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Na Estante | Beijando Jessica Stein e a bissexualidade

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“Beijando Jessica Stein” é um filme de 2001 dirigido por Charles Herman-Wurmfeld e conta a história de Jessica Stein (Jennifer Westfeldt), uma mulher que está cansada de se decepcionar com homens, e quando encontra um anuncio de jornal feito por Helen Cooper (Heather Jurgensen), se aproxima da moça e as duas se apaixonam.

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Com toques de comédia e romance, Jessica embarca nesse relacionamento com Helen, o problema é que a protagonista tem uma personalidade um quanto que difícil, por ser muito reclusa e neurótica e sempre querendo ter o controle da situação, Stein tem muitas dificuldades de se relacionar com as pessoas, mas Helen, com paciência ganha a confiança da mesma e as duas constroem um relacionamento amoroso.

Entretanto, durante narrativa, as duas mulheres passam por dificuldades no relacionamento, pois Jessica vem de uma família judaica e de uma mãe e amigos que sempre incentivam Stein a encontrar um namorado, pois tem medo de que a mulher, que já está bem mais velha, fique sozinha para sempre. Essa pressão que ela sofre de amigos e familiares faz com que a moça esconda o seu relacionamento com Helen.

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Enquanto isso, Cooper, apesar de ser mais resolvida em relação a sua sexualidade, também sofre pressão por seus amigos, que não conseguem entender já que, segundo eles, não é da personalidade dela estar apaixonada, devido ao seu histórico de ter vários relacionamentos com homens, e ainda por cima está com uma mulher que não é assumida para a sociedade.

A invisibilidade Bi

Durante o filme, é notável perceber que as duas mulheres são bissexuais, o problema é que em nenhuma parte da narrativa a palavra bissexual é usada, muito pelo contrário, Helen muitas vezes é questionada sobre estar apaixonada por uma mulher, o que inclusive gera revolta por parte do longa-metragem que diz que Cooper é uma afronta a comunidade gay.

Por mais que a questão dos bissexuais fosse pouco discutido naquela época, seria interessante e um tanto revolucionário que esse longa pudesse abordar sobre bissexualidade, já que na trama é mostrado de forma bem realista o que é ser bi, principalmente pela personagem de Helen.

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Contudo, Jessica é retratada de forma mais irresponsável, já que ao final do filme traz uma situação completamente inesperada, o que pode acarretar uma interpretação errada da bissexualidade, nesse caso a culpa não é da personagem em si, mas sim como foi mal construída a questão da sexualidade da Stein durante a história.

A evolução de Jessica Stein

Deste modo o longa é muito mais que contar sobre o romance das duas mulheres, mas também mostrar como um relacionamento pode mudar o jeito como você se veste, age e se relaciona com mundo, isso é exibido de uma forma bem positiva já que no final do filme a personagem principal passa por um desenvolvimento em sua personalidade.

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Assim “Beijando Jessica Stein” peca em perder a oportunidade discutir sobre bissexuais, mas também mostra como a base da construção de confiança é primordial para um relacionamento, além de retratar como as interações sociais pode te transformar e ajudar no seu crescimento pessoal.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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