Connect with us

Literatura

Resenha | Todas as nossas meias-noites – uma leitura que irá te surpreender

Published

on

Ficha Técnica
Livro: Todas as nossas meias-noites
Autora: Raíssa Selvaticci
Editora: Independente
Número de Páginas: 98
Ano de Lançamento: 2022


Quando Taylor Swift disse “but she wears short skirts I wear t-shirts she’s cheer captain and I’m on the bleachers”, sem saber, viria a inspirar um dos maiores fenômenos da literatura brasileira da atualidade. Também influenciado na trilogia “Somebody I F*cked Once”, da cantora americana Zolita, Raíssa Selvaticci acaba de lançar a sua mais recente noveleta, Todas as nossas meias-noites”.

LesB Indica | Falsos Milionários – filme com Evan Rachel Wood que vale a pena

Uma ótima escolha para quem curte o clima de copa do mundo, a história de Marina Tatchi e Paris Caccini começa quando a garota com nome de cidade e cabelos cor de rosa se muda para Belo Horizonte com a família. Paris transfere o curso de jornalismo que fazia na USP para a UFMG, onde se torna membro da equipe de líderes de torcida da universidade. A química entre as duas é imediata e Marina, jogadora do time de futebol feminino, cuja fama não é das melhores pelos corredores do campus, logo se vê interessada pela paulista.

Normalmente, deixava que outras garotas dessem o primeiro passo. Era mais confortável quando já tinham demonstrado algum interesse e ela não corria o risco de levar um fora, embora ‘demonstrar interesse’ fosse uma questão delicada para qualquer garota que se envolvia com outra garota. Existia uma vozinha nos fundos da cabeça sempre perguntando: Ela quer me beijar ou ser minha melhor-amiga-para-sempre?

A resposta para a dúvida de Marina era que SIM, Paris Caccini queria sim beijá-la e como quem perde tempo é o relógio parado, logo seus lábios se encontraram, “numa mistura de álcool, gloss e bala de lichia, o que era um sabor extremamente específico”. E depois do primeiro beijo… bem, vieram muitos outros, alguns acompanhados por pegações mais intensas no laboratório de química e na prisão de festa junina montada numa salinha, outros acompanhados por pequenas discussões no vestiário feminino. Cinco meses depois, a jogadora estava decidida a pedir Paris em namoro durante a copa. 

Na cabeça de Marina o pedido seria lindo — “Ela é líder de torcida, eu jogo futebol, a gente gosta de esportes… Vamos assistir o jogo do Brasil juntas, o ex da Bruna Marquezine faz um gol, superamos o trauma do 7  a 1 e naquela euforia, o pedido vai sair naturalmente” — se Paris não tivesse desaparecido uma semana antes da abertura da copa do mundo.

LesB Cast | Temporada 3 Episódio 01 – nossos pitacos sobre a primeira temporada de “The Last Of Us”

O suspense criado por Raíssa Selvaticci anuncia desde o início o desaparecimento de sua protagonista, mas a abordagem narrativa utilizada pela autora surpreende por não seguir a linha do tempo. Os capítulos, em forma de crônicas, que se amarram e desprezam a linearidade convencional de uma contação de história, revelam alguns pontos que merecem ser destacados: o primeiro é a habilidade de escrita de Raíssa, que não se limita aos métodos comuns de narração; o segundo é o recurso utilizado pela autora para prender o leitor à história, ora nos deparamos com uma narrativa de momentos que aconteceram sete dias antes do sumiço de Paris Caccini, ora com os conflitos gerados um dia após o desaparecimento, e novamente, três meses antes, depois cinco, até finalmente a resolução do mistério, no último capítulo.

Vale ressaltar que a autora de Garotas (im)perfeitas” e Immaculatus” entrega tudo com os títulos dos capítulos de Todas as nossas meias-noites”, que vão de superdivertidos a “eu entendi essa referência sáfica”. Uma leitura que vai te surpreender, te encantar e te deixar com um gostinho de quero mais.


Se você deseja adquirir este livro, compre pelo nosso link da Amazon, pois assim você ajuda a manter o site no ar! Só clicar na imagem abaixo 😉

LesB Nota
  • História
  • Personagens
5

Sinopse

Paris e Marina não tem nada em comum, exceto a paixão pelos esportes.

Enquanto Paris é uma romântica incurável, Marina terminou com sua ex-namorada pelo telefone e tem uma péssima fama dentro dos corredores da faculdade. Apesar disso, o ditado que diz que os opostos se atraem existe por um motivo e todos acham que elas formam um casal perfeito: A líder de torcida e a garota do time de futebol. E elas realmente formariam, se Paris não tivesse desaparecido sem deixar rastros.

Através de todas as madrugadas que passaram juntas, Marina precisa descobrir o que aconteceu com Paris. E decidir de uma vez por todas se o relacionamento das duas vai ser feito de vírgulas ou de pontos finais.

Caririense com orgulho, é graduanda em Letras pela Universidade Regional do Cariri, mas "com diploma de sofrer de outra universidade". É amante de séries, livros, música e poesia. E o que lhe dá prazer é estudar literatura nordestina, ouvindo Belchior e tomando um delicioso suco de manga.

Continue Reading
Click to comment

Literatura

Resenha | Nunca é Tarde para a Festa – uma história sensível sobre se permitir ser quem você é

Published

on

Ficha Técnica
Livro: Nunca é tarde para a festa
Autora: Kelly Quindlen
Editora: Alt
Número de Páginas: 320
Ano de lançamento: 2025


Sabe aqueles livros que parecem te dar um abraço apertado enquanto te fazem refletir sobre quem você é e quem quer se tornar? “Nunca é tarde para a festa” é exatamente assim.

Publicado pela Editora Alt e da mesma autora de “A jogada do amor”, a história apresenta uma escrita sensível, divertida e cheia de representatividade, que conquista por sua honestidade e pela forma delicada com que trata temas como amizade, autoaceitação e a liberdade de viver fora das caixinhas que o mundo insiste em nos empurrar.

“— Olha. Você tem que entender seus motivos por trás disso. Às vezes, mentimos porque estamos nos colocando em primeiro lugar.”

Codi nunca foi o tipo de adolescente que se encaixa nos padrões. Lésbica, reservada e completamente apaixonada por noites tranquilas no porão com seus melhores amigos, Maritza (bissexual) e JaKory (gay), ela achava que já tinha encontrado sua versão final. Mas tudo muda quando ela decide, meio a contragosto, ir a uma festa do colégio e flagra Ricky, o garoto mais popular da escola, beijando outro garoto. A partir daí, nasce uma amizade improvável entre os dois, construída entre segredos, descobertas e a tentativa de se encontrar em meio ao caos da adolescência.

Ricky convida Codi para um verão cheio de festas, novas experiências e, claro, uma garota chamada Lydia, que é um verdadeiro raio de sol e conquista tanto Codi quanto o leitor. O romance entre as duas é leve, doce e totalmente digno de torcida, mas nunca se sobrepõe ao foco principal do livro: a jornada de autoconhecimento.

O ponto mais tocante da história é como ela mostra que não existe um jeito “certo” de viver a juventude. Algumas pessoas gostam de multidões e música alta; outras preferem uma noite de filmes com os amigos. E tudo bem. “Nunca é tarde para a festa” fala sobre isso com uma honestidade rara — sobre como a gente tenta caber nos moldes que criam pra gente (seja a família, os amigos, ou a sociedade) e como é libertador perceber que a única expectativa que realmente importa é a sua.

É impossível não se emocionar com os conflitos internos da Codi. Ela erra, principalmente ao esconder partes importantes de sua nova vida dos seus melhores amigos, mas o faz para proteger Ricky e respeitar o tempo dele. Isso torna tudo ainda mais real. Afinal, crescer também é isso: tomar decisões difíceis, lidar com as consequências e aprender no processo.

Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

Outro destaque emocionante é o relacionamento da Codi com seu irmão mais novo, Grant. A evolução dessa relação traz uma camada extra de sensibilidade à narrativa, especialmente por tocar naquela insegurança silenciosa que muitos de nós carregamos: o medo de decepcionar quem amamos. Ver como esse vínculo se transforma ao longo da história é reconfortante e cheio de significado (principalmente para quem tem irmãos mais novos).

“Nunca é tarde para a festa” é um convite para quem está se descobrindo, para quem já se descobriu, e para quem ainda está tentando entender qual caminho quer seguir. Uma história que não romantiza a adolescência, mas a mostra em sua complexidade, com seus altos, baixos, e todos os tons entre eles. Prepare o coração, porque essa história vai mexer com você.

  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Codi nunca foi de ir a festas. Nunca ficou fora até tarde. Nunca sequer foi beijada. E não é só porque ela gosta de meninas — é porque sua ideia de diversão perfeita sempre foi passar a noite no porão com seus melhores amigos, Maritza e JaKory, maratonando séries da Netflix. Mas quando eles insistem em ir a uma festa do colégio, sua vida muda completamente.

Entre luzes piscando e música alta, Codi flagra Ricky, o garoto mais popular da escola, beijando outro garoto — e, a partir desse segredo, nasce uma amizade improvável. Em troca do silêncio de Codi, Ricky a coloca sob sua proteção e a atrai para um verão intenso, cheio de noitadas, novas experiências e uma garota muito bonita chamada Lydia. O único problema? Codi decide esconder tudo isso de Maritza e JaKory e, de repente, se vê dividida entre a vida que sempre teve e a nova versão de si mesma que está aprendendo a amar.

Continue Reading

Literatura

Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

Published

on

Ficha Técnica
Livro: Temporada relativa
Autora: Mary Abade
Editora: Independente
Número de Páginas: 35
Ano de Lançamento: 2023


“Temporada relativa” é um conto publicado de forma independente pela autora tocantinense Mary Abade. O conto é repleto de nostalgia da adolescência e momentos fofos entre as protagonistas.

Neste conto acompanhamos Maria Francisca Einstein (sem nenhum parentesco, nem mesmo longínquo com o famoso físico) na sua tão esperada viagem de 15 anos para conhecer o mar. O que Maria não esperava é que sua viagem para conhecer o mar seria arruinada por uma chuva interminável que a mantém presa no hotel junto com os pais.

Felizmente, neste hotel também está hospedada Marie, uma garota que tem a mesma idade que Maria e que é dona de um gosto musical muito bom e o literário melhor ainda. Durante os dias de chuva trancadas no hotel, Maria e Marie vão construindo uma amizade à base de livros de dinossauros para colorir e histórias em quadrinhos sáficas.

LesB Cast | Temporada 3 Episódio 17 – as melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2023

A narrativa é fluida e tem muito do que já vimos na escrita de Mary, a autodescoberta entremeada dos momentos de constrangimento da adolescência e pitadas de inaptidão social. Contendo muito do que esperamos em comédias sáficas, ela entrega momentos de risadas sinceras e gay panic levinhos e gostosos de acompanhar.

Mostrando não só a personagem principal lidando com a frustração da viagem dos sonhos dando errado, mas, também, os problemas com os pais, a dificuldade da mudança para uma nova cidade e as dúvidas sobre a sexualidade. Questões que mesmo na vida adulta ainda nos assustam tanto.  A história consegue nos prender em sua leitura e finalizar todos os arcos que se propõe a começar.  

“Temporada relativa” é uma leitura gostosa de fim de tarde para você ler de uma vez só e se divertir com Maria conhecendo o mar.

LesB Nota
  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Maria Francisca sempre sonhou em ver o mar. O que ela não contava é com a confusão que só a pão-durice do seu pai poderia proporcionar, levando toda a família para a cidade praiana de Maré Mansa durante a baixa temporada. Assim, em vez de praia e mar, ela recebe chuva sem parar. Mas essa viagem pode ter seus dias de sol, quando conhece Marie.

Continue Reading

Literatura

Resenha | De repente, namoradas – um romance leve que vale a pena

Published

on

Ficha técnica
Livro: De repente, namoradas
Autoras: G.B. Baldassari
Editora: Independente
Número de páginas: 437
Ano de lançamento: 2023


O último lançamento do casal Gisele e Bruna Baldassari, “De repente, namoradas“, é um spin-off de “Só por um verão” e acompanha uma das irmãs Lancellotti após a aventura no acampamento Luneta e as consequências positivas do que aconteceu no local.

Em um momento inusitado, após ser acusada de homofobia, Helena Lancellotti mente dizendo que tinha uma namorada, e em meio a grande repercussão desse anúncio, convence a professora de tênis dos seus filhos, Pati, a ser sua namorada por dois meses.

Pati Borges, sempre com um sorriso no rosto, pensamentos e atitudes positivas, faz o perfeito contraste com a pose de “big boss” e antipatia de Helena. Júlia e Júlio, filhos da empresária, completam o quarteto protagonista da história.

LesB Cast | Temporada 3 Episódio 11 – nossos pitacos sobre “Operação: Lioness”

Apesar de ser focado na vida e na relação de Helena e Pati, outros personagens da trama original voltam e tem participações importantes, além de trazer uma atualização da vida atual deles.

“De repente, namoradas” é uma comédia romântica sáfica de duas mulheres adultas que desenvolvem um relacionamento para fazer uma mentira se tornar real aos olhos do público, mas, apesar de ser uma história leve e divertida, toca em alguns temas mais sensíveis, como adoção e as questões familiares presentes na vida de pessoas da comunidade LGBTQIA+.

Seguindo a fórmula das autoras, o livro com mais de 400 páginas é cativante do começo ao fim. Nele, acompanhamos toda a trajetória do relacionamento e como elas vão se apaixonando uma pela outra e se tornando uma família.

Em “De repente, namoradas” você encontra um romance leve, que te deixa com um quentinho no coração, e te arranca umas boas risadas, com uma escrita envolvente que vai te fazer ler sem parar.


Se você deseja adquirir este livro, compre pelo nosso link da Amazon, pois assim você ajuda a manter o site no ar! Só clicar na imagem abaixo 😉

Continue Reading

Bombando