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LesB Saúde | Vamos conversar sobre saúde mental?

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Queridas leitoras,

Eu fiz dez perguntas sobre saúde mental lésbica para a companheira da minha tia e ela respondeu a todas elas de coração aberto. Vou chamá-la de “D”, para preservar sua identidade… D é graduanda em psicologia e tem uma história de vida bem interessante. Por isso, decidi que seria bacana se ela compartilhasse com a gente um pouquinho da sua vivência.

Boa leitura!

1 – O QUE É SAÚDE MENTAL PARA VOCÊ ?

O termo saúde mental vai muito além da ausência de algum tipo de transtorno, ele pode ser utilizado para dizer como está a qualidade cognitiva e emocional de cada um de nós, ou seja, nossa capacidade de buscar um equilíbrio entre nossos esforços pessoais para alcançarmos nossos objetivos e nossas satisfações. Está relacionada à maneira como apreciamos nossa forma de levar a vida, em outras palavras, seria a forma como administramos nossos princípios: sejam eles culturais, econômicos, familiares e principalmente as nossas necessidades emocionais.

Ter uma boa saúde mental é quando nos tornamos capazes de dominar nossas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço, vivendo em plenitude, respeitando a si mesmo e o outro. É quando tomamos consciência de que na relação com o outro, podemos afetar e também podemos ser afetados, tanto de forma positiva como negativa. Para isso, é preciso que tenhamos sempre atitudes positivas, tentar buscar o crescimento, o desenvolvimento e auto-realização, ter integração e uma boa resposta emocional, autonomia e autodeterminação, ter uma boa percepção apurada da realidade, e acima de tudo, uma boa socialização, pois somos seres intrinsecamente sociais. É estar bem consigo mesmo, aceitando as exigências da vida cotidiana, as diferenças e as divergências. E principalmente, ter a capacidade de ter uma boa resiliência psicológica diante de emoções ruins tais como: tristeza, medo, ódio, ciúme e raiva, tendo sempre a consciência de que precisamos sim buscar ajuda sempre que for necessário.

2 – COMO VOCÊ MANTÉM A SUA SAÚDE MENTAL?

Para manter uma boa saúde mental procuro não deixar que os problemas da vida cotidiana afetem minhas relações afetivas, sejam elas familiares ou mesmo de amizade. Tiro um tempo para mim, de vez em quando, para colocar as ideias em ordem, ler um bom livro, assistir um bom filme. Uma coisa que gosto muito e me faz bem é tirar um dia para não fazer NADA. Sabe aquele dia que você não quer atender o telefone e só quer ficar esparramada na cama, sem se preocupar com absolutamente nada? É uma pena que nem sempre consiga, mas tento. Na verdade, manter a saúde mental é exatamente isso, você fazer aquilo que te faz bem.

O que funciona para mim, pode não funcionar para outra pessoa. Não somos obrigados a seguir as normas e os costumes e, muito menos, padrões que nos são pré-determinados. Salvo, se seguir as regras te faça bem. O importante é que seja bom para você tudo aquilo que esteja fazendo na sua vida. É lógico que algumas vezes temos que ponderar, principalmente na relação com o outro, porque tomar decisões pensando que não somos sozinhos faz parte das relações humanas, faz parte do nosso aprendizado e do nosso desenvolvimento como pessoa conhecedora de nossas vontades e desejos.

Enfim, para manter uma boa saúde mental, busco manter sempre a minha mente aberta para o novo, para o diferente, procurando sempre me colocar no lugar das outras pessoas e nesse exercício diário aprendemos muito, nos tornamos mais compreensivos e empáticos. A empatia pode ser a chave do sucesso das relações humanas, pois ao nos livrarmos dos nossos julgamentos, das nossas histórias e experiências pessoais compreendemos o outro como ele é, assim, podemos ser capazes de enxergar o outro pelos olhos dele e não a partir do nosso próprio olhar, compreendendo as dificuldades que possam existir e assim diminuir os conflitos. Levando uma vida mais saudável e produtiva.

3 – COMO A SUA VIVÊNCIA LÉSBICA INFLUENCIA NA SUA SAÚDE MENTAL?

Confesso que ainda me sinto um pouco mal com a ‘‘não liberdade’’ de expressar sentimentos em público como, por exemplo, andar de mãos dadas na rua sem que ninguém nos olhe torto ou aponte o dedo. Ainda mais porque sou de uma época em que não era mesmo comum ver duas mulheres expressarem carinho no meio da rua ou em locais públicos. Acho que acabei me acostumando com os padrões nos quais fui submetida. Hoje em dia é muito mais comum vermos meninas que demonstram livremente seus sentimentos, sem se sentirem tão julgadas. Mas, numa época em que ser lésbica era sinônimo de coisa ruim, de doença e até mesmo “sem-vergonhice”, era muito mais difícil e, de alguma forma, isso acaba afetando a nossa boa saúde mental, fica marcado como uma tatuagem que mesmo que você tente apagar deixa marcas.

Então, posso dizer que – do ponto de vista negativo – essa “não liberdade” ainda me faz sentir mal, em algumas situações. Mesmo que, hoje, possamos casar e adotar filhos, continua sendo muito difícil deixar de não ser apontada como um erro. Com certeza, se vivêssemos em uma sociedade mais libertária e fraterna com as diferenças, seria muito mais libertador, trazendo resultados positivos que acrescentariam muito na vida das mulheres lésbicas.

4 – VOCÊ ACREDITA QUE PARA AS LÉSBICAS É MAIS DIFÍCIL MANTER UMA BOA SAÚDE MENTAL? POR QUÊ?

Acho sim, principalmente, no sentido de ser apontada e, por muitas vezes, humilhada pela própria família. É preciso ter coragem para ser diferente, porque muitos são os obstáculos e os entraves de quem assume o diferente para sua vida.

Acho que as pessoas ainda não estão preparadas para lidar com algumas situações como, por exemplo, um casal de lésbicas no qual uma precise ser hospitalizada. Aí, vem aquela pergunta corriqueira: “Você é o que dela?” e se você responde que é a companheira/namorada ou seja lá o que for, você não tem o mesmo tratamento que teria um homem que estivesse na mesma situação. Acho que as equipes hospitalares como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos deveriam estar mais preparados para receberem em seu ambiente de trabalho os casais gays, pois além da situação de fragilidade em que se encontram, ainda são obrigados a enfrentar o preconceito que torna o momento de dificuldade ainda pior.

Sem contar com as inúmeras batalhas que travamos todos os dias contra o preconceito no ambiente de trabalho, escolar e familiar. Mesmo hoje em dia, com tantas campanhas em prol da igualdade, o preconceito ainda atinge um número enorme de pessoas.

5 – QUAIS SUGESTÕES VOCÊ DARIA PARA A COMUNIDADE LÉSBICA SOBRE COMO MANTER UMA BOA SAÚDE MENTAL?

Ter a capacidade de ver criticamente algumas coisas que fazemos automaticamente pode ser importante como, por exemplo, abrir mão do desnecessário. Fazemos muitas coisas em nosso dia-a-dia que não fazem o menor sentido. Devemos escolher o que é realmente importante para nós porque, com certeza, não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Colocar o pé no freio é um bom começo. Com as pressões da vida, por muitas vezes, esquecemos de nos dar um tempo. Então, seria muito bom começar a repensar em tudo aquilo que deixamos de fazer e que nos traz satisfação para dar lugar a outras coisas que não fazem nenhum sentido para nós e que nos trazem prejuízo, tensão e pressão psicológica.

Comece a ter hábitos que vão potencializar sua satisfação, trazendo bem-estar físico e emocional. Exercícios físicos regulares e meditações podem ser ótimos para o controle de ansiedade. Assim como manter uma boa alimentação e uma boa noite de sono podem ajudar a manter o equilíbrio. Jogue-se! Faça aquilo que você mais gosta, quebre a rotina, ouça uma boa música, leia um livro, dance, cante… Não importa o que você faça, tem que fazer aquilo que te traga satisfação. Ter uma visão realista das coisas pode ajudar a ter menos frustrações. Esqueça um pouco o tudo ou nada. Ninguém é perfeito e você também não precisa ser.

Tenha prazer nas pequenas coisas, sinta-se bem consigo mesma, evite pensamentos negativos e derrotistas. Se você conseguir fazer pelo menos uma dessas coisas, vai ver o quanto você é dona do leme de sua vida. Ninguém pode guiar o seu caminhos a não ser você mesma, somos nós que determinamos o rumo que nossa vida pode tomar. Culpabilizar os outros só traz insatisfação e nos faz paralisar, por isso, liberte-se e tome rédea de sua própria vida. Ninguém além de você mesma pode mudar o seu caminho.

6 – VOCÊ ACREDITA QUE ATAQUES LESBOFÓBICOS INFLUENCIAM NEGATIVAMENTE NA SAÚDE MENTAL DAS MULHERES LÉSBICAS?

Com certeza, qualquer tipo de ataque traz desequilíbrio emocional e prejuízos para a vida das pessoas. Fazem reduzir as conquistas, aumentam os casos de depressão e até mesmo suicídios. Esses ataques influenciam no processo de construção identitária, tentando impor normas de comportamento aceitáveis por uma sociedade.

7 – VOCÊ ACREDITA QUE DEVERIA EXISTIR ALGUM PROJETO SOBRE ESSE TEMA? CASO A RESPOSTA SEJA SIM, QUAL?

Deveria sim existir um projeto que estivesse direcionado para a saúde e bem-estar mental da mulher lésbica, onde pudéssemos ser atendidas por uma equipe multidisciplinar de acolhimento, de incentivo, de cuidados com a saúde física e mental. Mas são inúmeras as restrições de atendimento e orientações nas redes públicas direcionadas a população lésbica, como um atendimento diferenciado no ginecologista. O que demonstra uma grande vulnerabilidade na assistência a saúde e também projetos que discutam uma proposta de diretriz de atenção a saúde mental da mulher lésbica.

8 – VOCÊ ACREDITA QUE A COMUNIDADE LGBTQ+ NEGLIGENCIA A SAÚDE MENTAL LÉSBICA?

Talvez, não é exatamente negligência e sim um “não lutar por”, o que também é uma forma de negligência. Acho que, muitos movimentos que são feitos pela população LGBTQ+ poderiam ter um enfoque maior na conquista de direitos, na luta por igualdade do que tão somente visibilidade e aceitação. Para transformar o outro é preciso transformar a si mesmo. Ficar parado, esperando o outro dar um primeiro passo não vai mudar o que está dentro de você. É preciso entender que quem luta por si só, luta sozinho mas, se você luta com o outro e pelo outro, você se torna parte de um exército e pode conquistar fronteiras nunca antes atingidas.

9 – NA SUA OPINIÃO, QUAL É O PAPEL QUE A FAMÍLIA EXERCE NA SAÚDE MENTAL DA MULHER HOMOSSEXUAL?

O papel da família é fundamental para a saúde mental da mulher lésbica. Quando ela exerce um papel positivo, garante solidariedade e apoio para enfrentar a discriminação, logo diminui os sofrimentos psicológicos e aumenta a autoestima, a confiança e a segurança. Quando a família exerce um papel negativo, traz sofrimento, insegurança, frustrações, sentimentos de culpa – para ambas as partes – tudo fica mais doloroso e difícil. Desta forma, trazendo prejuízos nas relações e fazendo com que as mulheres lésbicas estejam mais propensas a enfrentar problemas como distúrbios alimentares, maior probabilidade de automutilação e mais propensas a sofrerem com quadros de depressão.

10 – VOCÊ ACREDITA QUE PARA AS LÉSBICAS QUE SE DESCOBRIRAM MAIS TARDE É MAIS DIFÍCIL TER UMA BOA SAÚDE MENTAL?

Acho que isso depende, de pessoa para pessoa, e não exatamente de um tempo cronológico. Algumas pessoas se descobrem muito cedo e vivem uma vida inteira de angústia e sofrimento, no entanto, outras que resolveram se assumir ou se descobriram mais tarde, levam numa boa suas vidas, convivem bem consigo mesmas e na sua relação com a família. Por isso, na minha opinião, isso varia de pessoa para pessoa. Pois, como eu disse, cada um tem uma forma única de ser e independe do momento no qual resolvem assumir a sua orientação sexual. Acho que tem mais a ver com o contexto de vida que a pessoa está inserida, ou seja, se a pessoa se aceita e tem apoio das pessoas nas quais ela convive, vai viver bem e melhor do que alguém que tem dificuldades de aceitação do seu próprio eu e nas relações afetivas e familiares.


D, obrigada por ter dedicado uma parte do seu tempo para responder essas perguntas, de um jeito tão honesto e gentil!

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando