o filme pode trazer gatilhos em relação a transtornos alimentares. Danielle tem uma questão com a comida, que não fica exatamente clara. Entretanto, algumas cenas mais intensas podem despertar gatilhos.