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Dominique Provost-Chalkley escreve lindo texto ao se assumir Queer

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Dominique Provost-Chalkley aproveitou o seu aniversário e surpreendeu os fãs ao se assumir Queer. Em uma linda publicação em seu site-projeto, “Start the Wave”, ela conta sua jornada até se encontrar. Confira na íntegra o texto publicado:

“Acho justo dizer que muitas vezes temos medo de brilhar.
E quando digo brilhar, o que realmente quero dizer é o estado que nos encontramos quando somos verdadeiramente felizes.

Quando estamos felizes, brilhamos.

Com a idade avançada de 30 anos, percebi que a ‘jornada para a felicidade’ é de fato um ato de equilibrar ao longo da vida. Não existe um destino final perfeito, mas uma série de marcos maravilhosos que coletamos ao longo do caminho.

Para mim, esses marcos aparecem quando eu dedico um tempo para observar o que me traz ou não felicidade, e então tenho a coragem de fazer mudanças na minha vida para alinhar o que não está funcionando.

É preciso muita introspecção, mantendo-se aberto à evoluir e mudar. Eu tenho que verificar periodicamente meus valores, meus costumes, minhas paixões, minha criatividade e, finalmente, garantir que estou vivendo alinhada com meu verdadeiro eu.

Certamente não é um passeio no parque …

Mas quando tive a sorte de conhecer outras pessoas que moram naquele lugar, percebo que elas brilham muito, como estrelas brilhantes, iluminando o caminho para um lugar melhor e mais feliz, e sou atraída para me juntar a elas.

Sinto que criamos um mundo que não nos encoraja a explorar quem somos; para experimentar, olhar para dentro, descobrir o que é mais adequado, e então expressar isso livremente.

Criamos um mundo que nos diz que devemos ser de uma certa maneira; que devemos caber em categorias e viver sob rótulos. Parece-me que vivemos em julgamento, com medo do julgamento, da mentalidade coletiva derivada dos sistemas controladores e reprimidos que criamos para nós mesmos.

Parece não fazer muito sentido e, no entanto, estamos presos a esses caminhos inversos que não nos servem mais.

Grande parte dessa “sabedoria convencional” está revelando suas rachaduras.

Estamos começando a acordar e ver a verdade.

Fomos ensinados que possuir muitas coisas nos fará felizes.

Que a crise climática é menos importante que a economia.
Que ganhar curtidas nas plataformas sociais nos dá valor.
Que dinheiro é poder – criando uma hierarquia brutal para a humanidade.
E que somos tudo menos iguais.
Que somos tudo menos UM.

O mundo também nos ensina que a fluidez de gênero e sexualidade estão de alguma forma erradas.

Como uma mulher Queer, esta “verdade” infeliz e confusa realmente mexe com a minha cabeça.

Assim que me tornei consciente sexualmente, fui atraída por todas as formas e gêneros.
Mas, infelizmente, em pouco tempo ficou claro para mim que minha sexualidade era vista sob uma luz muito complexa e amplamente negativa.

Devo acrescentar: tenho uma enorme sorte de vir de duas famílias de mente aberta, mas, mesmo assim, o discurso nas ruas (e no mundo como um todo) claramente via esse aspecto de mim como “diferente”.

Aquilo me assustou.
Eu não queria ser diferente.
Porque sendo diferente, eu seria julgada, e se destacar por ser diferente, para mim, era absolutamente algo a ser temido.
Então eu reprimi.
Desejar ser amada superava o desejo de ser eu.

Sem representação de bissexualidade ou pansexualidade, eu temia ser gay.
Estava atraída por garotas… mas também por garotos?!

Bem, confusão é um eufemismo – e a confusão trouxe para a minha cabeça – uma voz que nem sempre foi gentil comigo. Então, me concentrei muito na “parte do garoto”, esperando que a “outra parte de mim” acabasse desaparecendo.

Imagine se vivêssemos num mundo onde tudo fosse aceito e recebido com amor.
Até as coisas mais difíceis encontrariam compaixão.
Talvez não tivesse medo de dizer: “Eu gosto de garotas, mas também gosto de garotos. Hã!? Isso é diferente de você?”
Talvez se usássemos nossas diferenças para nos aproximar, ao invés de nos separar e nos isolar, não teria medo de ser eu.

À medida que envelheci, o medo de ser eu também cresceu.
Deixei o ninho aos 16 anos, sem ter ideia de quem eu era, e me mudei rapidamente para uma indústria que achei particularmente tóxica para o desenvolvimento da autoestima.
Naturalmente, fiquei cada vez mais afetada por essas visões coletivas do mundo e, embora elas não fizessem sentido para mim, pensei que seria melhor simplesmente calar a minha voz queer, pois, de certa forma, parecia mais fácil.
Mas não foi fácil.

Esconder uma parte tão integral de quem você é causa uma grande ansiedade e medo.
Embora eu tenha feito um ótimo trabalho de mascarar minha confusão para o mundo, com o tempo isso me corroeu através de inúmeras dúvidas e inseguranças.

Então, passamos para 2015 – *Oh, Universo, magicamente alinhado, seu velho sorrateiro!*
Fui levada a um emprego que me fez enfrentar meus maiores medos.
Emily Andras se arriscou e me escalou para interpretar a linda e positiva representação bissexual: senhorita Waverly Earp.

Durante esta incrível e esclarecedora jornada de interpretar uma personagem queer e conhecer os fãs que são influenciados por ela, me fez reavaliar como devo encarar essa parte de mim.
Passar um tempo com a comunidade nos últimos anos me permitiu ver, várias vezes, pessoas atingindo metas mínimas e caminhando para a sua luz.
Tornou-me mais certo do que nunca que eu também tenho que ao menos tentar ser corajosa e, espero contribuir para o efeito positivo em cascata que é causado quando intensificamos e vivemos autenticamente.

Todos esses momentos ajudam a mudar a maneira como nosso mundo vê a sexualidade.

Pois acredito que somos cada um uma mini representação das escolhas que fazemos.
Simplificando, não quero fazer parte de um mundo em que não podemos ser coloridos.
Onde não podemos brilhar e onde não podemos amar quem amamos, de forma livre e confiante.

Embora essa seja uma das coisas mais assustadoras que a vida me desafiou até agora, eu sei que, falando aos poucos a minha verdade e vivendo alinhada com meus costumes e valores, ficarei mais feliz.
E provavelmente vou brilhar mais.

Porque ser queer é uma p**a jornada colorida e mágica, e sou mais feliz quando sou meu EU AUTÊNTICA QUEER.

E tudo bem.
Na verdade, é realmente bonito.
Eu realmente acredito, do fundo do meu coração, que a força do amor pode mover montanhas.

Portanto, sem julgar e perpetuar o problema, encontro pessoas que pensam que casais do mesmo sexo estão de alguma maneira errados, com tanto amor e compaixão sou capaz de unir.
Estamos em um sistema que nos conta mentiras, desenvolvido ao longo de anos, criando padrões difíceis de serem quebrados.
Mas, no entanto, encorajo você a tirar um tempo e realmente examinar o porquê você pensa assim.

Você tem a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente.
E se isso ainda não fizer você parar e nada mudar, peço que, pelo menos, deixe que outras pessoas escolham a maneira que gostariam de viver.
Cada um de nós deveria ter permissão para determinar o que é melhor para si, sem restrições desnecessárias que não nos servem mais.
É um direito humano fundamental poder viver a vida com amor.
Pois o Amor é Vida.

Nesta vida, escolhi representar esta comunidade incrível e defender as coisas que amo.
Sou uma das afortunadas que podem, espero que sem muitas repercussões, o que infelizmente não é verdade para todos.
Então, encontro forças para pavimentar o caminho para os outros – como muitos fizeram antes de mim.

Assim como agradeço àqueles que evoluíram a humanidade e nos levaram aonde estamos hoje, pego o bastão e corro adiante sem medo.
Meu desejo final é que todos nós possamos amar livremente, honestamente e sem limites.
Em um mundo que abraça nossas cores.
Acho que, de alguma forma, essa é uma chamada para todos os queers coloridos por aí.
Ao nos unirmos em um amor abundante e puro, podemos orientar, gentilmente, aqueles que ainda não foram despertados para um caminho mais saudável, feliz e seguro.

Então, aqui vai …
Eu sou queer.
Eu gosto de todos os seres humanos.
Eu acho que talvez eu goste de amar?
Quem sabe?
Mas finalmente …
Eu assumi.

#OutIsTheNewIn”


O texto original se encontra aqui. Esta publicação foi traduzida por Lua Barros e revisada por Karolen Passos.

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1 Comment

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  1. Simone Girão Sgarzi

    22 de outubro de 2022 at 14:18

    Tenho 68 anos de idade e com o maior orgulho que alguém possa ter de si mesma, declaro que sou lésbica desde que nasci. Sou feliz e espero que as pessoas no mundo consigam entender que isso é um direito personalíssimo de cada um. Não se prendam a dogmas para agradar aos outros, seja você. E acima de tudo, toda forma de amor vale a pena.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando