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Crítica | Madres Paralelas – longa-metragem pouco marcante de Almodóvar

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Um dos diretores mais renomados do cinema mundial, o espanhol Pedro Almodóvar, se rendeu ao universo dos streamings e cedeu à Netflix direitos exclusivos para o lançamento de seu filme mais recente, “Madres Paralelas”, na América Latina, levando também muitas das obras mais icônicas de sua carreira para o catálogo. O longa-metragem, que estreou no Brasil em fevereiro de 2022, conta com rostos já conhecidos da filmografia do diretor como Penélope Cruz, Rossy de Palma, além de Milena Smit e Aitana Sánchez-Gijón.

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O filme “Madres Paralelas” conta a história de Janis Martinez (Penélope Cruz) e Ana Manso (Milena Smit), que se conhecem em uma maternidade quando ambas estão prestes a dar a luz. Ali nasce uma cumplicidade, pois Janis, uma mulher madura e mais segura se compadece da jovem, que ainda é uma adolescente e parece assustada com a situação. A partir disso acompanhamos Janis, sua vida com a filha e os problemas com Arturo (Israel Elejalde), que acredita não ser o pai biológico da criança.

Também vemos a jovem Ana que tem uma relação atribulada com sua mãe Teresa (Aitana Sánchez-Gijón), que a deixa nos primeiros meses de vida da bebê para perseguir seus próprios sonhos nos palcos de teatro. Quando, alguns meses depois, as mães (Janis e Ana) se reencontram, não tão por acaso, e uma se torna o suporte da outra, cuja vida mudou drasticamente desde a última vez que se viram. A partir daqui, a relação das mulheres se torna mais próxima do que poderiam prever.

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Em “Madres Paralelas”, o diretor Pedro Almodóvar, conhecido por grandes obras que mostram tanto o mundo LGBTQIA+ masculino quanto histórias de mulheres fortes e marcantes, entregou algo pouco memorável, um roteiro que poderia ser mais surpreendente em sua proposta, e algo que cheira a estereótipo de gênero na estilização e figurino da personagem Ana.

Apesar de ser uma obra que, mais uma vez, celebra a força das mulheres, a potência da maternidade, como pode ser visto através das ancestrais de Janis, todas as mães solteiras, e de trazer um romance sáfico entre as protagonistas, ele deixa a desejar em muitos outros aspectos.

Madres Paralelas” em alguns momentos se torna arrastado e em outros, faz saltos de tempo em cortes tão súbitos que podem parecer estranhos aos olhos. Além de não aprofundar o drama para dar mais densidade à obra quando pôde. A subtrama política, apesar de tratar de um tema importante, a guerra civil espanhola e a importância da memória coletiva, não tem uma grande conexão com a história principal das protagonistas.

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A história é, em geral, morna e nem ao menos a representatividade sáfica traz muita energia para o longa-metragem. Aqui, Almodóvar definitivamente não entrega o suficiente para que este seja considerado um de seus melhores filmes.

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