Connect with us

Cinema

Lesb Indica | Flores Raras e as mulheres LGBTQ+ marcantes da História

Published

on

flores-raras-2

“Flores Raras” é um filme de 2013 dirigido por Bruno Barreto, baseado na história real da arquiteta Lota de Macedo Soares (Gloria Pires) e seu romance com a escritora americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto), o longa ambientado nos 1950 e 1960  traz consigo o diferencial por tratar de homossexualidade e ainda mostrar a situação política do Brasil, como golpe militar de 1964.

LesBCast | Episódio 2 – a falta de filmes clichês com temática LGBTQ+

A história inicia-se quando Elizabeth decide viajar para o Rio de Janeiro em busca de inspiração. Por uns dias, a escritora fica na casa de sua amiga de faculdade, a dançarina Mary Morse (Tracy Middenford), que vive com sua, até então, companheira Lota. Por ser reservada e tímida, nos primeiros dias de hospedagem, Bishop tem dificuldades de se adaptar aos costumes brasileiros.

Runaways é uma série melhor do que você poderia imaginar

Lota  é uma mulher decidida e controladora que não consegue entender o comportamento tão reservado de Elizabeth. Essa tensão que nasce entre as duas mulheres passa a tornar mais forte a ponto de nascer uma paixão. Assim, o longa passa a mostrar o triângulo amoroso entre Elizabeth, Lota e sua ex-companheira Mary. Pois apesar de morarem juntas, Mary e Lota já se consideravam apenas como amigas.

flores-raras-2

Esse triângulo amoroso consolida-se, especialmente, quando Lota e Mary decidem adotar uma menina chamada Clara. Em uma entrevista para o jornal O Globo’’ Clara, que na vida real se chama Mônica, conta um pouco sobre como foi criada por essas três mulheres. Ela afirma que as três tiveram papeis importantes e diferentes em sua vida. Mary era uma mãe rígida e educadora, Elizabeth contribuía para seus bons modos e Lota, como papel de ‘’avó’ era a mais alegre e transgressora de sua infância.

LesB Indica | The Legend of Korra – personagens LGBTQ+ para o público infantil

O filme conta com todos os estágios do relacionamento entre Lota e Elizabeth, que aos poucos foi se desgastando justamente pelas duas mulheres serem tão diferentes. Além disso, traz momentos marcantes na história, como o sucesso das poesias de Bishop, consagrando-a como umas das melhores escritoras do século XX; Lota e a construção do Aterro do Flamingo que teve ajuda de sua ex-companheira Mary; e também traz a História dentro do filme ao falar sobre a influência que Lota teve ao estimular seu amigo Carlos Lacerda a participar de um momento político tão importante, que é a ditadura militar.

Pro Mundo (Out!) | Thunder – exemplo de representatividade

“Flores Raras” carrega consigo uma esperança para o cinema LGBTQ+ brasileiro, trazendo representatividade, e principalmente voz para mulheres homossexuais, que foram de grande impacto para a sociedade em que vivemos e o mundo, sendo elas arquitetas, escritoras, dançarinas e é disso que a gente precisa. E o melhor de tudo, consegue passar essa mensagem de forma clara, bonita e sem nenhum tipo de estereótipo. Vale a pena conferir.

Continue Reading
Click to comment

Cinema

Crítica | Badhaai Do: Casamento por Conveniência – produção que aquece o coração

Published

on

“Badhaai Do: Casamento por Conveniência” se passa na Índia e é dirigido e roteirizado por Harshavardhan Kulkarni. Cansados da pressão familiar para que se casem, Sumi (Bhumi Pednekar), professora de educação física e lésbica, e Shardul (Rajkummar Rao), um policial gay, decidem se casar e viver um casamento de fachada.

O longa tem duas horas e meia de duração, mas não chega a ser maçante. Com muita comédia, momentos musicais e cenas fofas (tanto de Sumi com sua namorada quanto de Shardul com seus namorados), a narrativa, mesmo tratando de um tema delicado em uma sociedade fechada para sexualidades além da heteronormatividade, ainda é leve e nos deixa com o coração quentinho.

Honestamente, amo musicais e filmes que têm trilhas sonoras que conversam com a narrativa, e “Badhaai Do: Casamento por Conveniência” entrega isso. As músicas complementam a história e trazem todo o charme dos filmes indianos, com direito a flash mobs em que os atores entregam tudo na dança, até o espectador fica com vontade de dançar junto.

Crítica | Crush: Amor Colorido – uma comédia romântica que aquece o coração

Ao longo da trama, o que era apenas uma convivência forçada se torna uma amizade entre Sumi e Shardul. Eles, que não conviviam com mais pessoas da comunidade, acabam se tornando uma rede de apoio um para o outro. Gostaria de ter visto mais disso no filme, já que, de todas as relações existentes, essa é uma das mais interessantes e menos exploradas.

Sumi é uma mulher lésbica sem muita experiência em flertar com outras mulheres e sem amigas sáficas para compartilhar as dores e delícias de amar mulheres. Durante o início do filme, conseguimos acompanhar essa jornada solitária: a procura por um amor em aplicativos de relacionamento, os passeios sozinha durante a lua de mel e as decepções amorosas. É bonita a narrativa da Sumi, e é muito gostoso acompanhá-la se apaixonando.

LesB Indica | A Guerra dos Sexos – igualdade e representatividade nas quadras

“Badhaai Do: Casamento por Conveniência”, apesar de ser um filme de comédia, toca em pontos importantes da vivência LGBTQIA+ dentro do armário e também da vivência lésbica. É um filme em que você ri, chora, se apaixona pelos personagens e, no fim, termina de coração quentinho, querendo assistir de novo.

Continue Reading

Cinema

Crítica | Brenda Lee e o Palácio das Princesas – um musical bibliográfico que vale a pena

Published

on

“Brenda Lee e o Palácio das Princesas” é um musical bibliográfico que conta a história da ativista transgênero, Brenda Lee. O filme é uma peça teatral, que foi adaptada para o audiovisual, e carrega muito das duas linguagens, mesmo com muitos diálogos a narrativa, não fica cansativo, já que intercala com músicas cantadas pelas próprias atrizes.

LesB Saúde | Prevenção de ISTs para mulheres

O longa é gravado em uma espécie de galpão, que é dividido em cenários pequenos e com poucos objetos cenográficos, brincando com a imaginação dos espectadores. O cenário onde acontecem a maioria dos momentos musicais do filme, por exemplo, é feito com uma cortina de franjas que reflete a cor das luzes que estão sendo usadas na cena e isso faz a magia dessas cenas acontecer. 

Sobre a fotografia, é interessante perceber que vemos câmera fixa nos momentos de entrevista com a Brenda Lee, remetendo a linguagem documental, já em outros, temos a câmera bem solta acompanhando o andar das personagens, principalmente nas cenas musicais. As músicas de “Brenda Lee e o Palácio das Princesas” são um espetáculo à parte, sendo muito bem interpretadas pelas atrizes e com boas composições que compõem a narrativa. 

O longa tem três diretores diferentes, Zé Henrique de Paula, como diretor geral da obra; Laerte Késsimos, como direção audiovisual; e Fernanda Maia, como direção musical. Possuir três diretores em uma mesma obra, mesmo que em áreas diferentes, é um grande desafio, mas os três trabalharam bem juntos e conseguiram imprimir todas as linguagens que se propuseram a usar.

Brenda Lee foi uma figura real e muito importante durante a pandemia de HIV/Aids aqui no Brasil, inaugurando o Palácio das Princesas, a primeira casa de acolhimento para pessoas soro positivo na década de 80. Esse filme é uma grande homenagem a sua história e luta.

Resenha | De repente, namoradas – um romance leve que vale a pena

É importante lembrar das pessoas que lutaram antes, para que, hoje, possamos existir mais livremente.

Continue Reading

Cinema

Crítica | Morte Morte Morte – terror e comédia em uma narrativa cativante e desafiadora

Published

on

“Morte Morte Morte” (“Bodies Bodies Bodies”) é um filme que mescla os gêneros de terror e comédia, provocando tensão nos espectadores e risadas genuínas. Após um período afastada de seus amigos, Sophie (Amandla Stenberg) decide que ir à festa que estão organizando durante um furacão é uma boa oportunidade para se reaproximar e entender como está sua relação com a própria família. Quando a noite cai e o tédio começa a aparecer, Sophie propõe que joguem um jogo chamado Bodies Bodies Bodies.

Dirigido pela cineasta holandesa Halina Reijn, também responsável por “Instinto” (2019), e produzido pela A24, conhecida por filmes como “Pearl” e “Midsommar” o filme conta com as atrizes Amandla Stenberg e Maria Bakalova, interpretando Bee, namorada de Sophie. Além disso, o comediante Pete Davison também participa, interpretando David, um dos amigos de Sophie.

O roteiro segue uma narrativa cíclica, acompanhando a dinâmica do jogo Bodies Bodies Bodies, no qual os personagens encontram um corpo, gritam e começam a discutir sobre quem é o assassino. Utilizando áudios do TikTok e algumas discussões triviais, mas que são extremamente importantes para os personagens, o roteiro satiriza a geração Z, trazendo o tom cômico do filme. É um roteiro simples, mas eficaz.

LesB Indica | The Morning Show – uma produção brilhante e certeira

Com uma fotografia intrigante que utiliza lanternas, celulares e pulseiras neon como métodos de iluminação, o filme se torna ainda mais misterioso, deixando boa parte do que é visto na tela em completa escuridão. Para além da iluminação, uma cena que chamou bastante a atenção é aquela que ocorre dentro do carro, em que a câmera fica fixa no meio dos personagens e gira para mostrar a reação de cada um diante dos acontecimentos.

LesB Cast | Temporada 3 Episódio 07 – tudo sobre “Com Carinho, Kitty”

Em “Morte Morte Morte”, Sophie é lésbica. No entanto, esse não é o ponto central da personagem. Ela é lésbica, está ciente disso, tem uma namorada e se sente confortável com sua identidade. A trama de Sophie e seus problemas não têm relação direta com sua sexualidade, e é muito interessante assistir a narrativas com jovens adultas sáficas em que o foco principal da trama não seja sua autodescoberta. São narrativas que mostram que temos uma vida para além de nossa sexualidade ou identidade de gênero.

O filme está disponível na plataforma de streaming da HBO Max.

Continue Reading

Bombando