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Literatura

Resenha | Robin – uma narrativa intrigante repleta de conteúdo

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Ficha Técnica
Livro: Robin
Autora: Victoria Mendes
Editora: Independente
Número de Páginas: 216
Ano de Lançamento: 2022


O segundo livro da série Filhas de Margery” acabou de ser lançado, e já chega com uma narrativa intrigante, repleta de tramas políticas, romances, princesas e uma sociedade gerida por mulheres fortes e independentes. Robin”, escrito por Victoria Mendes, se passa alguns meses depois dos acontecimentos em “Florence”, e é narrado pelo ponto de vista da princesa de Sealena.

Após o casamento do príncipe Nathaniel, seu irmão gêmeo e sucessor ao trono de Sealena, tudo o que Robin mais quer é fugir para a Ilha da Deusa antes que seus pais comecem os planos para enfiá-la numa aliança matrimonial para o benefício do reino e de seus governantes. E a princesa sabe que é só uma questão de tempo para estar rodeada por suas amigas, em seu novo lar, vivendo com Florence, a garota por quem ela está apaixonada. Mas o que Robin não esperava era que sua chegada à ilha acontecesse tão precocemente e muito menos nas condições que aconteceram.

Um acidente envolvendo o navio que levava a família real de volta a Sealena, após as festividades matrimoniais, muda o curso da vida de todos tripulantes a bordo. De encontro a uma forte tempestade em alto mar, o navio Achille não resiste a uma sucessão de tombos contra rochas e nem à teimosia e arrogância de seu governante que ordena, tarde demais, o ancoramento da embarcação. O resultado é um navio destruído e tripulantes perdidos na água gelada.

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Nesse cenário, Robin se encontra sozinha e perdida, à deriva no mar por um tempo que nem ela mesma é capaz de calcular, uma vez que esteve todo tempo desacordada e desidratada.

Quando retorna à consciência, a princesa está com queimaduras em todo o corpo, dores e em um lugar desconhecido, vestindo roupas que não são suas — “Não dá pra juntar as peças do quebra-cabeça e entender onde estou ou como vim parar aqui, mas sei que há uma ou mais pessoas que têm essa resposta e que, ela ou elas, estão do outro lado da porta. Entretanto meu corpo dói. Tento gritar por alguém, mas minha voz soa tão forte quanto o miado de um gato filhote”.

No entanto, as condições em que chega à Ilha da Deusa é completamente diferente de tudo o que ela planejou durante toda sua vida. Resgatada por algumas pescadoras enquanto vagava inconsciente pelo mar, Robin se divide entre finalmente conhecer o lugar que sempre sonhou em viver e a preocupação com sua família, que desapareceu desde o acidente.

Em meio a tantos conflitos, sua estadia na ilha desperta memórias pouco agradáveis de seu relacionamento passado com a garota que lhe apresentou àquela sociedade de mulheres livres. Memórias estas, que acabam afetando sua relação com Florence, que mora ali há algum tempo.

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Só que a permanência de Robin na Ilha da Deusa é ameaçada quando as intrigas políticas que assolam Sealena se intensificam: com a família real desaparecida e sem ninguém da linhagem no poder para proteger as fronteiras do reino contra invasões das tropas inimigas, isto se torna uma preocupação, sobretudo, à existência e ao sigilo da ilha.

Em Robin”, é agradável acompanhar a evolução da relação entre as protagonistas desde os acontecimentos de Florence”, principalmente sob o ponto de vista da princesa, que se mostra muito mais vulnerável e acessível. Na leitura desta sequência a leitora é oficialmente apresentada à Ilha da Deusa, uma sociedade organizada e governada por mulheres, que servem como refúgio àquelas que se recusam à servidão patriarcal.

A escrita de Victoria Mendes encanta pela sua clareza e fluidez, com narrações precisas, descrição impecável e personagens envolventes (um carinho especial pelo príncipe Nathan, que protagoniza um dos maiores plot twist da história). Uma obra apaixonante e que não abre mão de refletir sobre a condição feminina na sociedade — “A garotinha salta para cima das pernas de Flora e se ajeita ali, satisfeita com a resposta da loira. Ela não tem nenhuma dúvida, mesmo tão pequena, de que é capaz de fazer exatamente o que foi dito. Ninguém a ensinou que sua única função é servir a um homem, ser dócil e ter um monte de filhos. Posso não ser nenhuma intelectual especializada no assunto, mas acho que esse é um bom jeito de começar a vida; sabendo do monte de outras coisas importantes e grandes que você pode fazer sem ninguém impondo limites na sua existência“.


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LesB Nota
  • História
  • Personagens
5

Sinopse

Mas, quando uma reviravolta obriga a nossa princesa favorita a abdicar da sua vida dos sonhos em nome da proteção das pessoas que ela mais ama, Robin se vê aprisionada pelos próprios princípios.

  • Quem é, de verdade, a princesa?
  • Quem são as mulheres dessa comunidade misteriosa que ela frequenta?
  • Onde fica a ilha da Deusa e como ela é por dentro?
  • O que acontece depois do “felizes para sempre”?

Na aguardada sequência dessa releitura sáfica de Cinderela, você vai ter a resposta para todas essas perguntas e muitas outras.

Caririense com orgulho, é graduanda em Letras pela Universidade Regional do Cariri, mas "com diploma de sofrer de outra universidade". É amante de séries, livros, música e poesia. E o que lhe dá prazer é estudar literatura nordestina, ouvindo Belchior e tomando um delicioso suco de manga.

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Literatura

Resenha | Nunca é Tarde para a Festa – uma história sensível sobre se permitir ser quem você é

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Ficha Técnica
Livro: Nunca é tarde para a festa
Autora: Kelly Quindlen
Editora: Alt
Número de Páginas: 320
Ano de lançamento: 2025


Sabe aqueles livros que parecem te dar um abraço apertado enquanto te fazem refletir sobre quem você é e quem quer se tornar? “Nunca é tarde para a festa” é exatamente assim.

Publicado pela Editora Alt e da mesma autora de “A jogada do amor”, a história apresenta uma escrita sensível, divertida e cheia de representatividade, que conquista por sua honestidade e pela forma delicada com que trata temas como amizade, autoaceitação e a liberdade de viver fora das caixinhas que o mundo insiste em nos empurrar.

“— Olha. Você tem que entender seus motivos por trás disso. Às vezes, mentimos porque estamos nos colocando em primeiro lugar.”

Codi nunca foi o tipo de adolescente que se encaixa nos padrões. Lésbica, reservada e completamente apaixonada por noites tranquilas no porão com seus melhores amigos, Maritza (bissexual) e JaKory (gay), ela achava que já tinha encontrado sua versão final. Mas tudo muda quando ela decide, meio a contragosto, ir a uma festa do colégio e flagra Ricky, o garoto mais popular da escola, beijando outro garoto. A partir daí, nasce uma amizade improvável entre os dois, construída entre segredos, descobertas e a tentativa de se encontrar em meio ao caos da adolescência.

Ricky convida Codi para um verão cheio de festas, novas experiências e, claro, uma garota chamada Lydia, que é um verdadeiro raio de sol e conquista tanto Codi quanto o leitor. O romance entre as duas é leve, doce e totalmente digno de torcida, mas nunca se sobrepõe ao foco principal do livro: a jornada de autoconhecimento.

O ponto mais tocante da história é como ela mostra que não existe um jeito “certo” de viver a juventude. Algumas pessoas gostam de multidões e música alta; outras preferem uma noite de filmes com os amigos. E tudo bem. “Nunca é tarde para a festa” fala sobre isso com uma honestidade rara — sobre como a gente tenta caber nos moldes que criam pra gente (seja a família, os amigos, ou a sociedade) e como é libertador perceber que a única expectativa que realmente importa é a sua.

É impossível não se emocionar com os conflitos internos da Codi. Ela erra, principalmente ao esconder partes importantes de sua nova vida dos seus melhores amigos, mas o faz para proteger Ricky e respeitar o tempo dele. Isso torna tudo ainda mais real. Afinal, crescer também é isso: tomar decisões difíceis, lidar com as consequências e aprender no processo.

Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

Outro destaque emocionante é o relacionamento da Codi com seu irmão mais novo, Grant. A evolução dessa relação traz uma camada extra de sensibilidade à narrativa, especialmente por tocar naquela insegurança silenciosa que muitos de nós carregamos: o medo de decepcionar quem amamos. Ver como esse vínculo se transforma ao longo da história é reconfortante e cheio de significado (principalmente para quem tem irmãos mais novos).

“Nunca é tarde para a festa” é um convite para quem está se descobrindo, para quem já se descobriu, e para quem ainda está tentando entender qual caminho quer seguir. Uma história que não romantiza a adolescência, mas a mostra em sua complexidade, com seus altos, baixos, e todos os tons entre eles. Prepare o coração, porque essa história vai mexer com você.

  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Codi nunca foi de ir a festas. Nunca ficou fora até tarde. Nunca sequer foi beijada. E não é só porque ela gosta de meninas — é porque sua ideia de diversão perfeita sempre foi passar a noite no porão com seus melhores amigos, Maritza e JaKory, maratonando séries da Netflix. Mas quando eles insistem em ir a uma festa do colégio, sua vida muda completamente.

Entre luzes piscando e música alta, Codi flagra Ricky, o garoto mais popular da escola, beijando outro garoto — e, a partir desse segredo, nasce uma amizade improvável. Em troca do silêncio de Codi, Ricky a coloca sob sua proteção e a atrai para um verão intenso, cheio de noitadas, novas experiências e uma garota muito bonita chamada Lydia. O único problema? Codi decide esconder tudo isso de Maritza e JaKory e, de repente, se vê dividida entre a vida que sempre teve e a nova versão de si mesma que está aprendendo a amar.

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Literatura

Resenha | Temporada relativa – uma boa leitura de fim de tarde

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Ficha Técnica
Livro: Temporada relativa
Autora: Mary Abade
Editora: Independente
Número de Páginas: 35
Ano de Lançamento: 2023


“Temporada relativa” é um conto publicado de forma independente pela autora tocantinense Mary Abade. O conto é repleto de nostalgia da adolescência e momentos fofos entre as protagonistas.

Neste conto acompanhamos Maria Francisca Einstein (sem nenhum parentesco, nem mesmo longínquo com o famoso físico) na sua tão esperada viagem de 15 anos para conhecer o mar. O que Maria não esperava é que sua viagem para conhecer o mar seria arruinada por uma chuva interminável que a mantém presa no hotel junto com os pais.

Felizmente, neste hotel também está hospedada Marie, uma garota que tem a mesma idade que Maria e que é dona de um gosto musical muito bom e o literário melhor ainda. Durante os dias de chuva trancadas no hotel, Maria e Marie vão construindo uma amizade à base de livros de dinossauros para colorir e histórias em quadrinhos sáficas.

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A narrativa é fluida e tem muito do que já vimos na escrita de Mary, a autodescoberta entremeada dos momentos de constrangimento da adolescência e pitadas de inaptidão social. Contendo muito do que esperamos em comédias sáficas, ela entrega momentos de risadas sinceras e gay panic levinhos e gostosos de acompanhar.

Mostrando não só a personagem principal lidando com a frustração da viagem dos sonhos dando errado, mas, também, os problemas com os pais, a dificuldade da mudança para uma nova cidade e as dúvidas sobre a sexualidade. Questões que mesmo na vida adulta ainda nos assustam tanto.  A história consegue nos prender em sua leitura e finalizar todos os arcos que se propõe a começar.  

“Temporada relativa” é uma leitura gostosa de fim de tarde para você ler de uma vez só e se divertir com Maria conhecendo o mar.

LesB Nota
  • História
  • Personagens
4

Sinopse

Maria Francisca sempre sonhou em ver o mar. O que ela não contava é com a confusão que só a pão-durice do seu pai poderia proporcionar, levando toda a família para a cidade praiana de Maré Mansa durante a baixa temporada. Assim, em vez de praia e mar, ela recebe chuva sem parar. Mas essa viagem pode ter seus dias de sol, quando conhece Marie.

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Literatura

Resenha | De repente, namoradas – um romance leve que vale a pena

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Ficha técnica
Livro: De repente, namoradas
Autoras: G.B. Baldassari
Editora: Independente
Número de páginas: 437
Ano de lançamento: 2023


O último lançamento do casal Gisele e Bruna Baldassari, “De repente, namoradas“, é um spin-off de “Só por um verão” e acompanha uma das irmãs Lancellotti após a aventura no acampamento Luneta e as consequências positivas do que aconteceu no local.

Em um momento inusitado, após ser acusada de homofobia, Helena Lancellotti mente dizendo que tinha uma namorada, e em meio a grande repercussão desse anúncio, convence a professora de tênis dos seus filhos, Pati, a ser sua namorada por dois meses.

Pati Borges, sempre com um sorriso no rosto, pensamentos e atitudes positivas, faz o perfeito contraste com a pose de “big boss” e antipatia de Helena. Júlia e Júlio, filhos da empresária, completam o quarteto protagonista da história.

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Apesar de ser focado na vida e na relação de Helena e Pati, outros personagens da trama original voltam e tem participações importantes, além de trazer uma atualização da vida atual deles.

“De repente, namoradas” é uma comédia romântica sáfica de duas mulheres adultas que desenvolvem um relacionamento para fazer uma mentira se tornar real aos olhos do público, mas, apesar de ser uma história leve e divertida, toca em alguns temas mais sensíveis, como adoção e as questões familiares presentes na vida de pessoas da comunidade LGBTQIA+.

Seguindo a fórmula das autoras, o livro com mais de 400 páginas é cativante do começo ao fim. Nele, acompanhamos toda a trajetória do relacionamento e como elas vão se apaixonando uma pela outra e se tornando uma família.

Em “De repente, namoradas” você encontra um romance leve, que te deixa com um quentinho no coração, e te arranca umas boas risadas, com uma escrita envolvente que vai te fazer ler sem parar.


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Bombando